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O novo e-commerce brasileiro: como será após a pandemia?

Por: Leandro Ratz

Formado em Gestão Comercial pela UNIFAJ, com especialização em Omni Channel para o Varejo pela VTEX. Tem mais de 8 anos trabalhando com e-commerce em operações de marketplace e atualmente é especialista de marketplaces no Olist.

Uma virada de chave, o “novo normal”, transformação digital… Pode chamar como quiser, mas o ano de 2020 será um marco histórico para o e-commerce brasileiro. Esse artigo fala sobre toda a trajetória para chegarmos aonde chegamos hoje, e principalmente, sobre as expectativas a partir deste marco.

Uma breve retrospectiva do e-commerce no Brasil

Em 2005, segundo dados da Ebit, o e-commerce transacionava cerca de R$ 1 bilhão/ano, e desde 2001, já tinha um crescimento considerável. Porém, esse crescimento era algo dentro da normalidade, já que ano a ano, até então em 2005, o crescimento era em torno de 0,2 a 0,3 bilhões ao ano.

Nos 5 anos seguintes, entre 2005 e 2010, o e-commerce já estava em um ritmo mais acelerado de crescimento. Registrou em 2010 R$ 6,7 bilhões, com crescimento de aproximadamente 40% em comparação ao ano anterior (2009).

De 2010 a 2015, o faturamento do comércio eletrônico triplicava indo para R$ +18 bilhões e desde então vem crescendo até o ano de 2019.

E então chegamos em 2020!

Muito provavelmente teríamos mais um ano de crescimento no e-commerce, e vínhamos notando uma aceleração de alguns fatores mais específicos, como por exemplo o m-commerce (mobile commerce). As compras via dispositivos móveis já haviam ultrapassado os 50% das compras online. Também estávamos falando muito sobre o omnichannel, aonde as empresas estavam transformando suas operações físicas em multicanais.

Além disso, as grandes indústrias também já se movimentavam, mesmo que lentamente, para atender o consumidor final e aderir ao modelo D2C (Direct-to-Consumer).

Esses eram alguns movimentos que já estavam acontecendo, mas de certa forma, sem uma grande expressividade. Todos ainda estavam lutando para ganhar a confiança do consumidor e dos varejistas, ou ainda saindo do papel, como o caso do omnichannel. Essas iniciativas pontuais aconteciam dentro das projeções e expectativas do setor.

O que não estava nas projeções e também entre os fatores que estavam influenciando a digitalização foi a pandemia do coronavírus. Esse fator veio como um balde de água fria inicialmente, que entre os meses de fevereiro e março de 2020, derrubou as ações do varejo e fechou grandes empresas do comércio físico. Isso impactou diretamente na economia brasileira, mudou a rotina e jogou por água abaixo as projeções que tínhamos desde 2001.

Inicialmente um caos!

A mídia só trazia notícias negativas, e talvez não daria para ser diferente. Porém, aquele movimento trouxe pânico e muitas incertezas aos empresários e trabalhadores.

Com o fechamento do comércio físico e o isolamento social, deixando a maior parte da população dentro de casa, o digital ganhou o foco central. Assim, o e-commerce brasileiro passou a ser visto como a “salvação” dos grandes varejistas e de certa forma a “válvula de escape” para as PMEs.

Era o momento em que o e-commerce deixava de ser uma opção de vendas, para ser necessidade de sobrevivência das empresas!

A nova história do e-commerce brasileiro

A partir de abril de 2020, a história sobre o novo e-commerce brasileiro começa a ser escrita, agora no centro das atenções e com um crescimento fora do comum.

Foi nesse momento que os especialistas começaram a se questionar sobre quem havia feito a transformação digital das empresas: se eram de fato os grandes nomes por trás das grandes organizações, ou se seria a pandemia. Os dois!

A pandemia acelerou todos os processos de digitalização das empresas, sejam elas apenas do mundo físico ou se já pertenciam ao online de um modo mais modesto. As empresas que ainda não estavam conectadas se viram sem opções e logo tomaram decisões importantes a fim de estarem presentes também no Digital.

O e-commerce explodiu!

Nem todas as categorias ou empresas inseridas no e-commerce tiveram êxito, mas pude acompanhar o crescimento de +1.500 empresas que tinham alguma presença digital, principalmente as inseridas nos canais de marketplace.

O movimento do mercado nos traz com segurança que, com esse novo e-commerce brasileiro, temos agora +7 milhões de novos e-consumidores que estarão aptos a comprarem pela segunda vez ou mais vezes nos próximos meses. Teremos um novo público conectado aguardando datas como a Black Friday e Natal, por exemplo.

Prepare-se para um pós-pandemia de protagonismo do e-commerce

Não podemos prever o futuro com certeza, mas ao olharmos para 2020 não há dúvidas de que foi um ano de transformação real no mindset de muitos CEO’s, diretores e gestores de organizações que antes não priorizavam o comércio eletrônico, ou não tinham uma visão mais aberta sobre os consumidores digitais.

Prepare-se para o novo e-commerce brasileiro com um público mais dinâmico, exigente e pronto para consumir sem preconceitos e medos. Olhando para a sua operação hoje, acha que vai tirar isso de letra? Quais são as suas apostas?