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As tendências para 2015 no mundo mobile (Parte 2)

Parte 2: tecnologia em todos os lugares

No nosso último post, falamos sobre as tendências de mercado do mundo mobile, considerando os lançamentos e estratégias das gigantes que dominam esse setor. Hoje, vamos falar sobre tecnologia em todo lugar. Para 2015, a ideia é que passemos a vestir tecnologia.

Percebemos que o uso da palavra “wearables”, ou seja, dispositivos que podem ser vestidos e são inteligentes, será cada vez mais comum. Desde relógios, como o Moto 360, que vão muito além da hora, como diz a propaganda, até dispositivos para medir o seu nível de glicose se você for diabético ou coletar dados sobre a sua saúde, como batimentos cardíacos e quantidade de calorias queimadas durante o dia para te sugerir opções mais saudáveis para viver a vida.

Esse parece ser um movimento natural, que ganhou intensidade depois da iniciativa, talvez um pouco frustrada, do Google Glass, produto que provou em 2014 ser ótimo para alguns nichos, mas ainda não pronto para a adoção em larga escala.

O conceito de wearables é bem potente e pode ser sintetizado pelo conceito de glances, ou “olhadinhas”, nas quais pequenos pedaços de informações são consumidos com apenas um olhar rápido para o relógio.

Por exemplo: quantas vezes em uma reunião as pessoas olham para os seus celulares, que acabaram de “beepar” após receberem um e-mail que não era relevante naquele momento? Ou ainda, seria interessante uma navegação turn-by-turn enquanto você anda, a pé, pelas ruas de um bairro até o seu destino?

tendências mobile 1

 

Os principais desafios para esse tipo de dispositivos em 2015 serão determinados, em primeiro lugar, de acordo com a possibilidade de cair no gosto do público em geral ou satisfazer apenas as necessidades de pessoas extremamente conectadas com o mundo online.

Outro fator determinante, além do preço, obviamente, será a adoção por parte dos desenvolvedores das ferramentas para essas plataformas, nas quais eles vão poder propor novas formas de interação que não foram pensadas anteriormente para esses dispositivos pelos seus fabricantes.

Atualmente, um fator limitante desses dispositivos é a sua dependência de celulares em alguma proximidade para garantir a conectividade com a internet.

Online e offline se misturam: beacons, drones e carros

No segundo semestre de 2014, vimos alguns experimentos com o uso de Beacons em conjunto com aplicativos. Aqui no Brasil, a Dafiti foi uma das pioneiras, e provavelmente veremos mais iniciativas como essa em 2015, afinal, o potencial de marketing com essas ferramentas é absurdo.

Conforme a linha entre o online e o offline vai ficando cada vez mais tênue, com certeza as tentativas de seguir nessa direção vão aumentando. Tanto os Beacons, em alguns países, como os drones, por exemplo, ainda estão passíveis de regulamentação.

O congresso americano decidiu que setembro de 2015 é a data limite para que a FAA forneça um plano para a regulamentação de uso de Drones no contexto civil. A Amazon é uma das empresas que já mostrou fortes tendências a explorar esse mercado, mas a aderência final desses casos de uso com a realidade ainda vai ser testada.

tendências mobile parte 2 drones

Em 2015, esperamos ver mais espaços públicos mapeados com tecnologias como Beacons, e a fronteira entre o online e o offline cada vez menor. Na categoria de carros potencializados pelo uso do mobile, é provável que veremos em 2015 alguns carros mais inteligentes, que permitam o controle de algumas funcionalidades por meio de comandos de voz e centrais multimídias conectadas à internet com chips 3G.

Entretanto, considerando o ciclo de substituição de um carro antigo por um carro novo, a adoção desses novos modelos tende a ser menor do que novos modelos de smartphones ou TV’s, por exemplo.

Casas inteligentes

É muito provável que neste ano continuemos ouvindo sobre iniciativas relacionadas a casas inteligentes, como por exemplo o HomeKit, anunciado no ano passado pela Apple, e a Nest, comprada pelo Google também em 2014. Entretanto, é muito provável que essa área não saia do campo das ideias ainda em 2015.

O HomeKit essencialmente promete fazer com que os aparelhos da sua casa reconheçam quando você está presente e você consiga, por exemplo, acender e apagar a luz falando com o Siri. A Google, além de comprar a Nest (fabricante de termostatos digitais), anunciou também a Android TV, uma versão do sistema operacional para grandes telas.

