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Pix exige adaptação do e-commerce. Entenda as possibilidades

Por: Daniela Leite

Jornalista, atualmente atua como redatora no time marketing da Vindi, em busca dos melhores insights para negócios digitais.

Os desafios do e-commerce estão chegando a um novo capítulo: a adaptação ao Pix, novo sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central que entra em vigor a partir de 16 de novembro deste ano.

Apesar da adesão dos estabelecimentos ao novo meio de pagamento não ser obrigatória, as previsões são de que ela será um diferencial competitivo para quem se adaptar. Isso porque, até agora, mais de 33 milhões de brasileiros já cadastraram suas chaves Pix nos bancos e instituições financeiras. Em breve haverá a liberação oficial para começar a utilizá-lo nas transações do dia a dia, além das compras pela internet e lojas físicas.

De acordo com a pesquisa Hight-Tech Retail – A Tecnologia e o Comportamento de Compra do Brasileiro, realizada pela Croma, 49% dos compradores pretendem utilizar amplamente novas formas de pagamento, dispensando o uso de cartões ou dinheiro físico. 

Por isso, fique atento para disponibilizar o Pix dentre os meios de pagamentos do seu e-commerce e receber dos seus clientes de forma prática e moderna. Se você deseja entender melhor como funcionará essa tecnologia e ter insights de como aplicá-la, veja o que eu separei!

Quais são as vantagens do Pix para pessoas jurídicas?

Que o Pix será gratuito para as pessoas realizarem transferências, você já deve estar sabendo pelas propagandas dos bancos. O que ainda não te contaram é como ele vai funcionar para os comerciantes e que vantagem eles levam. Então, vou explicar o que o Pix terá de diferente dos demais meios de pagamento e o que ele vai agregar aos varejistas.

Tempo de liquidação menor

Recebimento instantâneo! Ao contrário do pagamento por boleto ou cartão, não é necessário esperar a liquidação dos seus recebíveis durante dias. É simples: seu cliente pagou, você recebe em até 10 segundos na sua conta transicional Pix, independentemente do horário do dia.

Taxas menores

Na casa dos centavos! Para pessoas físicas, o Pix será gratuito. Já para estabelecimentos comerciais, pode haver taxas definidas por cada banco ou instituição financeira. A ideia, no entanto, é que essa taxa Pix seja bem menor que a taxa de emissão de um boleto ou taxas das operadoras de cartões. Afinal, o Banco Central estipulou como base R$ 0,01 centavo a cada 10 transações. Algumas fintechs, como o Nubank, vão isentar até mesmo os PJs de qualquer taxa.

Segurança

O Pix será tão seguro quanto qualquer outro meio de pagamento. Qualquer suspeita de fraude será bloqueada pelos órgãos reguladores.

Mais clientes

A barreira de certa fatia da população às compras online pode ser driblada pelo Pix. Isso porque, com ele, não será necessário fornecer dados de cartão no e-commerce para consolidar uma compra. Isso gera maior sensação de “proteção” para o usuário, e ainda é mais prático que boletos, por exemplo.

Pioneirismo

Não é exagero dizer que o Pix está fazendo muito barulho no mercado. Por isso, ter a ferramenta no seu e-commerce logo no início da implantação poderá até mesmo atrair os “curiosos” de plantão — e, claro, gerar mais vendas.

Os desdobramentos dessas vantagens serão muitos. Por exemplo, devido às menores taxas, será possível oferecer descontos para clientes que pagarem pelo Pix. O mesmo vale à questão de fornecer um menor prazo de entrega, pois a confirmação do pagamento é instantânea.

Vantagens não faltam. De qualquer forma, implantar o Pix será um processo e não eliminará, por enquanto, os meios tradicionais de pagamento. Quer saber como operacionalizar o Pix no seu e-commerce? Veja a seguir.

Disponibilizando o Pix no seu e-commerce

Na prática, o Pix vai se somar aos meios de pagamento no checkout ou na página de produtos do seu e-commerce. 

Ao optar pelo Pagamento Instantâneo, o seu cliente estará transacionando pelo débito em conta. Isso pode mudar se o Pix dele estiver atrelado à uma cooperativa de crédito, que poderá fornecer o Pix atrelado à empréstimos pessoais. 

Porém, para o recebedor o resultado é o mesmo. Afinal, independentemente da origem do pagamento Pix, a premissa é de que a liquidação seja imediata.

Ainda não está claro se será possível fazer algum tipo de automação para parcelamento no Pix, como é atualmente no cartão de crédito. Uma opção já evidente seria trabalhar de forma similar ao parcelamento por boleto. Ou seja, enviando ao cliente um QR Code do Pix com vencimentos mensais referentes às parcelas.

O QR Code, estático ou dinâmico, poderá ser exibido na própria página de checkout da loja virtual ou, ainda, enviado para o cliente via e-mail, WhatsApp ou outros canais.

Com o smartphone, o cliente fará a leitura do QR Code pelo app da conta dele vinculada ao Pix. Isso irá gerar no app a página de pagamento com todas as informações relativas à compra (preço, pagador, recebedor, etc). Efetuando o pagamento, o estabelecimento será notificado pelo sistema e a transação concluída em segundos.

pagamento via QR Code do Pix

Simulação de experiência do usuário com pagamento via QR Code do Pix. (Fonte: Banco Central)

Outra forma de receber pelo Pix será fornecer ao cliente a chave Pix que você cadastrar para sua empresa (pelo CNPJ, e-mail ou celular, podendo totalizar até 20 chaves diferentes). Com essa chave, o cliente vai fazer a transferência pelo app de conta para conta, como se fosse um TED instantâneo. 

Acredito, porém, que o QR Code dinâmico será a forma mais funcional de cobrança via Pix no contexto de compras. Digo isso porque cada código desse tipo será exclusivo para transações únicas e contará com funcionalidades mais completas. Dentre elas, estão: configurar juros, multa, descontos, data de vencimento, permissão de pagamento mesmo após o vencimento, valor original e valor final da cobrança. O que QR Code estático, por outro lado, funciona apenas com um valor fixo e sem data de vencimento.

Para começar a usar o Pix no seu negócio, selecione a sua conta PJ que deseja tornar transacional e cadastre-a no Pix pelo app da instituição financeira correspondente. Informe-se sobre a cobrança de taxas e avalie se outras instituições não estão oferecendo condições mais atrativas. 

Por fim, avalie com os desenvolvedores do seu e-commerce a melhor forma de adicionar o Pix ao checkout — ou integre uma plataforma de pagamentos com o Pix já incluso dentre os métodos de recebimento. Após a implantação e início do funcionamento, o que vier será, certamente, lucro para o seu negócio!