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Por que ter fluxo de caixa e estoque são fundamentais na crise?

Por: Rodrigo Martucci

Rodrigo Martucci é formado pela Universidade de Massachusetts e possui mais de 10 anos de experiência com e-commerce e marketing digital nos EUA e no Brasil. É o CEO e fundador da Nação Digital, agência especialista em e-commerce e eleita a melhor agência digital do Brasil pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico.

A pandemia da Covid-19 trouxe tempos difíceis para a saúde e os negócios. O curto prazo se tornou tão incerto que é complicado para os executivos manter a cabeça em ordem para a tomada de decisões.

O e-commerce é um dos poucos setores que vêm crescendo durante a crise, mas nenhuma loja se move sozinha. Organizar fluxo de caixa e estoque é um processo primordial, pois confere eficiência no planejamento estratégico de varejistas online.

Fazer a gestão do fluxo de caixa significa controlar entradas e saídas financeiras da empresa. Esse balanço deve estar positivo no final do mês, pois finanças bem organizadas mantêm o negócio sustentável e escalável.

Fluxo de caixa para e-commerces

Para gerir financeiramente o e-commerce durante a crise, é recomendado fazer uma previsão do fluxo de caixa para os próximos três a seis meses, incluindo todas as despesas fixas e variáveis.

Outra iniciativa é fazer uma redução inteligente de custos. Levante as despesas que podem ser diminuídas sem que afetem a qualidade do serviço prestado e do produto entregue.

Aplicar indicadores diários é ainda mais importante agora. Acompanhe a disponibilidade de caixa da empresa, o número de vendas, os recebíveis, o índice de inadimplência, as saídas e as metas.

Negocie com o seu banco e informe-se sobre as linhas disponíveis para folha de pagamento. Reveja seus financiamentos, taxas de juros (a Selic baixou!) e peça carência.

Não foque seus esforços unicamente em vendas. Faça com que a empresa gere dinheiro em caixa para que, depois, ele se transforme em oportunidades de investimentos e negociações.

Negociação com fornecedores

O comportamento de compra do consumidor está sofrendo mudanças, e isso vem afetando diretamente o faturamento de alguns setores. Diante disso, é fundamental ter abertura para negociar com fornecedores.

Reconsidere frete, produtos e prazos para reduzir as quebras de estoque. Peça descontos, mantenha o bom relacionamento com os distribuidores e tente uma flexibilidade de pagamentos. A falta de itens estocados pode ser um problema na quarentena, especialmente se a sua loja trabalha com linhas específicas e depende exclusivamente delas para gerar vendas.

Estoque para e-commerces

A crise afetou toda a cadeia de produção e de logística para o e-commerce. Lojas que importam produtos da China, por exemplo, enfrentaram problemas de desabastecimento, assim como empresas que seguem o modelo dropshipping.

Prazos de entrega afetados e produtos indisponíveis são apenas alguns dos problemas que se abateram sobre muitos estoques de lojas virtuais a partir da pandemia.

O novo coronavírus mostra que este é o momento de reavaliar a curva de produtos. Com os consumidores priorizando outros tipos de compra, o ranking de itens mais vendidos vem mudando, portanto, é hora de focar na nova demanda.

O e-commerce que conseguir garantir a integridade dos produtos e os prazos de entrega será menos afetado neste momento e ainda terá a preferência dos consumidores quando a crise passar.

Além disso, ter uma central de atendimento bem estruturada, que consiga sanar dúvidas e resolver problemas dos clientes, é fundamental em tempos de crise.