Logo E-Commerce Brasil

Reinvenção da logística em 2020: 4 lições de peso

Por: Larissa Lotufo

Jornalista com 8 anos de experiência em negócios digitais. É autora e coautora em 7 livros na área de Direito, Inovação, Segurança Digital e Jornalismo Investigativo. Trabalha na área de Pesquisa e Negócios do PG Advogados, é cofundadora do Lotufo Associados e da Fosily, e-commerce de acessórios para Pet. Prêmio MVP E-commerce Brasil 2019. Entusiasta do saber e da inovação, está sempre em busca de novos desafios!

O ano de 2020 tem sido bastante significativo para a disseminação da transformação digital no Brasil e no mundo. O que deu um “empurrãozinho” para a aceleração das mudanças foi a pandemia ocasionada pela Covid-19.

E se tem um setor que sentiu esse empurrão bem de perto foi o logístico. Isso porque as vendas por delivery ou via e-commerce começaram a acelerar de maneira significativa a partir de março de 2020, trazendo grandes impactos para o funcionamento deste setor.

De acordo com informações da ABComm, calcula-se que o e-commerce brasileiro ganhou por volta de 4 milhões novos consumidores durante a pandemia. Uma pesquisa da Boa Vista complementa estes dados, apontando que 29% dos consumidores passaram a realizar mais compras online durante o período de quarentena.

E para que este salto nas vendas do comércio online não entre em colapso e todas as entregas possam ser efetuadas, a logística tem sido mais estratégica do que nunca. Tal situação decorre do fato de a logística ser primordial para a manutenção das condições básicas de funcionamento da sociedade.

Do transporte de alimentos e remédios a itens considerados mais supérfluos, como roupas e acessórios, é o setor logístico que faz com que tudo continue sendo disponibilizado a todos, em todos os lugares do país.

Mas como manter o pleno funcionamento deste setor tão importante, durante um período de desaceleração produtiva? E mais: no qual equipes precisam ser reduzidas e a circulação de pessoas é diminuída, a ponto haver bloqueios de estradas e restrições de voos e navegação? Com muita calma e estratégia, claro.

O momento atual pede tranquilidade na tomada de decisões, para que as ideias erradas não sejam colocadas em prática. Afinal, elas podem afetar muito mais do que o funcionamento processual de sua empresa — podem afetar a saúde e bem-estar dos seus colaboradores e ainda causar um dano irreversível para a sua marca.

Neste sentido, separei 4 lições de peso para a sua logística sobreviver à pandemia com segurança e eficácia:

Seja transparente com o consumidor

Todos sabem que o mundo passa por uma situação extremamente atípica e que isso envolve a reestruturação de algumas estratégias. Por isso, se o seu fornecedor logístico precisou diminuir as frotas e o time de colaboradores como medida protetiva no enfrentamento da Covid-19, comunique esta situação ao seu consumidor e explique a ele que atrasos são passíveis de ocorrer.

Mantenha o fluxo de informações acessível

Para tranquilizar seu consumidor, é importante deixar a compra dele sempre atualizada quanto às informações. De forma que prazos e previsões sejam calculadas de maneira realista. Isso vai diminuir a ansiedade do cliente em receber o produto e otimizar a sua comunicação com o público consumidor.

Melhore a higienização do processo logístico

A disseminação do coronavírus é extremamente fácil e rápida. Por isso, todo cuidado é pouco quando o assunto é higienização de produtos em transporte. Adotar novas rotinas na hora de armazenar, embalar e transportar os produtos é essencial. Dessa forma protegerá tanto o seu time de colaboradores, quanto terceiros prestadores de serviços — além, é lógico, do seu consumidor. Neste momento, é melhor pecar pelo excesso do que pela falta.

Adote mecanismos alternativos de entrega

Talvez a sua empresa não estivesse habituada a realizar entregas antes da pandemia. Ou, ainda, só utilizasse meios mais tradicionais para enviar as mercadorias, como os Correios, por exemplo. Mas no momento é preciso “atirar para todo lado” e garantir a satisfação do consumidor.

Muitas empresas de entrega perceberam isso e passaram a otimizar e a ampliar seu catálogo de serviços de entrega. Como, por exemplo, ocorre no caso de alguns aplicativos de delivery de fast-food. Se antes estes aplicativos só realizavam entregas majoritariamente de restaurantes/lanchonetes para os clientes, a partir da pandemia mercearias, padarias, supermercados e até farmácias entraram na lista de produtos entregáveis.

Isso decorre por conta do isolamento social e, consequente, pela menor circulação de pessoas. Por isso, se a sua loja nunca cogitou este tipo de parceiro porque não estava no nicho, é um bom momento para repensar — e trazer para perto de si novos parceiros quando o assunto é logística. 

Também é um bom momento para abusar da criatividade e encontrar novos meios para realizar a entrega do produto. Drive-thru de mercadorias e entregas em pontos de retirada são boas ideias para implementar na rotina.

O mais interessante destas lições é que, diferentemente da crise causada pela pandemia (que é passageira), os ensinamentos vieram para ficar. Portanto, repensar o seu processo logístico e ampliar os horizontes de funcionamento neste momento deve trazer transformações duradouras. Pode ter certeza de que vão tornar a sua relação com os consumidores ainda melhor e fortificada.