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Loja própria ou marketplace? Invista nas duas

Por: Jefferson Costa

Formado em Sistemas de Informação e pós-graduado em Engenharia de Marketing. É gerente de Market Intelligence na Admatic e na Sieve, que fazem parte da B2W Services, grupo de empresas "best in class" em soluções de tecnologia e logística.

Em 2015, o e-commerce nacional movimentou mais de R$ 41 bilhões. O ticket médio foi de R$ 388, com um total de 106,2 milhões de pedidos. Números muito bons, aliás, os maiores desde que começaram a ser medidos pelo e-Bit, em 2011. Claro que eles começaram a chamar a atenção de muitos empresários, que também querem ganhar um pedaço desse “bolo”.

Diferentes perfis enxergam na internet uma grande oportunidade de fazer novos negócios e buscam referências sobre como estruturar suas vendas online. Durante as pesquisas e estudos, surgem dois modelos de negócio rentáveis: montar uma loja virtual própria ou investir no marketplace.

Isso, de forma natural, gera dúvidas, afinal, qual o melhor caminho? Investir em loja própria ou em um marketplace? A resposta é simples: as duas possibilidades se complementam e ampliam as chances de sucesso.

Para que tudo fique mais claro, vamos apresentar cada um dos modelos e suas peculiaridades.

  • Loja virtual própria: nesse modelo, o lojista irá montar a estrutura de sua loja virtual, negociando com cada fornecedor: plataforma, ERP, sistema de pagamento, segurança, etc. Essas escolhas permitem que a loja seja construída seguindo todas as estratégias da empresa. Por exemplo, uma loja que já possui unidades físicas e tem uma imagem consolidada com o cliente, pode garantir uma experiência próxima daquela que já oferece no modelo tradicional. As ações promocionais e de marketing de performance também são realizadas pela própria loja, que tem autonomia para trabalhar preços estratégicos, formas de comunicação exclusivas ou estreitar o relacionamento com o cliente, o que aumenta as chances dele voltar a realizar uma compra com a loja.
  • Marketplace: modelo mais comentado nos últimos anos, o marketplace é uma modalidade de vendas em que grandes varejistas virtuais, como Americanas.com, Submarino e Shoptime, abrem as portas de suas lojas para que outros vendedores, chamados de sellers, vendam seus produtos usando a estrutura existente de tecnologia, segurança, meios de pagamento e atendimento pós-venda. Não existe taxa de setup e o seller paga apenas uma comissão por cada venda realizada.

Como podemos notar, uma loja virtual está associada à venda, claro, mas também à questão de solidificação de uma marca perante o consumidor final, já que é possível propiciar uma experiência exclusiva de venda e pós-venda. Já o marketplace é um canal de venda muito associado à performance, onde se usa a estrutura empresarial de grandes marcas para se conseguir fazer vendas.

Certo. E em qual deles investir?
Para empresas que ainda não possuam experiência em vendas diretas ao cliente ou querem entender mais do comportamento do e-consumidor, o marketplace faz sentido, já que ele não exige que já se tenha uma loja virtual. Só é preciso possuir um sistema ERP que concentre todas as informações do negócio. A indústria, por exemplo, pode aproveitar esse modelo para deixar de fazer apenas vendas B2B e explorar mais o B2C. No caso de varejos, que desejam (ou precisam) ir para o digital, o marketplace também é válido. Mas, como já possuem conhecimento em vendas, montar uma loja virtual e trabalhar a marca pode ser mais estratégico com o site próprio.

Uma não anula a outra
Engana-se quem acredita que loja própria e a presença em um marketplace competem entre si, muito pelo contrário. O marketplace pode ser um excelente canal de vendas para potencializar as receitas de uma loja virtual. Isso porque as lojas que começam a vender pelo marketplace podem, em um segundo estágio, ter seu negócio próprio, mas, claro, contando sempre com esse canal para gerar receita.

Já lojas virtuais recentes, que ainda não têm público consolidado, podem muito bem aproveitar do marketplace para garantir que o dinheiro entre em caixa enquanto o negócio se tornar escalável, mesmo porque no marketplace, quando o consumidor realiza uma compra, consegue identificar quem é o vendedor, conforme imagem abaixo (os nomes dos sellers foram borrados):

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Portanto, as duas estratégias podem ser aplicadas juntas, e de forma estratégica.

Inteligência de preço aplicada ao e-commerce e marketplace
Os resultados não surgem sem trabalho, portanto, será preciso conseguir gerir o negócio de forma estratégica e isso pede a aplicação de análises de inteligência de preço. De forma prática, é preciso encontrar o melhor preço para sua loja virtual própria, que faça sentido para o cliente e mantenha uma margem saudável para o negócio. Só que, para isso, será preciso entender e conhecer as estratégias de preço adotadas pela concorrência. Essa mesma lógica se aplica ao marketplace, só que é preciso cuidado para garantir que o preço praticado em sua loja virtual seja competitivo em relação ao de outros sellers que também estarão sendo expostos ao cliente.

Um software de inteligência de preço permite que esse processo seja facilitado, além de permitir que todo o processo seja feito de forma automatizada. Ter uma loja virtual, estar no marketplace e conseguir encontrar o preço ideal para cada canal será, sem sombra de dúvidas, um diferencial competitivo para seu negócio se destacar em um mercado com muito potencial, mas igualmente competitivo.