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É possível reduzir a dependência da mídia paga no e-commerce?

Por: Gustavo Chapchap

Graduado em Marketing com especialização em Gestão de Projetos, trabalha com comunicação há mais de 20 anos e com e-commerce desde 2006. Redigiu o projeto que originou o Dia do Profissional Digital #404DigitalDay aprovado no plenário da Câmara Municipal da Cidade de São Paulo em 2014. Colaborou com o lançamento do Guia de e-Commerce ABRADi-SP Sebrae-SP escrevendo o capítulo de plataformas, atua como CMO na JET. Em 2019 foi premiado como MVP no Fórum E-Commerce Brasil.

Entre 2020 e 2021, muitos consumidores experimentaram e aprovaram as vantagens da compra online. A estimativa é de que o comércio eletrônico tenha conquistado no período mais de 13 milhões de clientes.

A notícia é excelente, mas é bom lembrar que essa visibilidade também atraiu novos concorrentes. Ou seja, há mais público, mas também aumentou o número de marcas disputando a atenção do consumidor.

Resulta daí a necessidade de as marcas redobrarem a atenção com suas estratégias de atração e de retenção.

No dia a dia, até pelas inúmeras possibilidades oferecidas pelo marketing digital, o e-commerce pode (e deve) diversificar os seus investimentos em comunicação.

Está mais do que provado que dificilmente a empresa terá sucesso se concentrar todas as suas fichas em apenas uma estratégia.

Por exemplo, mesmo que a operação tenha um budget enorme para trabalhar, não faz muito sentido direcionar tudo para mídias pagas.

Sim, os links patrocinados no Google funcionam para o e-commerce gerar tráfego rapidamente, mas quem depende apenas dele pode ter problemas para manter a rentabilidade do seu negócio.

Não tem jeito, é preciso fazer contas o tempo inteiro. Em outras palavras, não dá para se descuidar do ROI. A campanha fez sucesso? Ótimo! Mas qual foi o retorno efetivo para o resultado do e-commerce?

Ainda do ponto de vista financeiro, outra dificuldade é lidar com os custos variáveis. Temos como fazer boas estimativas do valor das campanhas, mas o custo da mídia paga, vinculada ao clique, só será confirmado no final.

A conclusão óbvia dessa história é que, cada vez mais, assim como acontece em todas as áreas do e-commerce, os investimentos em mídia devem ser baseados em um bom planejamento estratégico.

No final, os recursos devem ser usados com inteligência, porque é isso que vai permitir que a operação continue escalando, sem perder rentabilidade.

Refletindo sobre as possibilidades para o e-commerce, separamos algumas alternativas que têm se mostrado eficientes para garantir mais resultados para a saúde financeira das operações. Vamos analisá-las!

Marketing de influência

Devido à importância que as redes sociais têm para os brasileiros (são mais de 150 milhões de usuários no país), as campanhas realizadas com os influencers tendem a gerar bons resultados.

O principal é estudar bem o perfil de cada um deles e, claro, a pertinência com o público-alvo da marca. Parece óbvio, mas ainda vemos empresas cometendo erros nessa área, deixando-se levar pelos “modismos”.

No caso do e-commerce, é importante também avaliar o trabalho com os chamados nanoinfluenciadores.

A vantagem, além do custo menor do que o de um influencer, é a facilidade para fechar parcerias.

Pense nisto: muitas vezes, é possível atuar com pessoas que não têm um volume muito alto de seguidores, mas que conseguem uma alta taxa de engajamento com sua audiência.

A proposta, nesse caso, é que a pessoa ajude a marca a ser divulgada no seu círculo de amizade, família ou mesmo de trabalho.

Pensando nesse último caso, o que vai pesar é o fato de aquele profissional ser uma referência em seu segmento de atuação.

Assim, ainda que ele não tenha o status de uma celebridade, relaciona-se muito bem dentro de determinado grupo e, reconhecidamente, exerce influência sobre ele.

Campanhas para a base de clientes

Não faz muito sentido que os negócios online deixem de aproveitar as inúmeras informações acumuladas sobre os clientes para trabalhar a recorrência das compras.

Atuar de forma adequada com a base de dados do e-commerce impacta diretamente nos resultados da operação. Primeiro, porque é possível fazer ofertas mais assertivas, uma vez que o ponto de partida é o comportamento do consumidor.

Segundo, o fato de a empresa se relacionar com o seu cliente, abordá-lo de forma ativa, aumenta as chances de a pessoa tornar-se uma defensora daquela marca.

No ambiente digital, essa troca de informações entre os consumidores têm um peso enorme na decisão de compra.

E a tendência, se pensarmos no comportamento da Geração Z, que agora chega com força ao mercado de consumo, é que esse tipo de compartilhamento se torne cada vez mais relevante para o sucesso das marcas.

Outro ponto importante, quando se avaliam as campanhas para a base de clientes, é o uso adequado dos próprios recursos disponíveis nas plataformas de e-commerce, como os que contemplam o cross-selling nativo.

Ou seja, a partir da relação de produtos, é possível atuar para aumentar o ticket médio, oferecendo opções como “compre junto”, “produtos relacionados” e “quem comprou também comprou”.

São iniciativas simples de serem executadas, mas que podem ajudar a reduzir a pressão pelos investimentos em mídia paga para promover a atração de novos clientes.

Estratégias de SEO

Comprovadamente, o investimento bem feito em busca orgânica é uma das estratégias que funcionam para diminuir a dependência da mídia paga.

E isso envolve decisões em várias frentes do negócio, uma vez que o cuidado começa na escolha da plataforma de e-commerce, que deve ser preparada com os recursos necessários para a otimização.

E mesmo nas estratégias de mídia paga, é importante que as empresas avaliem o tipo de compra mais adequado para a palavra-chave.

Empresas do setor, como a Conversion, têm sido enfáticas na defesa de que as marcas devem deixar de investir na compra da própria marca no Google.

Nos últimos anos, essa decisão foi baseada no fato de que se a empresa não fizesse isso, o concorrente poderia fazer, prejudicando seus resultados.

No entanto, no Brasil, já existe jurisprudência para evitar esse tipo de prática.

E, em termos de resultados, o que se observa é que quando o consumidor digita o nome de determinada marca no Google, ele já tem a intenção de interagir com ela.

Ou seja, é provável que, em muitos casos, o usuário chegará àquela página, mesmo que não haja o anúncio.

O mais importante é que as empresas repensem as estratégias de investimento, não deixando que elas ocorram no automático.

Temos percebido que o investimento em mídia paga tem pressionado cada vez mais a rentabilidade dos negócios. Então, é fundamental ter essa visão mais estratégica.

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