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Varejistas, vocês são os próximos magnatas da mídia

Por: JB Queiroz Filho

Formado em Tecnologia da Informação e Administração de Empresas, possui especialização em Estratégias Digitais. JB, como é conhecido, conta com mais de 20 anos de experiência no mercado nacional, já desenvolveu projetos para diversos setores da economia e ministra palestras internacionais sobre Transformação Digital em países emergentes. Atualmente, é Diretor Executivo da JBQ.Global e Board Member do portal Canal do Ensino.

Durante os oito primeiros meses de 2020, o e-commerce brasileiro faturou 56,8% a mais em comparação com o mesmo período do ano passado. Esse dado é de uma pesquisa realizada pelo Movimento Compre & Confie com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Ainda, de acordo com o IBGE, o setor varejista atingiu em agosto o quarto mês de crescimento consecutivo após as quedas de março e abril geradas pela pandemia. Essa expansão é resultado da melhoria das plataformas online e, principalmente, da exploração de novos formatos de mídia.

As maiores organizações sempre se preocuparam em oferecer sites estáveis, com versões para desktop e mobile. Agora, buscando corresponder às demandas atuais, passam por processos de transformação digital. Entre eles, destaque para a implementação da estratégia omnichannel, que usa simultaneamente diferentes canais de atendimento, conectando ambientes online e offline

A outra aposta foi aproveitar novas formas de comunicação. A Magazine Luiza, por exemplo, comprou em agosto de 2020 o Canaltech, portal sobre ciência, tecnologia, cultura geek, e a Inloco Mídia, serviço de publicidade móvel. Essas aquisições são parte do desenvolvimento do MagaluAds, que pretende unir conteúdos e anúncios de forma mais assertiva. Os anunciantes da Netshoes, Zattini e Magalu poderão divulgar seus produtos no Canaltech, além de anunciar para clientes próximos de seus estabelecimentos com a ferramenta da Inloco, reduzindo os custos com logística.

A Amazon seguiu um caminho semelhante, por meio do pacote Amazon Prime — disponibiliza frete gratuito, ofertas especiais, acesso à uma lista de músicas, filmes e séries. No Brasil, o serviço já está em 95% dos municípios. Em entrevista para a Veja, Alex Szapiro, diretor geral da empresa, disse que o país foi o maior local de crescimento no último ano. Por isso foi incluído na rota do “Prime Day”: 48 horas de descontos exclusivos para assinantes.

Pensando na fidelização por planos de assinatura, o Walmart lançou um produto parecido, disponível nos Estados Unidos, chamado Walmart+. Por US$ 98 ao ano e pedidos mínimos de US$ 35, os clientes podem receber entregas ilimitadas em casa. A cadeia de supermercados também adotou a onda do momento ao utilizar o TikTok como ferramenta de divulgação, postando receitas, tutoriais e dicas sobre compras. Nessa rede social, a companhia já conquistou 325 mil seguidores.

Mesmo com o fim do isolamento, as compras online tendem a permanecer. A pesquisa Impactos da Pandemia no Comportamento do Consumo do Brasileiro (Instituto Locomotiva) mostra que 50% dos entrevistados acostumados a frequentar livrarias e papelarias não fazem mais questão de ir aos estabelecimentos depois da quarentena. Situação semelhante deve ocorrer em outros setores. No que diz respeito a petshops, perfumarias, lojas de departamento e shopping centers, esse número gira em torno de 40%.

A conjuntura atual é decisiva para o mercado varejista. Logo, é fundamental investir em ações relevantes, estratégias e ferramentas que atendam à expectativa do público e potencializem o seu negócio. Está na hora de pensar fora da caixa para planejar ações focadas na captação e fidelização de clientes em diferentes mídias.