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O condomínio como parceiro do e-commerce

Por: Ernesto Barbosa

Executivo de marketing e vendas com passagem em grandes empresas de tecnologia e de inovação como Xerox, TIM e Hyundai Elevadores. Foi um dos principais responsáveis pela análise do mercado, estruturação, marketing e início das operações da Hyundai Elevadores no Brasil. Participou do grupo de executivos que fundou e estruturou a operação da Clique Retire. Atualmente responde pelas áreas de expansão e novos negócios da empresa, sendo um dos profissionais com maior conhecimento em operações e na tecnologia dos e-Box (Smart Lockers) no Brasil.

Setenta por cento de posse de bola, nenhum cartão, uma falha individual do goleiro e o time perde a partida. Quantas vezes não vivemos isso no jogo das nossas vidas. É praticamente impossível ter o controle de todas as situações em que nos vemos envolvidos, mas podemos organizar processos e adotar mecanismos, sistemáticas, soluções que reduzam falhas.

O comércio eletrônico tem sido um expert nisso. É uma atividade fortemente relacionada ao cotidiano das pessoas – e de milhares de pessoas ao mesmo tempo. E o cotidiano é justamente onde ocorrem os imprevistos. Considerar as demandas, as rotinas, as preferências de inúmeros consumidores e ainda os percalços a que estão passíveis é um dos grandes desafios do e-commerce.

Do primeiro contato digital do consumidor com a marca até a entrega do produto em suas mãos, são várias as etapas cruciais que consomem investimentos de todos os tipos – software, atendimento, gestão de estoque, transporte, monitoramento, segurança etc. Agora imaginem se, em cada uma delas, houvesse um entrave. O e-commerce só é possível pelo controle e redução dos entraves. E isso significa atenção e cuidado com o que pode parecer detalhe.

O entrave muitas vezes está na ponta do processo. Basta pensarmos no entregador que chega ao endereço e não há quem o atenda: tão comum e tão prejudicial a uma logística que envolve centenas de entregas. E quando o produto é recebido por alguém que não comunica o fato ao destinatário – ou até furta o produto? Até que seja resolvida a situação, já houve sobrecarga indevida ao serviço de atendimento. Sem contar a situação que se tornou frequente com o aumento das compras online: mercadorias amontoadas nas portarias dos condomínios.

e-Box em condomínio residencial no Rio de Janeiro. Foto: Fernanda Vidoti

A solução tem partido dos próprios condôminos e das administradoras condominiais, cientes de que não é uma função da portaria gerenciar o fluxo de mercadorias: eles trouxeram o “endereço fora de casa” para bem perto da casa e estão instalando armários inteligentes em suas estruturas. Uma contribuição valiosa para o operador de e-commerce.

Muito mais que um guarda-volume, os armários inteligentes representam um sistema de gerenciamento de pacotes. Eles simplificam o recebimento, o armazenamento e a coleta das encomendas. Essas três funções podem parecer simples, mas com o aumento no número de entregas, requerem cada vez mais tempo e mão de obra, além de aumentarem a responsabilidade e, portanto, os passivos da administração.

Em geral, os armários inteligentes têm sido instalados em áreas comuns na entrada dos edifícios e seus compartimentos são atribuídos de forma inteligente a cada entrega para cada uma das unidades residenciais. Isso permite que os produtos sejam alocados conforme o tamanho. Os moradores recebem um alerta informando em qual compartimento está sua encomenda e um código para abri-lo. O funcionamento se estende por 24 horas, todos os dias da semana.

e-Box nos condomínios residencial da Luggo (MRV). Foto: Fernanda Vidoti

Para os entregadores é mais prático e rápido: eles não ficam à espera de quem os receba e podem fazer as entregas a qualquer hora. Para a administração condominial é menos uma tarefa que representa intensa ocupação e grande responsabilidade. Para os moradores, traz comodidade, privacidade e segurança. E para o e-commerce representa a conclusão bem sucedida de sua operação.

Tudo isso, no entanto, requer uma plataforma robusta e confiável para o controle dos armários. Ou seja, a escolha do fornecedor do sistema completo deve ser feita de forma bastante criteriosa. Cabe a este parceiro o estudo aprofundado do tamanho e da geografia do condomínio, do perfil dos residentes, bem como as soluções de segurança, monitoramento e gestão dos pacotes. Só assim pode-se implementar os projetos para atender os condomínios com tranquilidade e segurança, e realmente resolver as dores das portarias, dos síndicos, dos condôminos e dos varejistas.

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