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Neuromarketing e os padrões do e-commerce

Por: Eduardo Mustafa

Graduado em 'Comunicação Social - Jornalismo' com experiência em negócios, comunicação, marketing e comércio eletrônico e pós-graduado em 'Jornalismo Esportivo e Gestão de Negócios'. Foi editor do portal E-Commerce Brasil, do Grupo iMasters (2015 /2016), e atualmente é executivo sênior de contas na Gume

O que escrevo aqui nada mais é do que a explanação de uma pesquisa já realizada há 10 anos e que muitos entendedores, donos de verdades absolutas e coisas afins, insistem em propor em suas consultorias como sendo uma regra e pelo que percebo, sequer pesquisam antes de implementar.

Mas vejam, isso não é uma crítica. É um alerta!

Quando falo alerta é porque estamos diante de uma ciência nova, ainda em desenvolvimento, e que não está disponível para o conhecimento de todos e falo especificamente do Neuromarketing.

Os estudos em Neuromarketing nos ensinam que padrões são a predileção do cérebro, aliás ele busca isso insistentemente com o objetivo de economizar energia. Porém, este mesmo cara, o cérebro, que busca padrão, fica em extremo alerta quando percebe a quebra de padrão.

Confuso não? Mas eu explico melhor: o cérebro recebe 11 milhões de bits de informação por segundo e só processa 40 bits nesse mesmo tempo e isso significa que somos bombardeados de informações e estímulos o tempo inteiro, mas absolutamente muito pouco é processado racionalmente. E o restante? O restante não é descartado. Ele vai para uma área inconsciente e em algum momento, vai ser útil.

Entendido isso, temos dois pontos a considerar para a plena compreensão desse texto. O primeiro dá conta de que a informação “padrão” de que as pessoas leem em um ritmo “Z” já não faz sentido há algum tempo, e os diretores de arte, os que estudam, já praticam isso antes do mercado digital ser tão aquecido. O fato é que trouxeram esse dado para o mercado digital, e o tratam como verdade. Tenho ouvido muito isso!

Com o aquecimento do e-commerce, aplicar os estudos de Neuromarketing é avançar em ferramentas importantes para trabalhar os estímulos ao cérebro, entregando padrão, gerando entendimento para quebrar o padrão e mais: criar outros padrões com estímulos novos!

Mas de fato existe um tendência que não é o “Z” que varia de pessoa para pessoa de conteúdo para conteúdo e de interesse para interesse.
Numa pesquisa realizada com rastreamento de movimento ocular em 2006(olha que lá se vão 10 anos) pela Nielsen Neuro em que envolveram aproximadamente 300 pessoas para leitura de sites, eles encontram uma área de calor(heatmap) maior, que se assemelha a uma letra “F”, mas houve muita variação e para algumas pessoas o comportamento foi “E”, para outras “L” invertido. E ainda, quando se navega sem um objetivo ou pesquisa específica, o olho caminha da esquerda para a direita em busca do fundo do site.Um detalhe importante: sites de notícias, e-commerces e SERP´s(páginas de pesquisa) possuem leituras completamente diferentes umas das outras.

Onde está o tal padrão?
O segundo ponto é que o Neuromarketing também nos prova que a atração por rosto humano, mais precisamente pelo olhar, é um direcionador de atenção, e isso também pode influenciar absurdamente nos pontos de fixação em qualquer peça de comunicação, não só na web.

Por fim, o alerta a que me refiro é positivo para seus próximos passos em seu e-commerce. Você acaba de descobrir uma arma secreta para fazer o seu site ser “eficaz”, seja na oferta seja no conteúdo. Use ferramentas de Neuromarketing com métricas e comece a traçar o comportamento do seu conteúdo, do seu produto, da sua estratégia.

As fórmulas prontas estão perdendo força.

Você terá a chance de construir a sua fórmula e ajustá-la sempre que precisar, afinal você desenvolveu o seu padrão e atraiu o seu consumidor!

*Antony Moreira, mestre em Neuromarketing pela Florida Christian University (USA)

Fonte: Meio&Mensagem