Entretanto, ambas as empresas vão depender de parceiras com fabricantes de aparelhos e hardware, além de produtores de conteúdo e distribuidores no caso da Android TV, e essas negociações podem levar um tempo. Outro ponto que ainda precisa ser definido é qual será o aparelho central que concentrará o controle de todos os outros dispositivos, e quem será o fabricante dele.

E os aplicativos?

A principal briga em mobile no ano de 2014, e que vai se estender em 2015, é a dos aplicativos de mensagem. Whatsapp, WeChat, Facebook Messenger, KakaoTalk, Line e Telegram, todos eles tentam dominar o espaço de troca de mensagens no mundo mobile.

O Whatsapp tem 600 milhões de usuários ativos por mês, o WeChat com 396 milhões de usuários ativos por mês, o Line tem y-active-users/">170 milhões e o Facebook Messenger tem 500 milhões, mas a briga não está ganha para nenhum desses players.

Considerando o fato de que novos usuários de mobile virão da China, Índia, e África, os novos modos de uso e as questões culturais podem determinar o futuro desse mercado.

No Brasil e no mundo outra briga está acontecendo, desta vez no mercado dos aplicativos de táxi ou caronas, entre Easy Taxi, 99Taxi, Uber, Lyft, Zaznu e vários outros que prometem te levar de um lugar ao outro em uma cidade.

Uma vez entendido o primeiro modelo de aquisição de usuários para esse tipo de apps, a briga agora parece ter se deslocado para o mercado corporativo, com corridas de voucher para grandes empresas ou para campanhas agressivas com parcerias, como a Easy Taxi tem feito recentemente. O mercado continua bem indefinido, mas com certeza são categorias que vieram para ficar.

Em 2015, também é provável vermos mais integração entre esses apps e outros aplicativos ou serviços no seu celular, na linha da API do Uber. Além disso, o potencial de anúncios em cima desses produtos é enorme.

Para um usuário que toda segunda-feira de manhã pede um táxi de sua casa na Vila Olímpia para Congonhas por meio do Easy Taxi, quem estaria mais bem posicionado para oferecer um anúncio de café da manhã em alguma loja no trajeto? O Easy Taxi ou 99Taxi com certeza poderiam, assim como o Waze.

Em varejo online, os números são promissores. O seu celular já não é mais apenas um dispositivo que você usa para pesquisar preços antes de fazer a compra no seu desktop, mas passa a ser o ponto central de contato na jornada do seu cliente com a sua loja.

Deseja receber notificações quando o preço de um produto baixou? Você recebe direto no seu celular por meio do app da sua loja. Ou um estímulo via push notification ou, ainda melhor, é avisado em seu relógio que o seu produto chegou até a sua casa.

Tudo isso se torna cada vez mais possível, e em 2015 veremos os players que investiram em mobile ao longo de 2014 tomando a frente e efetivamente executando estratégias como essas. Além disso, as taxas de conversão em aplicativos de mobile commerce estão cada vez maiores e mais relevantes.

No final de 2013 avisamos que 2014 seria o ano da mudança. 2015 será o ano em que as empresas que investiram nesses canais colherão seus frutos e se manterão à frente do mercado. A maioria dos e-commerces, por exemplo, ainda não possui API para permitir integração com parceiros.

Um ponto latente em 2015 é o processo de descoberta de aplicativos nas lojas. Conforme a quantidade de aplicativos vai aumentando, fica cada vez mais difícil encontrar os apps relevantes, e é bem provável que o modelo de busca com keywords não seja o mais indicado para isso.

Veremos uma movimentação dos donos das grandes lojas de aplicativos para linkar seus dados e gostos com sugestões de apps que podem te ajudar na hora e no momento certo. O Google com certeza tem a vantagem nesse cenário, mas conforme big data se torna menos uma buzzword e começa a entregar resultados concretos, outros players também poderão embarcar nessa jornada.

E como ficam os desenvolvedores?

2013 e 2014 foi um ano marcado por muita demanda de bons desenvolvedores no mercado, mas pouca oferta. Isso vem mudando ao longo de 2014 e agora em 2015 é provável que isso melhore, mas não tanto.

A mensagem é clara e em 2015 será mais forte: o mercado, tanto brasileiro quanto externo, está precisando de bons desenvolvedores para aplicativos mobile e, segundo especialistas, desenvolver aplicativos mobile passa a ser a profissão do momento em 2015, isso se já não era.

Vamos consolidar em 2015 as práticas de engenharia de software para produzir apps com mais qualidade e em menos tempo, além de atacarmos o problema de formação de novos profissionais para o mercado.

Fique atento que a nossa experiência, como de costume, será sempre publicada aqui no Blog! Alguma dúvida, comentário ou sugestão? Só deixar abaixo. Até a próxima!