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Novas gerações e seus impactos no commerce

Por: Thalita Andrade de Souza

Possui mais de 12 anos de experiência no e-commerce em diversas áreas: Marketing, UX, UI, Comercial, Marketplace, Desenvolvimento de Projetos e Planejamento Estratégico. Com perfil analítico e resiliente, é focada em melhores resultados e entregas fantásticas. Graduada em Comunicação Social e MBA em Negócios Digitais, diversos cursos e certificações voltadas para o digital.

Com a chegada da pandemia e o fechamento do comércio físico, vimos o e-commerce dar um salto. Especialistas afirmaram que tivemos um aumento de 70% na base de usuários. Um crescimento que levaria pelo menos dez anos em condições normais aconteceu em apenas três meses.

Com as portas de suas lojas físicas fechadas e redução na circulação de pessoas pelas ruas, muitas empresas viram no e-commerce uma solução para continuar vendendo seus produtos e atendendo seus clientes.

Mas a maioria dessas empresas que aderiram ao e-commerce em decorrência da pandemia não possuem maturidade digital, e implantaram seus e-commerces de forma tradicional. Mas, afinal, o que há de novo no mundo do commerce?

Acabei dando um spoiler no parágrafo acima. Sim, apenas commerce. Pelo que parece, o e-commerce tradicional como conhecemos agora é cringe! Antes que os mais experientes comecem a torcer o nariz, aqui vai a justificativa para olharmos essas novidades com atenção.

Ano passado, a geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) já representava cerca de 40% dos consumidores globais, e não podemos nos esquecer da geração Alpha (nascidos a partir de 2010). São gerações que já cresceram convivendo com o digital: smartphones, redes sociais, jogos de realidade virtual e transações via Internet são normais para essas gerações.

Isso significa que os hábitos de consumo e as preferências de compra dessas gerações estarão e ficarão cada vez mais em alta, pois nos próximos anos eles serão os principais consumidores.

Mas o que quero trazer neste artigo é outra novidade, que também é muito bem vista pelas novas gerações: o alternative commerce, ou apenas alt commerce. As gerações Z e Alpha valorizam experiência e flexibilidade. Querem escolher a forma de comprar sem ficar presos a burocracias, como horário comercial, filas ou formatos muito engessados.

Os tradicionais modelos de e-commerce com baixa ou nenhuma interação são pouco atrativos para esse público. Logo, redes sociais, games e interações dinâmicas que misturam o virtual com o real são o que essas novas gerações valorizam e buscam, e disso surge o alt commerce!

No Brasil, começamos a vivenciar um pouco disso com as live commerces, que surgiram também durante a pandemia. Mas o alt commerce vai muito além das lives. Ele envolve o metaverso, passando por experiências de compras gamificadas e possibilitando que clientes criem seus próprios avatares.

Por aqui, o grande desafio do e-commerce segue sendo a velocidade de entrega, mas meu palpite é que em breve começaremos a ver algumas experimentações mais profundas do alternative commerce; Podemos perceber pequenos passos em direção a isso, como o Magalu financiando o desenvolvimento de jogos para celular com o intuito de integrá-los ao app da loja e possibilitando o resgate de seus avanços nos jogos, como descontos e vantagens em suas compras.

Em termos de interação entre usuários dentro de plataformas de e-commerce, posso citar o case da Shein, que, embora seja uma loja chinesa, já caiu no gosto dos brasileiros. A curiosidade que quero destacar é o comportamento de compra dentro da loja. Os descritivos e as imagens dos produtos criados pela equipe da Shein são menos considerados para a decisão de compra do que os comentários e as fotos dos próprios compradores, que, por sua vez, ganham pontos ao postar seus reviews, e esses pontos podem ser resgatados em forma de desconto em outras compras.

Então, parece que a nova bola da vez é ,de fato, o alternative commerce, e seus frutos já são sutilmente perceptíveis hoje. O e-commerce tradicional a que estamos habituados, e que até pouco tempo atrás era sinônimo de inovação, precisará passar por atualizações e buscar novas possibilidades para atender aos anseios das novas gerações.

Ee aí, você já está preparado para essas novidades?

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