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O panorama do e-commerce no Brasil - Parte 01

Por: Felipe Morais

Felipe Morais é especialista em Planejamento Digital. Sócio-Diretor da FM CONSULTORIA e autor do livro Planejamento Estratégico Digital.

Gostaria de agradecer à Dafiti, que patrocina essa série de artigos sobre e-commerce.

Mesmo que apenas cerca de 30% dos internautas comprem na web, é inegável o poder que as vendas online exercem na economia brasileira. Em 2010, fechamos com 23 milhões de pessoas comprando pela web, em um montante de 78 milhões de pessoas que usaram a internet, ao menos uma vez, no Brasil. O número ainda é consideravelmente pequeno, mas há muito o que podemos fazer para que esse número aumente.

Os primeiros passos são bem simples: respeitar o consumidor e entregar o que promete. Quando as lojas começarem a respeitar quem compra seus produtos, podemos ter um e-commerce mais abrangente. Infelizmente isso ainda vai demorar um (bom) tempo para acontecer.

Entretanto, escrevo este artigo para passar alguns números de mercado consolidados nesse estudo. Muito do que mostro aqui é de uma pesquisa feita em 2010 pelo E-bit; números esses que podem e devem ajudar a nós, profissionais de planejamento estratégico digital, a construir estratégias que possam aumentar as vendas das lojas com as quais trabalhamos.

Importante dizer que não é somente a mídia que gera venda. Estamos diante de uma web que exige o relacionamento, e é isso que gera vendas. As pessoas compram porque se relacionam com as marcas e com as lojas de seu interesse. Cerca de 50% dos consumidores compram em lojas nas quais já confiam e se confiam é porque se relacionam com a marca. Uma forma de manter esse relacionamento é via e-mail marketing, uma ferramenta que representa 14% das vendas gerais do e-commerce.

Os livros e os DVDs ainda são a categoria que mais vende na web. Entretanto, para a classe mais baixa (CDE), eletrônicos e eletrodomésticos estão no topo da lista, o que mostra que não é só a classe AB que compra na web – aliás, a classe CDE já representa mais de 60% do volume de vendas. Dentro da classe AB, com renda familiar acima dos 5 mil reais, 81% usam cartão de crédito para adquirir um produto online, já nas classes mais baixas, 71% usam o cartão, que é sem dúvida, a forma de pagamento mais usada na web pela sua facilidade e segurança. A segunda forma mais usada é o boleto, sendo 10% nas classes AB e 15% nas classes CDE, o que mostra ser uma forma importante para se ter no site como opção de compra.

No geral, o ticket médio do e-commerce fica em R$ 386,00; na classe AB, esse valor aumenta para R$ 497,00, o que mostra que mesmo que eletrodomésticos sejam mais comprados pelas classes CDE, a classe AB ainda compra muito na web. Os diferentes públicos compram em diferentes segmentos e gastam diferentes quantias.

Um outro fator muito importante para o sucesso das vendas no e-commerce é a reputação da loja. Em época de redes sociais, reputação é algo fundamental para as marcas, afinal, está cada vez mais nítido que a teoria do 80/20, onde 80% do que acreditamos nos é dito pelas pessoas e 20% pela mídia, está se tornado benéfico para as marcas. Quanto mais pessoas indicarem a loja A ou B, ou a marca C ou D, mais essas serão beneficiadas em vendas, porém, o processo é um pouco mais extenso do que esse. Mas todo esse processo nós veremos na próxima semana, na terceira parte dessa série de artigos sobre e-commerce.