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Multicanalidade e Data Science abrem caminho para pesquisas por voz

Por: Sérgio Hneda

Com graduação em Administração de Empresas pela FAE Business School, possui mais de 10 anos de experiência no mercado de tecnologia, sendo os últimos 6 focados em marketing digital. Responsável por liderar projetos de grandes contas: Madero, Havan, Sage, VTEX, Imaginarium e Resultados Digitais. Especialista em planejamento, atualmente é Head de Estratégias Digitais LATAM na empresa de marketing digital GhFly.

O ano de 2020 trouxe mudanças importantes para o marketing digital, alterando a forma como empresas e clientes se relacionam. O isolamento social imposto pela pandemia impulsionou as vendas online e iniciou uma reação em cadeia, colocando as marcas ainda mais próximas do público, em uma relação que ficou mais direta e transparente.

Em números, a quarentena fez com que o faturamento do varejo digital crescesse 56,8% de janeiro a agosto do ano passado, em relação ao mesmo período de 2019. O número de transações efetuadas aumentou 65,7%, indo de 63,4 bilhões para 105,6 bilhões nos seis primeiros meses de 2020.

Desde o início da pandemia, mais de 135 mil lojas aderiram às vendas pelo comércio eletrônico. Antes, a média mensal era de 10 mil lojas por mês. Os dados são de um estudo do Movimento Compre&Confie em parceria com ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico). Além disso, de acordo com pesquisa da Cashback World, no terceiro trimestre de 2020, foi registrada elevação de 20% das aquisições via e-commerce em relação ao mesmo período do ano passado.

A tendência é que o consumidor não se importe muito com qual é o canal, mas sim com a experiência vivenciada. O cliente pode fazer compras online a partir do computador ou dispositivo móvel, por telefone ou em uma loja física, e a experiência, independentemente da plataforma utilizada, precisa dialogar com ele.

A prestação de serviços é uma vantagem competitiva e as empresas que oferecem qualidade e comodidade saem na frente. Não vivemos a dualidade com o e-commerce de um lado e as lojas físicas do outro. Ambos fazem parte do mesmo ecossistema e precisam funcionar em simbiose.

Ciência de dados

A Data Science também seguirá em destaque em 2021. Para as empresas, saber como interpretar os dados e aplicar o conhecimento obtido a partir disso fará toda a diferença. Dados são um meio para segmentar o público e entregar um conteúdo mais personalizado. É um trabalho que demanda tempo e esforço na comparação com a comunicação genérica, mas que traz mais resultados e benefícios para as organizações.

Apesar de ser algo assertivo, a prática de segmentar e personalizar a comunicação ainda não é adotada por muitas marcas, porque algumas empresas ainda não alcançaram uma maturidade digital ou, até mesmo, não sabem como fazer essa segmentação para se comunicar de forma mais personalizada.

Em 2021, a Data Science vai requerer, ainda, cuidados extras. Afinal, a privacidade e o compartilhamento de informações devem seguir a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), um marco legal de proteção, tratamento e uso de dados pessoais no Brasil.

A questão do relacionamento também entra na seara da personalização baseada em dados. É importante solicitar feedbacks contínuos do usuário sobre a experiência de compra, realizar promoções e focar no pós-vendas para fidelizar e engajar o consumidor. Olhar com carinho para a diversidade também é fundamental para as marcas.

Pesquisas por voz

Outra importante tendência do marketing digital em 2021 é o aumento das pesquisas feitas por voz. Valerá tanto para a própria plataforma de busca do Google ou em aplicativos como Google Assistente, Cortana e Siri.

De acordo com um levantamento realizado pela ComScore, durante o ano de 2021, 50% das pesquisas serão feitas por voz. Isso impacta diretamente a forma como as organizações devem trabalhar seu processo de otimização para ferramentas de busca. A tecnologia também aparece como um saída para a realização de transações e processos sem nenhum tipo de contato.

A união entre ciência de dados, multicanalidade, personalização e tecnologia vai pavimentar o caminho do marketing digital, na relação entre marcas e consumidores. Olhar com carinho para essas ferramentas significa refinar serviços de valor agregado para que atendam às expectativas do cliente. Se antes da pandemia os modelos já apareciam como prioridade estratégica, agora, são o sopro de vida para manter o mercado em movimento.