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O mundo não pode parar: fatos e exemplos para enfrentar o coronavírus

Por: Wellington Cid

Entusiasta de inovação e tecnologia, com extensa experiência em gestão de operações de e-commerce. É especialista em tecnologia, e-commerce e logística, tendo passado por empresas como Votorantim, Natura, B2W Digital e ProntCargo além de contribuir no desenvolvimento de startups como a Qargo e GetBuy. Formado em logística e marketing, soma certificações em tecnologia e gestão e e-commerce. Também é consultor de tecnologia e logística, ajudando empresas a produzirem a melhor experiência de compra possível de acordo com o seu momento e com os recursos que elas possuem.

O Covid-19, ou popularmente conhecido coronavírus, já se espalhou por mais de 100 países e continua avançando ao redor do mundo. Restrições estão sendo impostas e irão impactar profundamente a economia. Não sabemos quanto tempo vai durar tudo isso mas sabemos que vai passar e precisamos nos preparar para minimizar os danos causados e seguir adiante.

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Cenário econômico

Neste cenário é importante analisar alguns pontos, como:

  • o endividamento das empresas;
  • o impacto no fluxo de caixa nos próximos meses;
  • a dificuldade em cumprir os compromissos financeiros;
  • manter os investimentos;
  • e os principais riscos e implicações.

Mesmo com as condições de crédito das pessoas e empresas estarem melhores, com menos endividamento, o momento pede muita atenção e cautela. Afinal, a crise influenciará negativamente o fluxo financeiro e pode ocasionar restrições de crédito mais à frente.

Apesar de Banco Central e governo propondo incentivos a economia, existem poucos espaços para manobras. A situação financeira e os impactos operacionais podem ser maiores do que a redução das dívidas. O momento é de averiguar e acompanhar as necessidades de refinanciamento, visto que a velocidade de recuperação da economia deve ser lenta.

A prioridade do consumo deve ser para compra de itens básicos. O consumo de outros itens menos relevantes deverá ficar em segundo plano. As possíveis rupturas na cadeia de suprimentos de algumas indústrias deve influenciar no desfalque de diversos itens ou limitando suas vendas no mercado.

O impacto causado nas companhias áreas pode aumentar os custos de frete para o e-commerce — parte dos itens enviados aos consumidores de regiões mais distantes utilizam o modal aéreo para transferir lotes de pacotes. Vender para consumidores que estão mais próximos será uma boa saída, visto que mais a frente a crise do petróleo pode amenizar os preços dos combustíveis para o transporte rodoviário. Isso influenciará na redução do custo de frete em rotas curtas, dando fôlego aos transportadores e, quem sabe, uma margem para negociar tabelas de frete.

A chave é explorar o mundo digital

A China tem realizado um ótimo trabalho na contenção do vírus e já existem exemplos de empresas a serem seguidas. Vejamos como as empresas do outro lado do mundo tem se comportado para abrandar os impactos do coronavírus.

Por lá, o mundo digital está se mostrando fundamental para diversas empresas se manterem até o surto desaparecer (há casos em que as vendas até aumentaram). Muitas empresas fecharam as portas ao público e resolveram explorar outros canais para os clientes terem acesso aos seus produtos. Abriram os canais digitais, já que os consumidores deixariam de visitar as suas lojas evitando a exposição e limitando a expansão da contaminação do coronavírus.

Uma dessas empresas foi a BrighterBeauty. As plataformas digitais foram largamente utilizadas para minimizar as perdas. Outras empresas seguiram na mesma direção. Um bom exemplo foi uma a transformação de consultores de beleza em influenciadores digitais. Eles fizeram diversas lives para vender seus produtos, já que não poderiam mais se encontrar com sua clientela. Esses novos influencers duplicaram suas vendas após a utilização da internet como seu principal canal de vendas. Inclusive na Itália, atualmente um dos países que mais sofrem com a crise, teve uma disparada nas vendas de livros por meio do canal online, uma vez que as livrarias estão fechadas.

