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O que o varejo brasileiro pode aprender com o mercado internacional?

Por: Jefferson Araújo

CEO na Showkase. Bacharel em Sistemas de Informação pela Universidade Federal da Paraíba, possui MBA em Gerenciamento de Projetos e mais de 10 anos de experiência com Desenvolvimento de Software, Gestão de Projetos e inovação. O empreendedor possui uma grande vivência na Gestão de Projetos e Negócios de PD&I atuando diretamente com as principais indústrias de Eletroeletrônico do país.

A pandemia do novo coronavirus fez com que muitos varejistas se reinventassem para continuar operando e mantendo as suas contas no azul. Por isso, muitos passaram a estudar o mercado internacional e os cases de sucesso para entender o que tem funcionado em outros países — e, por que não, implementar as soluções por aqui a fim de ajudar no desenvolvimento do Brasil nos próximos anos.

De acordo com estudo feito pela Statista (empresa especializada em dados de mercado e consumidores, que mostra a previsão das vendas no comércio eletrônico entre 2020 e 2024), o e-commerce brasileiro deve crescer 9,1% neste período. Com isso, o país ocupará a sexta posição no ranking global.

Esses dados mostram que o país vive um momento muito promissor. Mas, para manter essa taxa de crescimento, é importante que as marcas implementem tecnologias inovadoras. Isso vale principalmente no que se refere às soluções que melhoram o atendimento e ampliam os locais de venda. Afinal, elas serão determinantes para garantir o sucesso nos negócios nos próximos anos.

Uma das estratégias é utilizar os aplicativos de mensagens como principal canal para a comercialização dos produtos. O WhatsApp já está sendo adotado por grandes varejistas e pequenas e médias empresas para enviar catálogos e promoções personalizadas. O objetivo aqui é de criar um bom relacionamento com o seu público-alvo.

Podemos ver também outras tendências que estão se destacando no setor, como por exemplo a integração do online com o offline (omnichannel), já muito conhecida nos EUA e Europa. Neste caso, ajuda as empresas a garantirem uma boa jornada de compra em diferentes pontos de vendas. Afinal, o consumidor pode visualizar, provar e conhecer o item pela loja física, mas adquiri-lo pelo e-commerce, com melhores condições de pagamento.

Outro exemplo é o Live Streaming. Por meio dele, os lojistas apresentam o seu portfólio ao vivo durante a transmissão. Simultaneamente, os clientes podem fazer perguntas, ter acesso a promoções e solucionar possíveis dúvidas. Além disso, as pessoas têm a oportunidade de comprar um item na mesma tela. Consolidado no mercado chinês, essa tendência vem ganhando força em solo brasileiro, principalmente devido ao isolamento social.

Há ainda o modelo CTM (consumer-to-manufacturer). Aqui, os varejistas reúnem insights e informações dos consumidores e repassam aos fabricantes, que desenvolvam produtos customizados com rapidez e agilidade. Já o “varejo sem toque” (Touchless Retail) ganha espaço por eliminar todos os pontos de contato no PDV — prioriza assim as aquisições feitas no ambiente online.

Por fim, concluo que percebemos nos últimos meses que o varejo brasileiro é aberto a novas possibilidades. Isso ficou ainda mais evidente com a pandemia, pois as marcas tiveram de mudar radicalmente as suas estratégias e se adaptar à nova realidade de forma rápida. Ainda assim, há muito o que evoluir no segmento — e a aprender com o mercado internacional no quesito inovação e experiência do consumidor. Esse é o só o começo de uma grande transformação no setor.