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Previsões Black Friday 2020 x Coronavírus: comece a se planejar agora

Por: Paula Khaled Denneberg

Diretora de vendas da iGOAL. Formada em administração pela UNIP, a profissional possui ampla experiência na área comercial. Participou da estruturação da Just-Eat no Brasil, já assumiu o Departamento de Supply Chain da Rede 5àSec do Brasil e a Superintendência Comercial da Peela S/A.

O setor de varejo sentiu os impactos da pandemia de coronavírus. Uma pesquisa realizada pelo Compre & Confie em parceria com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), apontou um aumento de 56,8% no faturamento nos cinco primeiros meses de 2020 em comparação com o mesmo período do ano passado. Mas o que isso significa para as compras da Black Friday 2020?

Geralmente, essa época movimenta muito o comércio brasileiro, sendo que em muitas cidades as lojas lotam e surgem longas filas para aproveitar os descontos. Mas a Black Friday deste ano será diferente de tudo que já vimos antes.

Embora ainda faltem meses para o dia oficial de início da Black Friday, os consumidores já planejam onde comprar e o que comprar, enquanto se preparam para as mudanças adotadas pelas lojas devido à pandemia do coronavírus.

Semana Brasil 2020

Apesar de muitas cidades ainda não permitirem que o comércio retome as atividades, o Governo Federal lançou um projeto que antecipa o estímulo às vendas antes da Black Friday. Chamado “Semana Brasil” pretende dar início a retomada da economia no país, unindo o comércio e o varejo.

A ideia é que haja boas ofertas e condições especiais de pagamentos para movimentar a economia e assim reduzir os prejuízos causados pela pandemia. De acordo com o Governo, a Semana Brasil ocorrerá de 3 a 13 de setembro. No entanto, embora haja esse projeto, se as pessoas terão ou não permissão para fazer compras pessoalmente, ainda é cedo para saber.

Nos Estados Unidos, por exemplo, grandes varejistas como o Walmart, Best Buy e a Target decidiram manter as portas fechadas durante a Black Friday, atendendo os clientes apenas em suas lojas online.

De qualquer forma a Semana Brasil é uma oportunidade para que lojistas planejem suas operações para vendas via lojas virtuais. E que sirva de “treino” para a grande Black Friday 2020.

Uma infraestrutura de TI segura

Quem acompanhou a Black Friday nos últimos anos sabe que é uma data que apresenta muitos desafios, sobretudo em relação ao desempenho dos servidores. É comum ver travamentos e lentidão, isso porque milhões de compradores inundam as lojas virtuais ao mesmo tempo em busca de bons negócios. E para alguns players, apenas alguns segundos de inatividade podem custar milhares de reais e causar danos devastadores à marca.

Se por um lado a tecnologia evoluiu nesse sentido, por outro, hoje temos uma pandemia que impulsionou as vendas online porque todos tiveram que seguir um regime de isolamento social e deixaram de comprar nas lojas físicas.

De acordo com o Adobe Analytics, em 2019 houve um aumento de quase 20% no tráfego durante a Black Friday e a Cyber ​​Monday, isso porque muitos buscam economia para os presentes de Natal.

Nesse contexto, os cuidados com o servidor, a plataforma de e-commerce e os serviços agregados devem ser redobrados pois é esperado muito mais tráfego online na Black Friday de 2020. Você não vai querer perder essa oportunidade de vender, certo?

Inteligência Artificial. Você tem?

A Inteligência Artificial está reinventando a experiência de compra em lojas virtuais, principalmente quando se trata de recuperação de venda, retenção de clientes e recomendação de produtos.

A Accenture (multinacional de consultoria de gestão, tecnologia da informação e outsourcing), pesquisou o impacto da inteligência artificial ​​em 12 países desenvolvidos e revelou que ela pode dobrar as taxas de crescimento econômico até 2035. A inteligência artificial permitirá que as pessoas usem seu tempo de maneira eficiente, o que aumentará sua produtividade em 40%.

Com a pandemia do coronavírus e a redução das equipes, muitos lojistas aderiram à ferramentas que automatizam muitos processo de marketing. E uma tecnologia que antes era usada somente por grandes players, porque precisam escalar as ações para um grande volume de clientes, agora é disponível a um excelente custo-benefício no Brasil. Ou seja, não existe um motivo plausível para não usar os recursos de inteligência artificial.

Apps em alta

Os aplicativos de compras estão crescendo em uso e popularidade no Brasil. É comum ver promoções específicas nos apps, o que acaba incentivando o download e a fidelização dos clientes. Para se ter uma ideia desse volume, hoje o Google Play aponta que o app da Magazine Luiza tem mais de 50 milhões de instalações.

Um artigo publicado no Think With Google em junho de 2020, conta um pouco como a Sephora criou experiências incríveis no app para aumentar as conversões. Para Andrew Birgiolas, Diretor de UX, Design de Produto e Pesquisa da Sephora, ao repensar a experiência do aplicativo, foi importante desapegar de recursos que antes eram usados e focar nas reais necessidades dos clientes fiéis. Por isso, trabalhar com muitos testes e com uma equipe multidisciplinar torna-se essencial para obter bons resultados.

Para a Black Friday 2020 estima-se um boom no número de downloads de apps de venda online. Então corra e faça os ajustes necessários na sua operação.

Repensando as entregas

Para lojas virtuais, é comum as entregas dos pedidos falharem por motivos que vão desde a falta de alguém para receber até por dificuldade de entregar os produtos em áreas de risco. Quando isso ocorre, é preciso arcar com armazenagem, novas tentativas de entrega e por fim o insucesso, de fato.

Para resolver esse problema, em 2011, a Amazon passou a trabalhar com lockers (armários). Na prática, um cliente realiza um pedido e escolhe um dos Amazon Lockers para retirá-lo. A transportadora entrega o pedido no locker e o cliente recebe um aviso e um código que permite abri-lo. Hoje já são mais de 1800 unidades espalhadas em mais de 50 cidades dos EUA.

No Brasil, algumas iniciativas surgiram nos últimos meses e hoje já é possível retirar os pedidos em lockers nas principais capitais. Com o isolamento social causado pela pandemia de coronavírus, a expectativa é de que mais consumidores façam a adesão a esse meio de entrega.

O seu pós-venda vai dar conta?

Se a estimativa é que as vendas sejam realmente altas durante a Black Friday 2020, você já deve imaginar que o pós-venda deverá ser capaz de atender a todos aqueles que estão ansiosos e cheios de dúvidas em relação aos seus pedidos.

Prestar um bom atendimento nessa fase é algo maior do que manter o compromisso de venda. É uma oportunidade de conquistar os clientes para futuras compras. Isso porque quem vivenciar uma boa experiência de compra nessa data, terá mais chances de vir a se tornar um consumidor fiel.

Por isso, tenha um time altamente qualificado e ferramentas de apoio, que possam ajudar a escalar o atendimento.