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Vender não é só vender

Por: Murilo Costa

Diretor de Vendas CX na SAP. Líder de vendas que atua há mais de 22 anos no mercado de experiência do cliente. Comprometido com o sucesso dos clientes e desenvolvimento de estratégias de vendas que priorizam a experiência, lucratividade e fidelização dos clientes, geração de leads, desenvolvimento de parceiros e ecossistemas.

A pandemia da Covid-19 evidenciou a necessidade de as empresas, especialmente aquelas do segmento B2B, apostarem em estratégias focadas na experiência dos clientes. De uma hora para outra, a crise do coronavírus “jogou”, de certa forma, todas as empresas no oceano digital. E, por conta disso, alertou para as organizações oferecerem experiências personalizadas, como aquelas habituais das grandes marcas do segmento B2C.

Mas este não é um processo que surgiu com a pandemia. Ele apenas foi acelerado por ela, em função do aumento da competitividade, uma vez que houve uma acentuada digitalização dos processos. Tratando especificamente das vendas, a pesquisa “Cenário de Vendas do Brasil 2020”, realizada pelo LinkedIn, mostra a mudança de comportamento dos profissionais da área no período. De acordo com o estudo, 77% dos vendedores agora estão fazendo mais videoconferências, 57% ligam mais e 51% agora enviam mais e-mails.

Diante desse contexto, como destacar a sua marca ou o seu serviço? Como elevar a percepção de que a sua empresa é, de fato, a melhor opção para determinado desafio? É por isso que digo que vender não é só vender. Cada vez mais, a conclusão de um processo comercial possui, abaixo dela, diversas outras camadas. E são tão ou mais importantes que o aperto de mão, ou melhor, a assinatura do contrato digitalmente.

Entre as etapas que precedem a venda, quando falamos do segmento B2B, temos o profundo conhecimento dos desafios e dores daquele possível cliente crescendo em importância, sem deixar de lado a expertise e o domínio das soluções e serviços que serão ofertados. É quase um exercício de empatia, de exercer a capacidade de estar na cadeira do potencial consumidor. Ou seja, visualizando o seu dia a dia, as suas dificuldades e entendendo como cada peça da solução ofertada pode se encaixar nesse quebra-cabeça imenso.

Por outro lado, é importante lembrar que o cliente possui inúmeras formas de realizar uma compra mais assertiva. Pode se dar por pesquisa de preços, análise de reviews, entre outros caminhos — e isso impacta diretamente na venda. O profissional da área precisa ser cada vez mais especializado tecnicamente e consultivo ao mesmo tempo. Ou seja, deve estar preparado para sanar dúvidas, apontar direções e dar o conforto necessário para a tomada de decisão. Além disso, outros pontos devem estar presentes na experiência para uma melhor jornada. Como, por exemplo, a clareza do conteúdo no site ou nas redes sociais da empresa. O mesmo vale à atenção dada às possíveis reclamações de companhias que usufruíram daquele serviço e não aprovaram.

Com a digitalização dos negócios e o aumento da competitividade, a experiência do cliente (em uma perspectiva ampla) já é e continuará sendo um dos diferenciais mais importantes para o sucesso de uma companhia. A próxima venda pode simplesmente não existir se o atendimento ao atual cliente não for de excelência. O mesmo vale se o processo de onboarding das soluções da última venda foi inadequado. Por isso, costumo dizer que vender não é só vender. Tenha isso sempre em mente no seu dia a dia para buscar não só o sucesso da venda mas, principalmente, o sucesso do cliente.