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Não tenha medo do frete para e-commerce B2B

Por: Cristiano Chaussard

especialista em e-commerce, diretor de Tecnologia e Relacionamento da Flexy Negócios Digitais e presidente da ABComm/SC (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico em Santa Catarina)

O e-commerce B2B é bastante diferente do B2C, desde seu público alvo até as necessidades do sistema de vendas online. Para o segmento corporativo, por exemplo, é preciso recursos como listas de preços, interfaces diferentes de acordo com a relação comercial (representante, revendedor, etc.) e integração com estoque central. Mas existe outro fator que merece atenção especial do empresário que deseja investir em e-commerce B2B: o frete.

Em uma loja virtual varejista, os pedidos são finalizados com poucas unidades, o que resulta em um pacote que pode ser entregue pelo próprio Correios ou por empresas de logística que trabalham com esse serviço. No momento de fechar o carrinho, o próprio sistema B2C realiza o cálculo do frete, adicionando o valor ao preço final. No entanto, operações desse tipo para comércio B2B requerem uma atenção especial.

CIF e FOB

O e-commerce B2B funciona com duas modalidades de frete principais. O primeiro é o CIF (Cost, Insurance and Freight), que funciona de maneira similar ao do B2C. Nele, a empresa que está vendendo o produto paga todos os custos de transporte e seguro, ficando responsável por embarcar a mercadoria em um operador logístico, que realizará a entrega para o cliente.

O segundo modelo é o FOB (Free On Board), em que o frete fica por conta do cliente que está comprando. Nesse caso, o cliente realiza o pedido e contrata a empresa de logística para buscar os produtos comprados. Dessa forma, em vez de colocar seu CEP e esperar pelo custo e prazo de entrega, o cliente não terá o custo do frete incluído no pedido, mas terá que informar ao vendedor qual empresa de logística vai mandar para buscar seus produtos.

Cuidados com a logística

Se a sua decisão for vender ao consumidor final, os impactos no seu departamento de logística serão maiores, uma vez que você terá que começar a fracionar lotes em unidades e contratar empresas que façam entregas em locais que não estão preparados com docas para que os caminhões descarregarem produtos, como casas e apartamentos de consumidores finais.

Isso pode gerar problemas em sua cadeia comercial, especialmente se não realizar esse tipo de venda antes do e-commerce B2B, então é altamente recomendável para a indústria e para a distribuidora que elas continuem focadas em seus core business: atacado.

O empresário muitas vezes acredita que, para começar a vender pela internet, ele precisa mudar totalmente a sua logística e contratar uma empresa especificamente para esse propósito, mas isso não é verdade! O que deve ocorrer é um alinhamento com o que já existe no negócio. Afinal, se você estava vendendo e entregando antes da implantação do e-commerce, não é necessário realizar grandes mudanças.

Não se deixe intimidar pela dimensão do seu produto. Afinal, qualquer produto é transportável, então o frete para e-commerce B2B não é um desafio maior do que você já estava lidando em seu negócio anteriormente. Basta organização para receber os pedidos desse novo canal e integrá-lo à sua rotina de entregas.