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SEO e webwriting: uma visão crítica

Há anos que sinalizo: webwriter não é exatamente um redator. ‘Como assim?’, perguntam os mais desavisados. ‘Se o conteúdo é texto, não estou lidando com redação?’

Está – mas escrever para ser lido é bem diferente de escrever para ser visto. Lamente caso queira, mas a realidade é esta desde o início da web: textos em sites é a última coisa que capta a atenção do visitante. É tarefa do webwriter aproveitar todos os recursos visuais e de distribuição de conteúdo na tela, exatamente para tirar o texto da sina de (quase) área cega.

Hoje, a questão não é apenas ser visto na tela. A exigência cresceu com o desenvolvimento dos mecanismos de busca, seus parâmetros ficam cada vez mais sofisticados para ‘enxergar’ o conteúdo de valor. Para acompanhar esta insana (mas eficaz) garimpagem de informação, os produtores de informação precisam entender os ‘como’ e os ‘porquês’ de engines como o Google encontrarem uma informação – ou não.

SEO é uma área de raciocínio e técnica fascinante, que vai muito além do que é necessário fazer com um texto para tornar uma página visível. No Brasil já temos excelentes referências em Otimização para Sistemas de Busca, como Fábio Ricotta (Mestre SEO) e Paulo Rodrigo Teixeira (livro ‘SEO – Otimização de Sites’). Mas, repito: SEO não é apenas webwriting – o buraco é muito mais embaixo.

Ainda assim, se você é redator, o que é preciso fazer, afinal de contas, para que seu conteúdo seja bem rankeado pelo Google – e, principal, sem ferir as questões básicas de redação de um bom texto?

  • Antes de elaborar um título (H1), confira, via buscadores, se já não existe um título igual – ou bem semelhante – ao seu. Se existir, torne-o único. Fique tranquilo: as boas técnicas jornalísticas, assim como as de webwriting e usabilidade em títulos, estarão intactas; aqui a questão é passar à frente dos concorrentes.
  • Insira no título a palavra-chave que defina o texto. Escrever para a mídia digital tem relação direta com indexação. Defina a que veio seu texto – o visitante e o Google vão acertar no alvo.
  • Os subtítulos (H2 e H3) também devem conter as palavras-chave dos temas e subtemas da página. Granularidade – essa palavra é mágica para entender que indexar uma página não é apenas catalogá-la pelo título. Bem sabemos que conteúdo, mesmo, é o que vem depois. Cuide dele para que seu texto não fique ‘invisível’.
  • Indexe o tema e os subtemas abordados no texto criando tags visíveis. Eu não gosto de tag clouds – já participei de testes em que os usuários não faziam a mínima ideia do que eram nuvem de tags. Prefiro tags bem visíveis, listadas no topo.
  • Destaque as palavras-chave de cada um dos parágrafos usando negrito ou itálico. Evite sublinhá-las, pois isso é entendido pelo usuário como link. Não, não são muitos os sites que grifam textos. E não, não é por isso que você vai deixar de fazer. E, para encerrar o assunto, sim, você vai tomar muito cuidado ao grifar as palavras-chave ou trechos-chave de cada parágrafo – *um* por parágrafo, por favor.
  • Crie sinônimos de fácil associação à palavra original para não ter que ficar repetindo a mesma palavra-chave. Repetir em demasia a palavra-chave é visto como ‘black hat’, recurso abusivo de indexação. Jogue limpo, SEO é coisa séria – tão séria que brincar com Otimização para Sistemas de Busca pode gerar banimento do Google durante um longo e tenebroso tempo.

Há duas ou três dicas para SEO em textos além destas, mas as que citei são as mais eficazes e, portanto, as que devem ser vistas como regra.

Em suma: faça o redator que há em você evoluir – estamos na era da indexação, e dela não há retorno.

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