Apesar de tudo o que está acontecendo, agora é um bom momento para fortalecer sua marca nos canais online. O foco nas tendências e nas necessidades específicas dos consumidores frente a epidemia é algo que ajudou a manter essas empresas em atividade.

Oportunidades que a crise traz

Com a restrição da locomoção e a abertura do comércio físico limitado, o e-commerce pode se tornar mais popular. A tendência é de expansão das compras pela internet. A dinâmica de como vender online vai mudar. Precisaremos nos adaptar para capturar a audiência das pessoas que estão visitando os mais variados sites e tipos de conteúdos diferentes, criando novos hábitos em meio ao isolamento. Por meio da internet ainda estaremos todos conectados.

Novas tendências

Como o Brasil tem lidado com a crise? É complicado, mas precisamos aproveitar as novas tendências. O home office está deixando de ser algo tão distante. Poucos times atuavam remotamente e de repente precisamos lidar com essa mudança de forma radical. O acompanhamento e a cobrança dos colaboradores vai continuar por outros meios de comunicação. O contato será digital e logo nos adaptaremos com essa nova forma de trabalhar. Mediremos os prós e contras, tais como, redução de despesas, qualidade de vida, concentração, resultados alcançados. O foco neste momento é evitar os riscos de proliferação. Além disso, se o time estiver infectado, os integrantes não terão a mínima condição de trabalhar e sem querer vão colocar em risco a sua saúde e das suas famílias. A prioridade é a vida das pessoas — a urgência é impedir que ocorram mais mortes.

A redução da jornada de trabalho é um fato que precisamos levar em consideração. Será possível analisar e entender a diferença entre de fato trabalhar para gerar resultados ou apenas vender um precioso pedaço do tempo em troca de dinheiro no final do mês. Esse conceito vai fazer diferença na rotina das empresas. É preciso ficar atento que essa redução da carga horária também virá com redução dos salários. A mudança na lei do trabalho permite às empresas negociarem novos acordos diretamente com seus colaboradores, sem necessidade de acordos coletivos por meio de sindicatos, como era feito anteriormente.

As Edtechs, startups de educação, transformarão a sala dos isolados em sala de aula. Com mais tempo em casa, muitos profissionais podem se especializar e serem mais produtivos. Algumas delas estão lançando campanhas de subsídio para cursos com diversas finalidades para que as pessoas experimentarem o aprendizado online.

Foco na higiene, descobrir como trabalhar remotamente e acima de tudo manter o otimismo.

Otimismo sempre

O otimismo muda as coisas! Profissionais e empresas devem se mobilizar com inteligência, criatividade e muita flexibilidade para passar pela turbulência.

Haverá mais incentivos e sensibilização das empresas e governo. As empresas precisam se ajudar para todos se recuperarem juntos. Casos de se analisar:

  • a suspensão da cobrança de alugueis;
  • estender prazos de pagamento de produtos e serviços;
  • isenção do pagamento de taxas;
  • isenção da cobrança de impostos;
  • extensão dos prazos para pagamento dos serviços de água, energia.

Ainda teremos muitas rodadas de negociação para minimizarmos os danos da crise e evitar o desamparo das pessoas e dos pequenos negócios após a crise viral.

Em um movimento ainda tímido, algumas poucas empresas estão disponibilizando condições especiais para pequenas empresas que estão trabalhando com as suas plataformas. Algumas outras medidas estão aparecendo, como a do comitê do governo aprovando a prorrogação do pagamento de tributos do Simples Nacional. No setor bancário, a Caixa reduziu juros e autorizou uma pausa no pagamento de dívidas. Esperamos por mais medidas e mais flexibilização para minimizar o impacto do coronavírus.

A guerra é contra um inimigo invisível. Para vencer precisamos nos unir, nos proteger e ajudar ao próximo. Lave as mãos, persista e vamos seguir em frente!