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Você sabe o que é Crowdshipping?

Por: Aline Reis

Jornalista pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Trabalha como redatora e Link Builder na Conversion, onde escreve sobre tecnologia, cultura e cotidiano.

A ascensão do mercado de e-commerce trouxe consigo o crescimento de inúmeros mercados que o acompanham, e um deles – fundamental para que o comércio eletrônico funcione, vale dizer – foi o mercado de entregas. Esse fator é comprovado por números: transportadoras, Correios e serviços de motoboys tiveram um aumento considerável no ano de 2020, tendência que segue para 2021. E, entre as opções de entrega, uma delas ganhou destaque: o chamado Crowdshipping.

De maneira a baratear e facilitar o processo da entrega dos produtos comprados no e-commerce, o Crowdshipping aparece como alternativa interessante, visto que funciona de forma colaborativa. A ideia é que múltiplas empresas e até pessoas comuns possam fazer entregas do varejo — um pouco parecido com o que já ocorre em aplicativos de entrega.

Assim, os entregadores podem fazê-la tanto por meio de transporte comum, como caminhões, vans e automóveis, quanto em espaços menores, que se adequem à quantidade e ao tamanho dos produtos comprados (seja por moto, bicicleta ou mesmo a pé).

Segundo dados da SuperVarejo, o conceito cresceu bastante durante a pandemia. Nos três primeiros meses, de acordo com o estudo, houve aumento de 515%.

Crowdshipping no Brasil

Entre os comércios que já utilizam esse modelo de entrega no Brasil é possível destacar a C&A, Marisa, Amaro, Cobasi e Ambev, por exemplo. Neste caso, têm suas entregas feitas pela empresa EuEntrego, uma das referências em Crowdshipping no Brasil.

Outra empresa do segmento que está se destacando no Brasil é a Shippify. Aqui, a diferença é que essa tem o foco em pequenos comércios locais. Atualmente a startup chilena atua nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba e Belo Horizonte, prestando serviço a mais de 70 varejos.

Nos Estados Unidos, onde o modelo de entregas é ainda mais popular, grandes marcas já desenvolvem para si mesmas plataformas para se conectar aos entregadores. A Amazon é uma de dessas. Afinal, a multinacional — que também faz entregas por empresas de frete — agora têm o Amazon Flex. Trata-se de um app que aceita cadastro de estadunidenses para fazerem entregas dos produtos comprados na plataforma.

Diminuição de custos para lojista e consumidor

O objetivo principal dos aplicativos de Crowdshipping (que conectam entregadores e consumidores) é diminuir custos tanto para o vendedor, quanto para o comprador final. E esse resultado é atingido! Isso porque, por ser um transporte não tradicional, que paga para trabalhadores independentes, e não para uma empresa que demanda mais custos, as taxas de envio se tornam mais baixas.

Os custos também acabam sendo reduzidos, já que o risco de uma encomenda ser danificada na viagem é menor quando ela é transportada separadamente, ou junta de poucos outros pacotes, e por trajetos mais curtos.

Entregas mais rápidas

Ao oferecer esse modelo de entregas, os produtos deixam de sair de uma central, como geralmente acontece com distribuidoras comuns. Aqui, eles passam da loja para as mãos do entregador mais próximo, e dele para o comprador, encurtando o trajeto do produto. Ou seja, oferece mais segurança a produtos perecíveis ou de urgência, como remédios. Afinal, a ideia é que o produto chegue a seu destino final ainda no mesmo dia da compra.

Até mesmo varejos que já têm suas próprias frotas de entregadores podem obter vantagens com o Crowdshipping. Isso porque em datas festivas ou em dias da semana com maior movimentação o lojista pode reforçar as entregas sem ter de contratar mais funcionários.

Além de vantajosa para vendedores e consumidores, essa operação também possibilita que mais pessoas possam trabalhar. Afinal, o serviço pode ser feito tanto por empresas quanto por pessoas comuns — desde que tenham como emitir nota fiscal MEI.