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Indústria com mentalidade de startup: gestão ágil no seu canal D2C

Por: Rhuan Willrich

Meu nome é Rhuan, sou CEO da Híbrido, um time incrível com mais de 120 pessoas e que cresce cada vez mais no mercado de ecommerce brasileiro (ah, estamos contratando!). Fui premiado em 2018 como Profissional do ano em E-commerce pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Meu compromisso diário é fazer com que lojas virtuais cresçam suas vendas online com resultado e sustentabilidade. Atuo também como palestrante e professor de marketing digital e e-commerce, disseminando boas práticas e provocando discussão acerca da construção de operações bem sucedidas utilizando ferramentas de marketing digital. Tenho um compromisso muito forte com o desenvolvimento de talentos no mercado digital, porque acredito que crescemos com um ecossistema forte e engajado.

Ser digital não é apenas entrar no e-commerce. Para encarar as mudanças de cenário, a indústria deve-se preparar para uma realidade ágil e dinâmica. Entenda quais os desafios de implementar um canal D2C e como superá-los.

O processo de digitalização das indústrias não é algo novo, mas está a todo vapor agora. A transformação digital exige práticas inovadoras, que atendam as demandas de um mercado cada vez mais virtual e dinâmico.

Pode parecer óbvio dizer que o mundo está mudando, afinal a única constante é a mudança. Porém, o fato é que ela está acontecendo cada vez mais rapidamente.

Para contextualizar, você já se perguntou quanto tempo diferentes tecnologias levaram para atingir 50 milhões de usuários?

De acordo com a Statista, as companhias de áreas, os automóveis e os telefones levaram mais de 50 anos; televisão, caixas eletrônicos e cartões de crédito, de 20 a 30 anos; o celular levou 12 anos, enquanto a internet e o Facebook atingiram os 50 milhões de usuários em apenas 7 e 4 anos, respectivamente.

Mudança de mindset

Se antes os resultados da aderência às tecnologias demoravam a aparecer, hoje eles são quase instantâneos — e se alteram a toda hora. Por isso, as indústrias, que normalmente têm um timing diferente do varejo, em virtude dos ciclos mais longos de produção, armazenamento, expedição, e pelos volumes financeiros maiores envolvidos, devem adotar um tipo diferente de gestão organizacional se quiserem se manter relevantes no mercado.

Contudo, práticas inovadoras não terão efeito sem a implementação de um novo mindset, isto é, um pensamento adequado às mudanças contínuas. O intuito é deixar de lado a imagem de grandes corporações e estruturas robustas, que são lentas e pesadas, e investir em pulverizar suas ações para que, assim, seja possível alavancar seus resultados e prosperar nesse novo cenário.

Isso significa que implementar um canal D2C (Direct to Consumer) e aproveitar todas as vantagens que ele oferece exige pensar em uma frequência mais veloz e dinâmica, diferente do que é feito hoje. E isso não pode ser um conceito exclusivo do e-commerce, ele precisa estar enraizado em toda a organização.

Abra-se para a experimentação

Para reagir às mudanças de forma rápida e assertiva, é preciso instalar uma cultura de aprendizado que, geralmente, funciona no top-down, isto é, deve partir das principais lideranças. Estas, devem iniciar discussões, inspirar as equipes e estimulá-las para que tenham autonomia e independência ao resolver os desafios diários com agilidade e eficiência.

As principais características que uma equipe de liderança deve ter para atender às atuais demandas é ser empoderadora, desenvolvedora, descentralizada, focada nas pessoas e, sobretudo, investir em aprendizado contínuo – permitindo erros (safe to fail), novas ideias, novos processos, e um movimento bottom-up para evolução do negócio com o feedback dos times que estão na linha de frente.

Alerta de mentalidade atrasada

Preste atenção a frases como “mas sempre foi assim”, “é melhor não mexer, dá muito trabalho” e “vamos ter que fazer isso em um momento mais calmo”. Elas são indicativas de uma mentalidade organizacional ultrapassada e que irá apenas atrasar o inevitável: o progresso da sua indústria.

Tenha em mente que será preciso reconstruir o processo e confiar nos dados para tomar decisões mais acertadas. Prepare-se para uma rotina com processos diferentes e mais dinâmicos, mas com resultados expressivos.

Um novo ritmo

Você já entendeu que contar com um e-commerce dentro da indústria irá alterar as estruturas do seu negócio, certo? Então, para garantir todo seu potencial, ele não pode ser apenas um braço de vendas dentro do setor comercial, mas uma unidade de negócios independente que administra a execução de estratégias e dos resultados.

Por isso, é importante construir uma equipe alinhada com o pensamento ágil e que dê atenção principalmente aos seguintes quesitos:

Logística

A experiência com frete para o consumidor final, diferente da dos revendedores, exige a organização de pacotes individuais, embalagens adequadas e que encantem o cliente, bem como a integração de rastreios online e mais agilidade na entrega.

Atendimento

O público final demanda mais informações sobre o produto e espera que você esteja disponível em diversos canais, como chat online e mídias sociais. Um atendimento deficiente pode ocasionar na perda do cliente e ainda motivar críticas nas mídias sociais, prejudicando a imagem da sua indústria.

Marketing

Ao invés de duas ou três campanhas ao ano, o marketing voltado ao público B2C exige um volume maior de ações e, por conta da natureza específica do seu público-alvo, necessita de estudos para abordagens realmente efetivas para atrair e converter.

Metodologia ágil

Para superar esse desafio de conduzir projetos, muitas indústrias têm aderido à metodologia ágil, uma abordagem inovadora e que se encaixa perfeitamente na Indústria 4.0.

Desenvolvida a princípio para a indústria de software e depois aplicada a outros setores, a Metodologia Agile surge como alternativa à gestão tradicional de projetos, que consiste em fundamentos que buscam otimizar o tempo e recursos, aumentando a produtividade em circunstâncias mais dinâmicas, como as atuais. O foco está em gerar valor continuamente, e potencializar os aprendizados com a jornada.

Entre os principais valores fundamentais dessa prática, estão:

  1. entregar valor ao cliente;
  2. estar pronto para mudanças;
  3. valorizar conhecimento e habilidades humanas;
  4. formar parcerias virtuais.

Existem diferentes formas de colocar este conceito em prática, através de frameworks como o Scrum, Kanban e Squad. Eles criam vida por meio de uma série de ferramentas como Trello, Jira, entre outros – mas não simplifique: mindset ágil vai muito além de contratar uma ou outra ferramenta para colocar o seu fluxo de tarefas e projetos para frente.

Disciplina, capacitação e dados

Como vimos, as indústrias têm um grande desafio pela frente para continuar gerando valor e aumentar o faturamento na era digital. Se você ainda não tiver decidido entrar nesse novo mundo, provavelmente é a hora de iniciar o planejamento.

A transição de mentalidade pode ser difícil, mas é necessária. Investir continuamente em capacitação, confiar nos dados na hora de tomar decisões e ter disciplina na execução irá atrair e satisfazer seus clientes, gerando resultados surpreendentes.

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Fontes: A voz da Indústria; Webinar Híbrido; CIO.