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Aplicativos de entrega de supermercados passam por reestruturação após disparada na pandemia

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista e editor do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

O setor de entrega de produtos de supermercados está enfrentando um período doloroso de ajuste, após impulso no auge da pandemia. Por conta disso, investidores dizem que provavelmente apenas um punhado de empresas sobreviverá em cada mercado.

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Durante a pandemia, os investidores injetaram bilhões em empresas de “comércio rápido” que comprometeram-se a entregar produtos de supermercados em minutos.

Mas com o relaxamento das restrições sanitárias, aumento crescente dos custos de vida e lucratividade ainda nebulosa, a injeção de capital diminuiu e as empresas passaram da expansão para a redução de gastos.

Corte de investimentos

A Getir, da Turquia, a alemã Gorillas e a britânica Zapp disseram nas últimas semanas que estão cortando funcionários, enquanto a alemã Flink também diminuiu as contratações.

No mês passado, a Jiffy, de Londres, disse que estava encerrando as operações de entrega. Na ocasião, a Zapp, que arrecadou US$ 200 milhões em janeiro, assumiria seus clientes.

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Larry Illg, executivo-chefe de negócios online de alimentos da investidora de tecnologia Prosus NV, que tem uma participação de 9,8% na Flink, disse que os abalos acabariam por beneficiar as companhias sobreviventes.

“Estamos vendo lançamentos mais lentos de novas ‘dark stores’, níveis mais baixos de investimento em marketing e descontos reduzidos da concorrência”, disse ele.

Unindo forças

Um impulso de grandes e conhecidas empresas de entrega de refeições como Deliveroo, Just Eat Takeaway e Uber Eats no mercado já está acontecendo. Isso ocorre à medida que elas fecham negócios de entrega com lojas de conveniência e redes de supermercados.

Alguns estão unindo forças com empresas de entrega existentes. A norte-americana DoorDash fechou na semana passada a aquisição por US$ 3,5 bilhões da finlandesa Wolt, uma empresa de entrega de refeições e comércio rápido.

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A alemã Delivery Hero também acertou a tomada de controle da espanhola Glovo. Ambas têm operações rápidas em mercados.

Mercado desacelerado

Outras empresas de entrega se fortaleceram por meio de aquisições dentro do setor. Como é o caso da Flink, que arrecadou US$ 750 milhões com uma avaliação de US$ 2,85 bilhões em dezembro, comprando a francesa Cajoo por uma quantia não revelada no mês passado.

A Flink não comentou, mas dois investidores disseram à Reuters que a empresa não planeja entrar em outros novos mercados.

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O presidente-executivo da Gorillas, Kagan Sumer, informou que a empresa está priorizando a lucratividade. A Gorillas cortará 300 funcionários do escritório e está “revendo” suas operações na Itália, Espanha, Dinamarca e Bélgica.

A Getir está cortando 14% da equipe, mas disse que não sairá de nenhum dos nove países onde opera. O grupo arrecadou US$ 768 milhões em uma avaliação de US$ 12 bilhões em março, com financiadores como Sequoia Capital e Tiger Global.

Fonte: Money Times

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