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Preparação tecnológica para a Black Friday deve começar meses antes

Por: Walter Troncoso

Sócio-fundador da Inove Solutions, startup especializada em transformação digital e cibersegurança por meio de soluções de alta tecnologia. É Engenheiro de sistemas de informação, com formação pela Universidad Tecnológica Nacional (UTN), e Arquiteto em soluções SAP. Com sólida experiência na construção de infraestruturas de grande escala e tecnologias emergentes em mercados da América Latina, Estados Unidos, Alemanha, França e Austrália, aplica as melhores práticas em TI, gestão de equipes e de projetos. Antes de fundar a Inove, ocupou cargos de liderança no TMF Group, Cast Group, Wipro Limited, Petrobras, Farmoquímica e SAP.

Segundo pesquisa da NielsenIQ|Ebit, em 2021, as vendas no e-commerce brasileiro na Black Friday totalizaram R$ 4,2 bilhões, em um crescimento de 5% em relação a 2020. E quando se trata não só de vender, mas também de suportar e entregar com sucesso a quantidade aumentada de encomendas que acontecem em novembro, no período consolidado no varejo brasileiro conhecido como “Black Friday”, as lojas virtuais precisam se preparar meses antes.

Essa preparação exige estratégia, experiência e investimentos, ano após ano. As tecnologias mudam rapidamente e a legislação também precisa ser acompanhada de perto. Idealmente, as lojas precisam começar a conferência de seus planos e de sua estrutura de TI para o aumento exponencial da demanda de Black Friday já no início do segundo semestre. Isso porque determinados ajustes levam tempo para serem implementados e checados.

Otimizar a infraestrutura da TI do e-commerce a tempo para a Black Friday é um trabalho que demanda foco e energia.

O risco de não se preparar adequadamente para questões como instabilidade e problemas relativos à escala, desempenho, segurança, meios de pagamento e bases de dados é alto demais para ser corrido. Contar com uma infraestrutura tecnológica robusta e fazer modificações com base no que foi experimentado no ano anterior é essencial nessa preparação.

Algumas poucas horas de instabilidade no site de grandes empresas de e-commerce podem gerar milhões em prejuízos, além da má experiência do cliente com a marca. Em 2021, pesquisa da Sofist monitorou 116 lojas online na virada da quinta (25 de novembro) para a sexta-feira (26 de novembro, a “Black Friday”) e apontou que problemas de lentidão e instabilidade em e-commerces no período podem ter gerado prejuízo de aproximadamente R$ 8 milhões às lojas virtuais. Por isso, é essencial cuidar e expandir a arquitetura e o tráfego de dados para esses momentos, cuidar da segurança, testar meios de pagamentos para garantir estabilidade, performance, segurança e uma boa experiência do consumidor.

Experiência do cliente

Diferentemente da experiência que o consumidor tem no varejo físico, no ambiente digital, ele consegue comparar rapidamente ofertas e fretes, sendo estimulado de diferentes maneiras a inserir produtos em seu carrinho. Ele também pode aproveitar uma experiência cada vez mais personalizada devido ao uso da inteligência artificial. É muito importante que o usuário não encontre empecilhos no uso da plataforma, tenha o acesso a um website intuitivo e responsivo, capaz de atender ao aumento do tráfego, volume de dados processados e novos cadastros que surgem nesse período. Acima de tudo, o cliente precisa encontrar uma loja confiável.

Dicas

Selecionei aqui alguns pontos de atenção do ponto de vista tecnológico para que um e-commerce possa se preparar adequadamente para a Black Friday 2022:

Estabilidade

É preciso revisar a manutenção das redes, servidores, atualizar as aplicações e fazer um redimensionamento e ajustes, verificando se tudo está, de fato, preparado para suportar a alta demanda. Diagnosticar o estado real da rede, corrigir falhas e potencializar os níveis de desempenho da infraestrutura garantem a maior disponibilidade da conexão de rede do negócio para os seus clientes.

Escalabilidade

Estudar a demanda da infraestrutura e definir “janelas” para o aumento da capacidade são passos fundamentais nesse quesito. Migrar a operação para a nuvem pode permitir escalar rapidamente os serviços, garantindo a continuidade da experiência do cliente mesmo em momentos de alto tráfego. Assim, em momentos de estrutura enxuta, é possível expandir a capacidade para comportar os novos acessos quando necessário.

Segurança

Preocupar-se com a segurança do e-commerce e estar preparado para ataques como fraudes são fundamentais para evitar prejuízos e ajudar a conquistar a confiança dos consumidores, contribuindo para uma boa reputação da marca e o aumento das conversões de vendas. Segundo a ClearSale, tentativas de fraudes em compras online na Black Friday 2021 no Brasil tiveram um aumento de 131% em relação a 2020.

Performance

Revisar a experiência do usuário, bancos de dados e servidores são tripés para a checagem do desempenho do e-commerce. A análise do usuário com base nos registros em bancos de dados ajuda a tomar as melhores decisões para garantir a melhor experiência e oferecer os melhores produtos, conforme a demanda.

Meios de pagamento

Estruturar as integrações dos meios de pagamento também é essencial para o bom funcionamento do e-commerce. Dentro dessa perspectiva, quanto mais integrados forem os processos, menos brechas para falhas que podem trazer prejuízos.

CRM (Customer Relationship Management)

Por fim, vale implementar e/ou aprimorar os sistemas de informação, revisar a base de dados, verificar a necessidade de limpezas, eliminar inconsistências e checar a arquitetura das informações para a base de clientes com o apoio de uma gestão integrada de TI.

Em resumo, otimizar a infraestrutura da TI do e-commerce a tempo para a Black Friday é um trabalho que demanda foco e energia. O apoio de empresas com expertise nessas demandas específicas, capazes de oferecer o diagnóstico e ajudar a ter a visão completa da TI para garantir a implementação dos ajustes necessários, é fundamental para garantir o sucesso dessas campanhas, que exigem uma preparação prévia, da melhor forma.

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