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Métodos de pagamento próprio: nova estratégia das gigantes do varejo online

Por: Galleger Ilhe

CEO da Bis2Bis E-commerce, empresa especializada no desenvolvimento de lojas virtuais de alto desempenho. Galleger Ilhe possui mais de 20 anos de experiência com programação e consultoria de e-commerce, produz diversos conteúdos online e ministra palestras Brasil afora, ajudando empreendedores a vender mais no mundo virtual.

Um dos grandes desafios das vendas online giram em torno dos pagamentos. As transações financeiras necessitam de uma combinação de múltiplas soluções em uma única plataforma.

E um grupo de empresas inovadoras, que cresce exponencialmente no mercado digital, se viu capaz de atender às expectativas dos clientes e fornecer uma experiência de pagamento perfeita.

Unindo o que há de melhor no e-commerce às facilidades proporcionadas pelos bancos digitais, algumas organizações estão revolucionando o mercado e criando seus próprios métodos de pagamento.

A parceria fechada entre a Via Varejo e a fintech americana Airfox, por exemplo, é uma das grandes apostas do varejo brasileiro na criação de um novo banco digital.

Para você entender melhor por que essas mudanças impactam (e perturbam) o ecossistema de pagamentos como o conhecemos, preparei uma visão geral de 5 organizações que acredito estarem na vanguarda da inovação em pagamentos.

O avanço dos neobanks

Com o surgimento e avanço da internet, o comércio eletrônico se tornou uma parte indispensável da nossa vida cotidiana.

Apresentando um nível completamente novo de conveniência – lojas virtuais na ponta dos dedos, ofertas personalizadas e entregas no mesmo dia — os clientes agora esperam o mesmo tipo de experiência de outros setores.

No entanto, os bancos ainda estão presos aos seus velhos hábitos e muitas vezes não conseguem atender às crescentes demandas dos clientes.

E foi justamente através dessa brecha deixada pelas gigantes financeiras que as fintechs e os e-commerces se juntaram e encontraram ótimas oportunidades para crescer e dominar o mercado.

“Antigamente eu acordava de manhã e sabia que meus concorrentes eram Itaú, Santander, Banco do Brasil e Caixa. Eu mais ou menos sabia as armas que eles iriam usar. Agora, novos competidores podem surgir a qualquer momento”.

A frase citada acima, por Octavio de Lazari, presidente do Bradesco, nos mostra claramente como as novas tecnologias ameaçam a indústria bancária no Brasil e no mundo.

De acordo com a revista Exame, 45 milhões de brasileiros não são bancarizados (não têm conta em banco), embora movimentam 800 bilhões de reais por ano.

E para suprir a inadequação dos bancos tradicionais, estão surgindo novos participantes no setor bancário que são capazes de “fisgar” esse público com produtos e serviços bem atrativos: os neobanks.

Os neobanks são instituições que já nascem 100% digitais, não possuem agências presenciais e nem outras estruturas com burocracias demasiadas.

Seus clientes podem realizar serviços bancários a qualquer hora do dia ou da noite e em qualquer local com acesso adequado à internet.

Utilizando uma plataforma online ou um aplicativo de celular, seus custos com tarifas são baixíssimos ou até mesmo grátis.

Com o foco completamente voltado para a satisfação e comodidade do cliente, são capazes de operar:

  • Transações simples;
  • Pagamentos digitais;
  • Serviços de crédito e financiamento alternativo;
  • Finanças pessoais, como serviços de pagamento de contas e depósito direto de salários.

Métodos de pagamento próprios

Abaixo veja algumas empresas brasileiras que estão investindo em seus próprios métodos de pagamento.

1 – Mercado Livre

Disponível pelo site ou pelos apps, o Mercado Pago é a carteira digital do Mercado Livre.

Atuando como intermediário entre o vendedor individual e o comprador, ele funciona gerenciando suas vendas no site de e-commerce de forma ágil e online.

É possível utilizar seu saldo para realizar compras em diversas lojas ou adquirir serviços variados como recargas de celular e bilhetes de transporte.

2 – Lojas Americanas

Disponível via aplicativo para celulares Android e iPhone (iOS), o Ame Digital é a conta digital das Lojas Americanas. Ele foi criado para pagar compras feitas no seu próprio site e em lojas parceiras como o Shoptime, Submarino e Méliuz.

Com um sistema de cashback integrado, onde parte do valor retorna para o usuário, o serviço também permite enviar e receber dinheiro facilmente entre contas Ame.

Seja através de um QR Code ou de transações como TED e DOC, o Ame não cobra nenhum tipo de taxa. Além disso, ele não emite cartão de crédito/débito nem opera como banco.

3 – Casas Bahia

Muita gente não sabe, mas a Casas Bahia também tem seu próprio banco digital: o BanQi.

O processo de abertura da conta é todo realizado através do aplicativo e de forma bem simples: basta baixar o app, preencher seus dados, criar uma senha e ativá-la.

Pelo aplicativo também é possível pagar boletos, como qualquer outro app bancário, e receber notificações quando uma parcela estiver para vencer.

Não são cobradas taxas para abrir ou manter a conta ativa e também é possível fazer transferências TED sem cobranças para outros bancos.

Um dos seus diferenciais é o seu cartão pré-pago, que possui bandeira Mastercard, além de ser grátis e não possuir anuidade. O cartão pré-pago do BanQi é aceito em diversas lojas e estabelecimentos, além de ser internacional e permitir compras fora do país.

4 – RappiPay

Em março deste ano, a Rappi também lançou a sua carteira digital, chamada RappiPay. Neste recurso, o usuário pode transferir e receber dinheiro, além de dividir entregas.

O saldo do RappiPay vira pontos, sendo R$1 equivalente a 1 ponto. Eles podem ser usados para pedidos no próprio aplicativo do Rappi, trocados por dinheiro ou ainda funcionar como “troco” em entregas futuras.

A carteira digital também permite que sejam efetuados pagamentos em lojas físicas através da leitura de um QR Code.

5 – Renner Masterpass

Primeira varejista de moda do país a oferecer uma carteira digital a seus clientes, a Renner, em parceria com a Mastecard, lançou em 2016 o Renner Masterpass.

Na época, a intenção era criar um ambiente seguro para o consumidor, onde a plataforma armazenasse informações de cartões de crédito, débito, pré-pagos e fidelidade, garantindo simplicidade e agilidade no “check out” das transações online.

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