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Oportunidades de e-commerce nas pequenas cidades

Por: Alice Wakai

Jornalista, atuou como repórter no interior de São Paulo, redatora na Wirecard, editora do Portal E-Commerce Brasil e copywriter na HostGator. Atualmente é Analista de Marketing Sênior na B2W Marketplace.

Escolher abrir um negócio na internet é uma decisão mais estratégica do que financeira. No caso das lojas e comércios localizados em pequenas cidades ou municípios do interior esta é uma estratégia ainda mais interessante. Segundo Zia Daniell Wigder, da Forrester Research, palestrante do Congresso Search & Vendas 2014 há sim um grande potencial para o comércio eletrônico nas cidades menores. “A mudança para cidades de porte menor é uma tendência, já que as pessoas dessas cidades não têm acesso à quantidade diferenciada de marcas. Quem foca somente nas grandes cidades pode estar perdendo oportunidades”, diz.

Além da vantagem de oferecer produtos diferentes dos existentes no mercado local, o lojista que tem uma franquia ou filial nessas cidades consegue facilitar e baratear a logística e a entrega, e ainda explorar de forma estratégica os produtos mais procurados em determinada região. Para o consultor em marketing digital Rafael Colombo este é o dilema dos grandes varejistas. “Você já deixou de comprar por causa do prazo de entrega de uma loja virtual? Já notou como o prazo de entrega de gigantes do E-commerce brasileiro têm aumentado? O consumidor clama por redução dos prazos de entrega. Isso gera segurança e tranquilidade, diminui a ansiedade, produz o efeito “uau”, fideliza, dá credibilidade. Dá vontade de comprar mais e sempre”, diz Colombo.

Segundo Colombo, a regionalização não visa o atendimento por preço, mas sim um atendimento entregando valor maior do que o preço. Por outro lado como ficam as pequenas empresas do interior? Para ele uma coisa não inviabiliza a outra, pelo contrário. “A regionalização é muito maior que os Gigantes. Existem marcas regionais, varejos regionais, produtos regionais, etc. Não dá para os pequenos e médios ficarem paralisados achando que devem atender todo o Brasil, ou competir diretamente com estes aos quais chamo de gigantes do e-commerce. Vamos dar passos do tamanho de nossas pernas, e com a regionalização do e-commerce isto é possível”.

Existem outras tendências do e-commerce que favorecem a expansão das micro e pequenas empresas e seu desenvolvimento no interior e nas cidades de pequeno porte. O pagamento e as transações feitas pelos dispositivos móveis (smartphones e tablets) e o crescimento do uso de cartões de crédito e débito pela população de diversas classes sociais são fortes aliados que facilitam esses negócios. Novas tecnologias em pagamento móvel e na nuvem viabilizam de forma simples e fácil o recebimento e o gerenciamento de operações financeiras na internet e principalmente, sem complicações com bancos e outras instituições financeiras.

Já a expansão dos cartões de crédito e débito no comércio brasileiro e na internet, por um lado assegura o pagamento e o aumento das vendas para o lojista e por outro apresenta vantagens para o consumidor como o parcelamento da compra e prazo mais longo para pagamento.  É importante ter em mente para montar qualquer negócio na internet é preciso ter cautela e muita dedicação. Nos mercados emergentes é difícil ganhar lucro rápido com e-commerce, geralmente o retorno começa a partir de 1 a 2 anos. É importante esperar por um prazo mais longo para obter lucro.  Além disso a base de conhecimento e de educação em ecommerce está sendo construída agora. Por isso nossa meta deve ser sempre propagar esse conhecimento o máximo possível e aprender a partir dos erros e acertos. O desafio está lançado.