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O checklist do varejo em 2021

Por: Rafael Vargas

Com experiência de 30 anos no segmento de Varejo, atuando no Brasil, México e Estados Unidos, teve uma longa passagem no Walmart e hoje é Executivo de Negócios para Varejo na Softtek Brasil.

Ainda refém dos impactos causados pela pandemia da Covid-19, nas últimas semanas o varejo brasileiro teve, ao menos, dois bons prognósticos para celebrar. O primeiro referente ao aumento de 3,2 para 3,8% da previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). E o segundo, ao crescimento de 1,8% do segmento na comparação com o mês de março, divulgado na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Porém, apesar desse ligeiro reaquecimento do setor, a alta da inflação — que em maio chegou a 8,06% no acumulado de 12 meses — e o ritmo lento da vacinação contra o novo coronavírus no País seguem como alguns dos grandes desafios com os quais os varejistas certamente continuarão precisando lidar.

Imagem de um dedo humano apontado para um carrinho de supermercado digitalizado

O varejista precisou investir em ferramentas tecnológicas, vendas por diferentes canais e automatização de processos.

E como é, sobretudo, em meio às adversidades que a inovação e novas soluções se propagam, não é novidade que o e-commerce venha conquistando cada vez mais espaço entre os consumidores. Afinal, todos ainda estamos sujeitos às restrições de acesso a lojas físicas.

Mudança do varejo em 2021

De acordo com pesquisa realizada pela Neotrust, somente no primeiro trimestre deste ano as compras online já registraram um aumento de 57,4% em comparação com o mesmo período do ano passado. Ou seja, já se trata de uma tendência em alta! Neste caso, são atribuídas não só à mudança no comportamento do público (que está vez mais digital), como à mudança do próprio segmento varejista. Esse, inclusive, precisou investir na adoção de ferramentas tecnológicas, estratégias de vendas por diferentes canais e automatização de processos. Tudo para enfrentar a crise, otimizar sua operação diária e melhorar o atendimento oferecido aos clientes.

Também foi impulsionado pelo avanço dos marketplaces, responsáveis por quase 80% do faturamento do e-commerce no Brasil em 2020 (de acordo com recentes pesquisas de mercado). O Varejo Data-Drive aplicado à experiência dos consumidores está entre as principais soluções tecnológicas — e vem ganhando espaço e garantindo resultados satisfatórios no processo de recuperação econômica do setor. Afinal, apresenta-se em crescente ascensão como uma estratégia que veio para ficar.

Hoje mais do que nunca, ninguém duvida que uma gestão orientada por dados vem se consolidando como um diferencial competitivo no mercado. Isso porque ela é fundamental para basear decisões mais assertivas e desenvolver ações sob medida para as necessidades do consumidor da era digital. E como? Utilizando a Inteligência Artificial para coleta e análise de dados. Entre eles, destaque para perfil, linguagem, comportamento, expectativas e plataformas mais utilizadas por seus consumidores. Lembro que tudo isso ocorre para oferecer experiências cada vez mais convenientes, seguras e personalizadas.

Tecnologias baseadas em dados

Prova disso são as tecnologias aplicadas. Funcionam, por exemplo, para garantir a segurança dos clientes em lojas físicas. Como? Por meio da gestão de ambientes e protocolos sanitários em empresas na fase de retomada de suas ações presenciais. O mesmo vale aos ambientes virtuais, através da implantação ou de serviços em cloud para empresas que estão migrando para o home office — ou ainda por programas de Proteção e Privacidade para adequação à LGPD.

Outro exemplo são as soluções para o gerenciamento inteligente da cadeia de suprimentos ou até mesmo da operação comercial. Neste caso, automatizam e aprimoram processos como:

  • logística e estoque de mercadorias;
  • precificação dinâmica;
  • informação em tempo real;
  • atualização de etiquetas eletrônicas;
  • opções disponíveis de pagamento e muito mais.

Tecnologias atreladas ao conceito de Shopping Experience são pensadas para promover mais do que uma venda, uma verdadeira experiência. Afinal, garantem uma jornada de compra ágil, eficiente e, claro, sem riscos.

Varejo fulfillment

Lembro que para isso, além do varejo propriamente dito, as lojas deverão se tornar fulfillment centers (em português, centros de distribuição) estrategicamente localizados — conforme os resultados obtidos por meio da análise Data-Drive. Esses, inclusive, geridos por uma operação digitalizada. Isso porque tal medida se torna essencial para aprimorar a cadeia de suprimentos. No final, irá reduzir custos, otimizará tempo e garantirá agilidade na entrega ao consumidor final.

E não para por aí. Dentro desse contexto, a comunicação também é mais um ponto essencial. Afinal, será preciso dispor de atendimento em diferentes plataformas (como sites, aplicativos, central telefônica, entre outras). Além de oferecer ao consumidor o poder de escolha, propicia aos varejistas otimizar a comunicação por meio do uso de bots inteligentes (que fazem o primeiro contato de modo automatizado e, em muitos casos, até resolutivo). Portanto, sem necessidade de transbordar a comunicação para um atendente humano. Lembro que tudo isso ocorre sem deixar a humanização de lado.

Até porque o principal objetivo de mapear tendências e investir em tecnologias de alto nível de eficiência é simplificar o trabalho diário das empresas. Tudo para, dessa forma, focar os esforços em cuidar bem dos clientes. Algumas vantagens ao implantar um sistema de gestão que automatize tarefas:

  • coleta de dados de maneira segura;
  • análise do comportamento de seus clientes (fiéis e em potencial).

A partir disso, os varejistas conseguem criar plataformas digitais inteligentes e experiências satisfatórias, agregando um novo valor aos negócios. E, finalmente, passar rapidamente por essa fase mais complexa e se posicionar, definitivamente, em outro patamar.