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Metaverso e o futuro do varejo

Por: Raphael Mello

CEO da LTM. Em 2010, iniciou a sua participação como sócio da LTM, atuando como líder em negócios B2B2C e como responsável pela Unidade de Negócios no setor financeiro. Além disso, participou do desenvolvimento de produtos, projetos e parcerias estratégicas, se tornando responsável por toda a estrutura de relacionamento e aquisição de clientes.

Desde que Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook (agora Meta), deixou clara sua intenção de investir significativamente na construção do metaverso, em meados do ano passado, praticamente todos os setores da economia estão procurando uma forma de participar dessa experiência virtual imersiva e interativa.

Já existem alguns exemplos do que chamam de metaverso, como as plataformas Decentraland e The Sandbox. Elas produzem experiências de simulação virtual, ou seja, permitem que um avatar se encontre com outras pessoas, participe de jogos, compre e venda bens virtuais e se engaje em diversas atividades. Porém, são sistemas individuais que não se comunicam entre si.

O desafio do metaverso é criar um ambiente virtual neutro, único e integrado em que as pessoas possam entrar e interagir.

Mesmo assim, 6% dos brasileiros (cinco milhões de pessoas) já transitam por alguma versão do metaverso, de acordo com o Kantar Ibope Media. Segundo a Gartner, um em cada quatro usuários de Internet vai gastar ao menos uma hora por dia nesses mundos virtuais até 2026.

O desafio do metaverso

Embora esses números sejam animadores, o desafio é criar um ambiente virtual neutro (sem dono), único e integrado, como uma cidade, em que as pessoas, por meio de seus avatares ou por óculos de realidade virtual, possam entrar e interagir. Para isso, a tecnologia e os dispositivos ainda precisam evoluir bastante, já que a criação desse universo vai depender da combinação de avanços em realidade virtual, blockchain, inteligência artificial, aumento de conectividade, assistentes de voz, programas de tradução simultânea de idiomas, ambiente 3D e gamificação, entre outros.

Isso não impede que algumas marcas, como Louis Vuitton, Gucci e Nike já façam negócios no metaverso. Por enquanto, muitas empresas estão vendendo NFTs, e não produtos do mundo real. A Bloomberg Intelligence já prevê que, em dois anos, o metaverso transacione US$ 800 bilhões.

E o futuro?

Porém, no futuro, nada impede que o usuário compre bens físicos no metaverso. Vai ser possível ir a um supermercado, escolher e colocar produtos no carrinho de forma muito mais fácil, dinâmica e rápida, programando a entrega em casa. Roupas, calçados, viagens e até carros poderão ser comercializados no universo virtual.

Nesses estágios iniciais de sua concepção, não sabemos ainda como o metaverso tomará forma. Mas, para os grandes varejistas, já fica o questionamento de como gerar rentabilidade nesse ambiente. Para o pequeno e médio empresário, tudo isso pode parecer ficção científica. Muitos ainda estão começando a sua jornada digital e ainda não exploraram plenamente todas as oportunidades do e-commerce. Porém, de fato, há a possibilidade concreta de o comércio, como conhecemos hoje, ser bem diferente. Basta lembrar que as gerações Z e Alpha, os grandes consumidores do futuro, são compostas por nativos digitais que já estão acostumados com os ambientes imersivos dos jogos online.

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