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O que vamos fazer quando o ROI morrer?

Desde seu surgimento em 1998, os Links Patrocinados e seu modelo de leilão de custo por clique vem crescendo vertiginosamente e hoje é parte fundamental na estratégia de marketing de qualquer empresa. Este modelo foi adaptado a vários outros mercados e hoje pode ser encontrado em Comparadores de Preços, AdNetworks e até mesmo Redes Sociais.

O fato de ser um formato altamente segmentável, otimizável, em que o anunciante paga somente quando o cliente é direcionado ao site, fez com que ele se transformasse em uma referência quando o objetivo é performance, ou seja, venda. A ironia do destino é que o formato mais popular em performance está caminhando a passos largos justamente no sentido contrário, da performance ser cada dia menor para as empresas que não evoluírem.

O que digo é:

Em um ambiente baseado em leilão, as empresas devem estar dispostas a pagar mais para obter um posicionamento de destaque e ter maiores chances de receber o clique de seu cliente potencial. Desta forma, à medida que aumenta exponencialmente a quantidade de empresas interessadas por anunciar, este custo por clique é inflacionado na mesma proporção, tornando a captação de clientes cada vez mais cara. Por outro lado, a receita é inversamente proporcional. Na medida em que aumentam os concorrentes, a receita será repartida entre mais empresas, e, portanto, o retorno sobre o investimento ficará cada vez mais distante até que nosso famoso ROI, como conhecemos hoje, morrerá.

Este é um caos matematicamente anunciado. As empresas precisam se antecipar a partir de agora se desejam sobreviver nos próximos anos. Aqui ainda vivemos no conforto do crescimento de e-consumidores que é muito maior do que a influência desta inflação publicitária, e por isso, a maioria das empresas que administram razoavelmente bem suas campanhas ainda conseguem um resultado satisfatório.

No entanto, devemos lembrar que como qualquer crescimento, chegará o momento em que ele se estabilizará e as atuais taxas de conversão do e-commerce brasileiro não serão suficientes para sustentar um investimento publicitário cada vez mais caro. Enquanto por aqui nos surpreendemos com taxas de conversão de 3%, nos Estados Unidos é comum falarem de taxas acima de 10%.

A solução para este cenário são as empresas investirem em iniciativas que permitam a elas aproveitar mais os mesmos consumidores, aumentando sua taxa de conversão, recompra e ticket médio.

A taxa de conversão está diretamente ligada a dois fatores básicos: a capacidade de campanhas direcionarem para o site visitantes de alta qualidade, e o site ser intuitivo o suficiente para transformar estes visitantes em clientes.

A melhoria na usabilidade do site é uma das poucas ações que podem aumentar exponencialmente as vendas em um curto espaço de tempo, com investimento proporcionalmente baixo. Ferramentas de Behavioral Targeting podem ajudar e muito nisso, uma vez que ela permite seu site adaptar-se automaticamente de acordo com o comportamento de seu visitante. Além disso, uma estratégia eficiente de Up e Cross-Selling será capaz de aumentar o Ticket Médio das compras, igualmente importante para sustentação do ROI.

Já a taxa de recompra é a habilidade de transformar clientes esporádicos em recorrentes. Quando isso ocorre, a segunda venda é realizada com um investimento muito menor do que a primeira, tornando-se fundamental na luta por um ROI saudável. Neste sentido, as empresas devem investir em segmentação de sua base e relacionamento através de e-mail marketing para fazer com que estes clientes retornem e comprem novamente. Outra ação bastante eficiente são as campanhas de Remarketing, que permite você direcionar uma peça específica para seu público-alvo de acordo com o comportamento dele em seu site.

E por fim, a análise multicanal dos resultados passa a ser indispensável para as empresas enxergarem como cada ação de marketing está impactando na decisão de compra do consumidor e, com isso fazer um controle preciso de budget e estratégia. Em um ambiente concorrido como a Internet, a análise do ROI, individualmente por canal, fará cada vez menos sentido e poderá gerar uma miopia de resultados que pode ser fatal.

O ROI que está morrendo é este quadradinho, por canal e sem latência, mas ele está dando vida a um ROI muito mais inteligente que vai separar o joio do trigo. As empresas que vão sobreviver são aquelas que se profissionalizarem ao máximo, buscando profissionais e consultorias capazes de ajudá-las a tornarem-se mais eficientes e a enxergar o mundo complexo e dinâmico que é o marketing digital. Isso garantirá não só um futuro saudável, mas um hoje ainda mais lucrativo.