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Mix de produto: estratégias de produtos para o seu e-commerce

Por: Clóvis Souza

CEO e fundador da Giuliana Flores, maior floricultura online do Brasil, fundada em novembro de 1990.

Sempre avaliei que, para se destacar no cenário de e-commerce, uma empresa precisa fazer o algo a mais. Vender flores pode ser commoditie, mas vender flores de um jeito que agregue valor é uma arte, não para poucos, mas para quem enxerga isso. Todos os produtos podem ser vendidos de uma forma diferente, que encante o consumidor. Afinal, no fim do dia, seja o produto que for, consumidor sem encantamento é apenas mais uma pessoa que passou pela sua loja e provavelmente nunca mais voltará.

Imagem de um tecla de computador azul com a figura de um carrinho de supermercado branco

Com um mix de produto maldefinido, varejo e indústria perdem vendas.

Um varejo existe justamente para servir à clientela com qualidade. Caso o consumidor visite o ponto de venda, mas não se depare com o que estava procurando, certamente migrará para a concorrência — ou escolherá o produto da marca concorrente. Com um mix de produto maldefinido, varejo e indústria perdem vendas.

Precisa estar, primeiro de tudo, no DNA da empresa fazer diferente. Afinal, isso não vem da alta gestão apenas, é preciso que todos sejam ouvidos. É preciso também ter a cabeça aberta para saber que nem todas as ideias vão dar certo, mas ficar parado é muito pior.

Combinação de mix de produto para o e-commerce

Vender flores, muitos fazem, mas quais empresas pensaram em agregar outros produtos e criar kits exclusivos para quem compra? Flor é um ato de amor e carinho, comprada normalmente para celebrar um aniversário, uma conquista, uma data especial, um momento único. Flores e chocolates são uma tradição de décadas, mas será que é apenas com chocolate que flores combinam? O poder de conhecer a fundo o consumidor — e a internet permitiu expandir isso — é fundamental para ampliar a mente e pensar que é possível vender flores com pelúcias, bebidas, semijoias, cesta de café da manhã, bolachas e até brinquedos. E por quê? Bem, a pergunta é: e por que não?

Julio Ribeiro foi um dos maiores publicitários da história da propaganda nacional. Fundador de uma das mais tradicionais agência de propaganda, a Talent, dizia que “mais empresas fecharam por não inovar do que as que tentaram inovar”. Ele, que faleceu em 2018, tinha razão. O mix de produto tem tudo a ver com essa frase, pois inovar não é criar o novo iPhone, mas sim fazer algo de uma forma diferente. O e-commerce, ainda hoje, é uma inovação. Cerca de 90% das lojas de moda, por exemplo, não têm uma loja online, segundo um estudo da plataforma Ozllo.

Ter um grande leque de opções deve ser o foco das marcas. A teoria da Cauda Longa, de Chris Anderson, mostra que há os produtos hit, os mais buscados, e os de nicho, menos buscados. Entretanto, há sempre alguém que busque o que você vende, claro. Os seus produtos hit, como rosas em uma floricultura, por exemplo, terão mais buscas do que produtos muito segmentados.

Mix de produto no marketplace

Sua empresa precisa ter um processo de curadoria de produtos, buscando marcas que possam somar e agregar valor, como Havanna, Ofner e Amor aos Pedaços, por exemplo, consolidadas em seus mercados, que agregam valor a qualquer outro. Uma flor com chocolate é uma coisa, uma flor com um chocolate do Amor aos Pedaços é outra, concorda?

No marketplace, as marcas poderão ter mais espaço para esse mix de produto variado. Afinal, há uma grande tendência de, em breve, todas as lojas serem markeplace no Brasil, ampliando o leque de produtos e consequentemente a busca pela sua loja, atingindo quem procura tanto os produtos hit como os de nicho. Entretanto, ter algo que diferencie seu site da concorrência é fundamental. Por isso mesmo é preciso estar sempre atento ao que pode ser oferecido nas lojas.