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Pix e novos comportamentos do consumidor: impactos ao e-commerce

Por: Aline Oliveira

Aline Oliveira é jornalista graduada pela Universidade São Judas Tadeu (USJT) e pós-graduada em Marketing Digital pela Faculdade Impacta de Tecnologia. Atua há mais de cinco anos no e-commerce, com foco em comunicação e produção de conteúdo para múltiplas plataformas. Integra a área responsável pela comunicação de marketplace na Via Varejo.

O Pix, sistema de pagamentos instantâneos, foi lançado há pouco mais de dois meses pelo Banco Central. Ao que tudo indica, promete acelerar os novos hábitos de consumo dos brasileiros, provocando também mudanças na dinâmica financeira de quem vende no e-commerce.

Nesse curto período de tempo, os números mostram que a novidade foi bem recebida pelos consumidores e já representa 78% das transações bancárias realizadas no Brasil. A adoção rápida é também um reflexo das novas tendências dos meios de pagamento, com o avanço de novas tecnologias e maior poder de escolha dos clientes — que além das formas já tradicionais, como boleto e cartão de crédito, têm aderido às comodidades de pagamentos por aproximação, QR Code e agora, o Pix. Esse último, aliás, provavelmente será o sucessor das operações DOC e TED, devido à disponibilidade 24 horas por dia e ausência de taxas.

Para pequenos e médios empresários, o Pix representa a possibilidade de otimizar o fluxo de caixa e a fidelização dos clientes. Afinal, demonstra atenção às novas necessidades de mercado, além da digitalização dos negócios, fortemente acelerada em 2020.

Quais devem ser os próximos passos?

Instituições financeiras continuarão incentivando seus clientes a cadastrar suas chaves Pix — para conquistar a preferência e o maior volume de transações. Grandes varejistas, por sua vez, devem adotar o novo sistema como opção de pagamento das compras feitas em seus sites. Isso deverá ampliar os meios de pagamento ofertados aos clientes, adequando a nova modalidade ao cenário atual.

A digitalização de negócios, aliada ao desenvolvimento de novas tecnologias que permitiram a atuação no cenário de isolamento social, incentivaram o uso de serviços financeiros. Em alguns casos, proporcionaram a diminuição da desbancarização no Brasil. Estima-se que o número de desbancarizados tenha caído 73% nos últimos meses. Consequentemente, favorece instituições financeiras tradicionais e fintechs, ao promover o ingresso em novas plataformas e a adesão a novos meios de pagamento.

Pix como fidelização

Uma vez que a utilização de serviços financeiros digitais foi iniciada, empresas do segmento podem avançar para a etapa de fidelização, inclusive incentivando a utilização do Pix para sair na frente com o volume de transações realizadas. Não à toa, empresas de outros ramos de atuação têm investido na criação das suas próprias plataformas de pagamento. Elas estão acirrando a disputa pela preferência dos consumidores, que atualmente conta com inúmeras opções quando o assunto é conta digital e gratuidade de serviços.

Por outro lado, não se pode ignorar o fato de que cerca de 25% da população brasileira ainda não tem acesso à internet. Isso ficou mais evidente com a pandemia. Há uma dificuldade em realizar atividades cotidianas de maneira remota. Isso impossibilita o acesso à educação, ao trabalho e até mesmo ao auxílio emergencial, recurso essencial à sobrevivência de milhões de brasileiros nos últimos meses.

Em relação ao e-commerce, podemos esperar que em pouco tempo o Pix seja mais uma forma de pagamento das compras feitas online. Ele também abre espaço para a adequação e/ou revisão dos fluxos financeiros internos — como por exemplo, definições sobre como será o estorno ao cliente nos casos de cancelamento, que hoje segue modelos distintos para cartão de crédito e boleto bancário.