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Na contramão da economia o e-commerce contrata

Os números de abril do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) registram o fechamento de 97.828 postos de trabalho no Brasil. Em Santa Catarina a quebra no mercado, impulsionada pelo setor agropecuário e pela indústria de transformação (em especial têxtil e mecânica), diminuiu em 4.209 o número de vagas ofertadas.

Especialistas apontam o resultado como reflexo da crise econômica no país e alertam que a retração do emprego não só vai continuar, como deve ficar ainda pior, visto que não há indícios de que a economia vá melhorar nos próximos meses. O ministro Manuel Dias, apesar de não confirmar números, afirma estar ciente de que haverão ainda mais reduções no Caged de maio, que deverá ser divulgado nos próximos dias.

Na contramão dessa queda na economia está o e-commerce, que se não cresce muito, no mínimo se mantém, como afirma o diretor de Comunicação e Marketing da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.Net), Gerson Rolim. Ele complementa que há uma projeção de faturamento de R$ 43 bilhões para 2015, uma expansão de 20% sobre os 12 meses anteriores.

Pudera, dos 204 milhões de brasileiros, 51,5 milhões fizeram no mínimo 1 compra online no ano passado. Isso representa cerca ¼ da nação que necessita de atendimento comercial, profissionais de TI, pós-vendas, financeiro, gestão, comunicação e inúmeros outros setores envolvidos.  

Comércio eletrônico capacita os escolhidos

Não é de hoje que o mercado e-commerce tem dificuldades na contratação de mão de obra. Currículos de colaboradores especialistas tanto em varejo quanto em tecnologia não são nada comuns e, com o crescimento das lojas virtuais, a deficiência se amplia para as demais áreas gerenciais e operacionais. O que acontece então, é que apesar da lacuna em uma das áreas de competência, é feita a contratação seguida de uma capacitação dentro do próprio comércio eletrônico, como a forma mais comum de profissionalização. Segundo a Pesquisa Profissional de E-commerce 2014[2], parceria entre E-bit e Universidade Buscapé Company, 61% dos profissionais aprendeu a trabalhar com comércio eletrônico assim, na própria empresa.

As vagas no comércio eletrônico pertencem a segmentos relativamente jovens e que a intervalos muito curtos inserem e resultam ainda em novas demandas e competências. O mercado profissionalizante não consegue se adequar tão rapidamente para preparar e capacitar esses colaboradores. Assim o deficit que já existe para a mão de obra do e-commerce, não apenas se mantêm, mas aumenta e com o crescimento do setor, se amplia.

Apostar na contratação  de colaboradores das gerações Y e Z é uma boa, já que muitos deles estão em seus primeiros empregos e com baixíssimo índice de turnover. Para isso, além dos benefícios previstos em lei, as políticas da empresa contemplam cursos de línguas, auxílio pós-graduação e especialização, vale cultura e combustível, ginástica laboral, seguro de vida e remuneração com premiação por metas.

Ter equipe é fundamental. Focamos em manter um bom time e acrescê-lo de novos talentos para impulsionar e acompanhar o nosso crescimento. Neste ano serão 12 milhões em investimentos que contemplam infraestrutura, novas tecnologias e equipamentos, mas também voltados à atrair e capacitar novos colaboradores. Nossa meta para 2020 é obter receita bruta superior à 1 bilhão, para isso a equipe deve estar alinhada à nossa visão e missão e trabalhar com foco nos nossos valores. Hoje somos 150, em breve, mais de 300.

Mas trabalhar com e-commerce é trabalhar com o quê?

De modo geral, o mercado de trabalho do comércio eletrônico está dividido entre o campo técnico (com funções nas áreas de designer, desenvolvedor web e de plataformas móveis) e o de negócios (com gerências de e-commerce, logística, metadados, marketing’s, mídias sociais e call center). E a profissionalização do mercado de varejo online em si vem contribuindo para a sua evolução e o seu crescimento, assim como de seus colaboradores.

Quase tão importante quanto a afinidade com a área de atuação, algumas características são fundamentais para quem quer trabalhar com e-commerce: “É preciso  acompanhar as mudanças e tecnologias, ser ágil, rápido no aprendizado. Saber manter o foco no trabalho e no resultado da equipe faz muita diferença. E organização e planejamento são diferenciais.

Atualmente não há garantias de vagas no mercado de trabalho, mas o setor e-commerce se mostra uma opção estável e ainda em desenvolvimento. Hoje – e por um bom tempo ainda – ter formação diferenciada ou especializações dentro da ampla área de atuação e-commerce valoriza o currículo e podem significar dígitos a mais na folha de pagamento.

[1]Conforme dados do 31º WebShoppers, relatório de Comércio Eletrônico Brasileira / E-bit 2014.

[2]Estudo disponível em http://www.profissionaldeecommerce.com.br/pesquisa/2014/pesquisa-profissional-de-ecommerce-2014.pdf