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O que esperar da Black Friday na era da entrega mais rápida

Por: Caio Reina

Caio é fundador e CEO da RoutEasy, plataforma de otimização para last mile que conta com módulo de roteirização e torre de controle. Anteriormente, Caio atuou como Gerente de consultoria em Supply Chain, onde desenvolveu projetos de logística em diversas empresas, tais como Ultragaz, Iquine, Decathlon, Nike, Marba, Amanco, Móveis Itatiaia e Sky. É graduado em Engenharia Cartográfica pela UNESP e tem mestrado em Engenharia de Transporte pela Poli/USP onde se tornou especialista em algoritmos de otimização utilizando inteligência artificial.

A corrida pela entrega mais rápida permanece acirrada e grandes redes varejistas estão disputando para ver quem bate esse recorde. O movimento deve prevalecer ainda mais na Black Friday e pode ser um momento decisivo para o cliente avaliar o desempenho das empresas no comparativo com promessa, tempo de entrega, valor de frete e qualidade do produto ou serviço.

Uma pesquisa realizada pela McKinsey, em março deste ano, mostrou que 50% dos compradores online estão dispostos a pagar mais para receber seu produto rapidamente. Por isso, as empresas deverão adotar estratégias que incluam um investimento ainda maior em seus colaboradores, logística e tecnologia.

Como aconteceu no último ano, as vendas de Black Friday devem continuar predominando no ambiente virtual, apesar de o consumidor voltar a buscar opções também no varejo físico. Em 2020, as vendas pela internet durante a data foram 25% maiores do que em 2019, movimentando ao todo, 4 bilhões de reais nos dias 26 e 27 de novembro. A expectativa para 2021 é que a movimentação seja maior do que no primeiro ano da pandemia. E, segundo a análise do relatório Future Shopper Report 2021, cerca de 55% dos brasileiros pretendem seguir escolhendo o varejo digital como canal de compra principal para o período.

Esses dados fazem reforçar ainda mais a esperança da economia e das empresas brasileiras. Além de investir nas estratégias de marketing e vendas, muitas organizações deverão também contratar mais colaboradores para dar conta da demanda.

Uma das principais tendências para a época é a otimização dos processos logísticos. Para melhorar as etapas de coleta e entrega, varejistas já passaram a investir em centros de distribuição fora do eixo Rio-São Paulo. De acordo com o último levantamento da consultoria NAI Brazil, no país, apenas 34% dos galpões logísticos de São Paulo e Rio de Janeiro estão localizados em um raio de até 30 quilômetros das capitais — o que permite as entregas mais rápidas.

Neste ponto, as transportadoras já firmaram iniciativas para operarem 24 horas por dia, nos sete dias da semana, com um número superior de frotas. Além disso, as marcas também ficarão de olho na interação e comunicação entre empresa, transportadora e clientes. Estratégias de transparência e controle para rastreamento da encomenda por torres de controle e geolocalização devem ganhar ainda mais força e gerar valor para os clientes.

Ainda dentro do ponto de vista da logística, a tecnologia será uma aliada. Afinal, por meio dela as empresas conseguirão atender melhor às expectativas dos consumidores (com a segurança de informação, detalhamento sobre prazos de entregas e previsibilidade de erros). Além disso, poderão até mesmo evitar problemas no recebimento de encomendas.

Tendo em vista todas essas tendências, é possível criar expectativas mais robustas para a data. Vemos que o mercado brasileiro já entendeu as principais dores e sentimentos do cliente e estão indo atrás de diminuírem erros e se tornarem mais competitivas. A força do consumidor fez com que as marcas evoluíssem nos últimos anos a ponto de trazer a Black Friday ao lado de datas como Dia das Mães, Namorados e Natal no ponto de vista competitivo e econômico.