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Realidade aumentada: pronta para o horário nobre

Por: JB Queiroz Filho

Formado em Tecnologia da Informação e Administração de Empresas, possui especialização em Estratégias Digitais. JB, como é conhecido, conta com mais de 20 anos de experiência no mercado nacional, já desenvolveu projetos para diversos setores da economia e ministra palestras internacionais sobre Transformação Digital em países emergentes. Atualmente, é Diretor Executivo da JBQ.Global e Board Member do portal Canal do Ensino.

A realidade aumentada, também conhecida como AR (do inglês, Augmented Reality), consiste em inserir itens virtuais, como informações e animações, na realidade. Para funcionar, utiliza três elementos básicos: um objeto real, que servirá de referência; uma câmera, para interpretar o sinal e projetar as imagens; e um software, responsável por receber os dados transmitidos pela câmera.

Bastante versátil, a realidade aumentada pode ser usada em estratégias de e-commerce B2C ou B2B, visitas virtuais a empresas, ações de endomarketing, treinamentos, simulações e até mesmo na execução de tarefas de maneira rápida e eficiente, gerando maior produtividade.

O recurso, que ganhou destaque nos últimos anos, é ideal para quem deseja criar uma experiência imersiva e aumentar os índices de engajamento. Segundo a Business Wire, até 2023, o mercado de AR valerá U$60 bilhões, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 40.29%. Muitas marcas já estão aproveitando a ferramenta. A Ray-Ban foi pioneira: desde 2009, é possível experimentar os modelos por meio da plataforma de e-commerce. Além disso, para o próximo ano, a empresa prevê o lançamento de óculos de realidade aumentada em parceria com o Facebook.

Recentemente, Etna e Lancôme adotaram uma abordagem semelhante. A loja de objetos para casa utiliza um software com mil produtos cadastrados. Neste caso, permite ao cliente ver virtualmente e em tamanho real como o móvel ficaria em sua residência. Basta direcionar a câmera para o espaço a ser ocupado e analisar se o item combina com o restante da decoração.

Proporcionar experiências de compra assertivas como essa se torna fundamental em um momento de aquecimento do setor. No quarto semestre de 2020, os ramos varejistas de móveis e eletrodomésticos e de materiais de escritório cresceram, respectivamente, 21,7% e 22,2% em relação ao período anterior.

A loja de cosméticos vive um contexto parecido. Na plataforma da Lancôme, é possível testar os produtos antes de comprá-los — por meio do carregamento de uma foto ou do uso da webcam em tempo real. No Brasil, o recurso foi lançado em março e se expandiu durante o isolamento social, atingindo, quatro meses depois, um número de usuários maior do que a média mundial.

Uma boa dica para investir em AR de forma inovadora sem gastar muito é utilizar Branded Effects. Trata-se de um modelo de anúncios disponível no Tik Tok que contempla a criação de elementos patrocinados (em 2D, 3D e realidade aumentada) para serem aproveitados pelos usuários na produção de seus conteúdos. Esse pode ser um ótimo caminho para se aproximar dos jovens; em novembro de 2019, pessoas com idade entre 16 e 24 anos constituíam mais de 40% do público da rede social.

A realidade aumentada tem feito sucesso. Segundo a pesquisa Lumu’s Vision Insights, 71% dos compradores preferem lojas que oferecem experiências de AR — as quais não só trazem segurança para a decisão de compra, mas também estimulam uma relação mais próxima com a marca, levando à fidelização. Investir nesse tipo de estratégia é uma maneira de se destacar no mercado, atingindo novos resultados.