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Marketplace: sim ou não? Uma auto análise do e-commerce

Apesar de um período de atuação ainda relativamente curto no Brasil, os marketplaces já conquistaram seu espaço junto ao consumidor e adaptaram-se ao mercado nacional. Mas o seu e-commerce está preparado para atuar nesse modelo de negócio?

Este é o último artigo da nossa trilogia que aborda diferentes perspectivas frente ao marketplace e sob o ponto de vista do lojista e-commerce. Iniciamos com “O e-commerce frente ao marketplace” e na sequência “O e-commerce frente ao consumidor”, hoje o foco está no próprio e-commerce, em estar preparado para operar e lucrar com o marketplace.

As colocações são do gerente de marketplace, Diego Lindner, que garante que a modalidade está em alta e que deve se manter estável ainda por um bom período de tempo. “Hoje vejo como inevitável aos e-commerces a parceria com marketplaces. Mas para iniciar uma operação é preciso estar preparado”.

O e-commerce, uma auto análise

Já concluímos que marketplaces são ótimas opções quando o objetivo envolve o aumento de conversões e o desenvolvimento do seu e-commerce, mas há de observar-se que quanto à assistência e suporte ao lojista o modelo ainda possui lacunas.

Como as equipes de assessoria e atendimento dos marketplaces muitas vezes não crescem na mesma proporção das vendas, podem ocorrer déficits tanto para o lojista e-commerce como para o consumidor. “Você deve estar preparado, tenha muita atenção quanto à indexação de itens e a organização dos seus produtos dentro do marketplace. Previna-se, faça o controle e a conferência de processos, operações e valores  para o seu negócio e a sua marca não saírem no prejuízo.

O lojista precisa ter em mente que a energia que deve ser dispensada à gestão de uma operação no marketplace é proporcional a energia dispensada à gestão da sua loja e-commerce. É preciso acompanhar toda a operação gerindo os processos e isso demanda energia e tempo.

“Mais que isso,  demanda atuação desde o cadastro de portfólio e manutenção de feed até organização de produtos e monitoramento de prazos, sem descuidar dos atendimentos e protocolos. Por isso eu indico equipes exclusivas para cuidar das operações marketplaces”.

Além das equipes, o “alto escalão” também deve dispender energia para maximizar todas as possibilidades da operação. A parceria deve ser acompanhada de perto, alinhada a cada desvio e, visto que tendências mudam muito rápido, é preciso ter total conhecimento da operação para renegociações e para que a tomada de decisões seja assertiva.

Falando em decisões, “informações precisas são a base das melhores estratégias” e por isso sua análise de métricas de performance deve ser constante. “Você vai entrar em uma operação que viabiliza suas ofertas a um fluxo de alguns milhões de visitantes e vai se arriscar a fazer isso no escuro? Tenho certeza que não!

Tenha um plano de negócios e políticas de preço bem definidas, trabalhe com metas – específicas para os canais individuais e para marketplaces distintos – e não esqueça que informação aumenta conversão, portanto, faça acompanhamentos diários dos indicadores e monitore resultados”.

Fique atento! Dois gargalos do e-commerce também interferem nas operações marketplaces. O primeiro deles é a logística com seus altos custos, que “além de sua responsabilidade na parceria é um dos seus principais pontos de interação e ganhos na preferência do consumidor. Não deixe que falhas na armazenagem, estoque, envio ou entrega comprometam os seus resultados”.

O segundo ponto é mão de obra especializada e visto que o setor já apresenta dificuldades na contratação de profissionais capacitados, você não pode perder tempo. Planeje sua atuação e prepare-se para treinar suas equipes, mas prefira buscar um parceiro especializado à arcar com eventuais prejuízos.

“Se não for possível no primeiro momento resolver tudo com equipes internas opte pela terceirização de alguns serviços que já contam com especialistas no mercado, como por exemplo a gestão de entregas com os serviços de monitoramento indicados para aferir e ressarcir o não cumprimento dos prazos de entrega junto aos operadores de courier no Brasil”.

E agora que já observei todos os pontos de vista… Marketplace: sim ou não?

Os marketplaces são um caminho relativamente mais curto para levar os seus produtos aos olhos dos clientes e fixar o seu negócio na preferência do consumidor, mas ao percorrer esse caminho, não descuide do caminho do seu negócio e-commerce.

Para finalizar essa trilogia deixamos uma dica de quem gerencia as operações marketplaces de uma holding com 5 lojas especialistas em smartphones: “Hoje vejo como inevitável operar com marketplaces. Mas enquanto você aproveita essa onda, você não deve deixar de lado o seu negócio, o seu e-commerce. Trabalhe para ganhar relevância, preferência e ser referência. Esse é e sempre será o melhor caminho”, finalizou Diego Lindner.