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#Phigital é o resumo da NRF 2015

Na NRF Retail Big Show em 2015 a palavra Omnichannel deixou de ser a principal atenção, preocupação e uma das alternativas para a sobrevivência do varejo.  Neste ano, o Omnichannel e o multicanal continuaram a ser comentados, mas desta vez não mais como tendência, mas como aplicação real e suas verdadeiras consequências. O que ficou notória foi a preocupação com a geração Millenials e seus hábitos, assim como o Big Data, avanço na customização, loja viva, custo mínimo, conceito loja design, curadoria, branding baseado no propósito, sentido e características, globalização e muitos outros aprendizados e temas durante o evento.

Mas o conceito que me chamou mais atenção foi #Phygital ou FIGITAL, que é a integração do Físico com o Digital e congrega e resume todo o resto do que foi falado durante o evento.

No e-commerce trabalhamos muito para a melhor usabilidade possível que leve a maior conversão, esse é o nosso jogo; No varejo físico o trabalho sempre foi o atendimento, campanhas agressivas e impulsionar as vendas nas prateleiras. Hoje por conta das últimas transformações que o Mobile nos trouxe, a tendência agora criar experiências novas e inovadoras nos pontos físicos e também no virtual. Isso é muito mais do que apertar o botão [COMPRAR].

Não se trata apenas de uma venda In-Store, e-commerce, m-commerce ou social commerce, se trata de comércio em qualquer canal de forma integrada ou de forma simultânea. Por exemplo, uma loja física não pode deixar de ter um e-commerce ou um m-commerce, da mesma forma um pure commerce tem que pensar em como ter uma experiência real com seus consumidores.

O que é virtual e o que é físico se tornou entrelaçado na mente e na vida cotidiana dos consumidores, na medida em que as pessoas nascidas depois de 1990 já não distinguem entre os dois, principalmente os Millenials que estão hiperconectados e valorizam sensações, simplicidade, acessibilidade, consciência ecológica, design e inovação. É, portanto, inegável que hoje o domínio Digital está totalmente inserido no mundo físico.  As vendas virtuais ainda são muito pequenas se comparadas as vendas presenciais. As pessoas ainda preferem a sensação do toque e da presença, e mais do que isso, a JDA Software afirma que ainda 60% dos consumidores querem comprar na loja física e gastam seis vezes mais quando estão dentro de uma loja física do que dentro das lojas online.

Por outro lado,  o fluxo nas lojas físicas vem diminuindo seriamente na linha de tempo. Mas não estou falando de compra online somente, estou falando de uso do Digital para tudo, inclusive para comprar em lojas tradicionais. Mas e ai? O que importa é a venda e não o canal. Resumindo: os consumidores convertem 40% mais na loja física quando usam o Digital para relacionamento e são mais leais as marcas. Ou seja, não se trata de canal único ou comparação entre canais de vendas, o que quero mostrar que o caminho é o mix entre os canais e essas experiências.  Só para esclarecer ainda mais, o Digital já influencia 50% de todas as vendas feitas nas lojas físicas nos Estados Unidos.

Por que isso? Simples: as pessoas acessam seus smartphones mais de 180 vezes ao dia. Tudo o que precisamos (locais, referências, produtos e serviços), pesquisamos primeiro em um celular. Mais do que isso, os consumidores esperam que a experiência no mobile mude de acordo com o contexto, marca e situações, até de temperatura.

O Aplicativo da Sears, Stop & Shop é um exemplo perfeito do que estamos explicando. O Starbucks com seu sistema de fidelidade e pagamento móvel é outro exemplo. O aplicativo da famosa rosquinha Dunkin ‘Donuts também. Enfim, neles você encontra cupons, programa de fidelidade, comparação de produtos, informações conexas, conteúdo exclusivo, meios de pagamento, e claro, toda a loja física integrada através da um aplicativo, tudo isso geolocalizado. E não é somente isso! E por que não, avançar para a experiência do virtual para uma loja física mas sem perder a essência, como fez a famosa estilista Rebecca Minkoff que com a ajuda do Ebayda montou uma loja física com Vitrine e provador Digital. Desta forma, os usuários podem interagir com a informação digital de uma forma muito mais tangível no mundo físico.  É isso que eles querem e é assim que estão comprando hoje em dia.

É uma experiência focada no cliente, que liga diretamente o varejista e a marca ao consumidor e não o contrário, como ainda acontece no Brasil, onde a marca, oferta e a campanha (mesmo aquelas pensadas com conteúdo voltado ao consumidor) são o centro da atenção. Na verdade, não importa onde eles estão (no sentido de canal), temos que saber e estar preparados para gerar experiências inovadoras, inesquecíveis e surpreendentes, isso será a verdadeira conversão nos dias de hoje em diante.

O #Phygital não é e-commerce e também não é mais uma BuzzWord, inclusive parece óbvio tudo isso para os especialistas de plantão e para aqueles que pensam que já sabem tudo,  mas acredite, não é óbvio mesmo, é a inversão pura de todo o conceito propagado até hoje sobre marketing e multicanal. Quer entender melhor o que eu disse neste artigo?  Basta colocar o chapéu do consumidor e experimentar passo a passo o que eu relatei em qualquer loja que usa esse modo de pensar e agir. Afinal todos nós somos consumidores.