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Inbound Marketing: as perspectivas do novo obsoleto

O Inbound Marketing surgiu como um respiro às incisivas e até invasivas estratégias de vendas. Numa frenética busca pelo cliente e pela fidelização, a competição de mercado exigiu que empresas, marcas e lojistas se embrenhassem em uma caça ao consumidor.

Se não bastasse a concorrência de mercado, a internet se estabeleceu como um fulgor para os consumidores e um martírio para as empresas, pois derrubou as fronteiras territoriais e oportunizou negociações muito mais baratas.

A distância já não é determinante para a escolha da empresa e o preço está bastante competitivo, a oferta de produtos está maior e agora personalização, atendimento especializado e vantagens aos clientes estão cada vez mais presentes nas experiências de compra. Investir em marketing, publicidade e conquista do consumidor soa como uma necessidade básica de qualquer empresa.

Indo contra a base da maioria das estratégias de marketing digital, o Inbound se propôs a trabalhar uma metodologia revolucionaria para as táticas comumente aplicadas pelas empresas, e iniciou uma rede integrada de abordagem, educação e atração de clientes.

Trazendo a teoria mais próxima da prática, a estratégia aposta na informação e pesquisa aprofundada, estudos que permeiam e se estendem do consumidor ao mercado atual e aplicando cada informação no relacionamento com o público.

Mas não como um público e sim como públicos, compreendendo suas necessidades, expectativas e necessidades, entregando ao cliente o que ele está buscando ao invés de inseri-lo em um abismo permeado de publicidades e divulgações muitas vezes vazias e mal elaboradas que geralmente eram ignoradas e evitadas pelo consumidor.

Seguindo o processo natural das boas estratégias, o Inbound ganhou visibilidade, as empresas e agências reconheceram sua importância e verificaram resultados.

Além dos dados comprobatórios, a estratégia é altamente defensável por ir a fundo na experiência do consumidor e resgatar o vislumbre de otimizar vendas baseado em conceitos de respeito ao cliente, privacidade, oferta relevante em uma construção comercial em que o público busca para a empresa.

Os negócios então se conectam às necessidades do cliente, quase uma quimera da publicidade. A ascensão foi grande, então o Inbound Marketing ganhou espaço e atingiu seu ápice.

Não precisa muito esforço e não mais de uma pesquisa rápida no Google para encontrar artigos evidenciando os benefícios de investir na tática.

Materiais, infográficos, dados e estatísticas não negam que o Inbound virou o queridinho do marketing digital. Mas como o processo natural das coisas é a evolução, já começaram a aparecer os decretadores da morte do Inbound.

O Inbound Marketing vai morrer?

A ascensão da estratégia permeou os últimos meses e, junto com o ápice, vem a incerteza da consolidação.

Há quem já designe a morte do Inbound Marketing apontando que a grande adesão das empresas pela tática saturou o mercado e acostumou os consumidores que, agora, a estratégia chega ao momento de estagnação por já ter conquistado sua parcela de mercado e exercido, ainda que com êxito, seu papel promocional.

Ou, ainda, argumenta-se que não é a adaptação do mercado ao conceito Inbound o responsável pela sua falência, mas sim a baixa qualidade empregada nas ações, gerando dezenas de conteúdos lançados na web, que se apresentam aos clientes como Inbound, porém com uma relevância e um padrão extremamente baixos.

Artigos guiando os iniciantes de como adentrarem o mundo do conteúdo aprofundado estão aos montes pelos blogs especializados. Mas, ainda que soe antagônico, a maioria é extremamente semelhante, pouco original, superficial e até mal elaborada, indo totalmente contra os próprios princípios do Inbound Marketing. Esses, então, seriam os agentes da falência.

Mas determinar o fim de algo é um tanto delicado e determinista. Em um mundo cada vez mais dinâmico, ágil e interconectado, as mudanças são cada vez mais rápidas. As técnicas são compartilhadas mais facilmente, testadas e rapidamente comprovadas ou não.

Além da possibilidade de aplicar quase que imediatamente as ideias, surge a interconexão de pessoas dispostas a colaborar e melhorar toda e qualquer ferramenta ou estratégia lançada na web.

Se durante toda a história da sociedade, mesmo as mais retrógradas tecnologias, nada foi essencialmente extinguido, apenas adaptado, melhorado e desenvolvido, como afirmar que nesse universo de constantes aprimoramentos algo vá, de fato, morrer?

Qual o caminho?

Morrer talvez seja incisivo demais, mas estender o sucesso e a adesão da ferramenta por muito mais tempo também não soa plausível.

Com o público identificando que nem tudo é realmente relevante, que empresas têm oferecido muitos conteúdos pouco originais, a procura míngua e em um processo cíclico e interdependente, as empresas se desencantam com a mágica eficiência do Inbound Marketing, que de mágica não tem nada senão a aplicação e dedicação da empresa com o cliente.

Resta então um mercado realmente disposto e especializado na estratégia, eficaz na aplicação das ações e comprometidas com os resultados. Restam então as empresas dispostas e crentes no emprego e na eficiência do Inbound, pois conhecem em profundidade a qualidade, a abrangência e os limites desse tipo de ferramenta de marketing.

Ao encontro dos produtores de conteúdo, o público que acredita e se interessa pelo processo de compras, que prioriza a relevância do conteúdo e tem perfil para esse tipo de tática, continuará existindo e apto a ser captado.

O público é diverso e amplo, capaz de absorver diferentes tecnologias e modalidades de mercado. Se o consumidor alvo ainda existe, a ferramenta persiste também.

Artigo republicado com autorização do autor. Originalmente disponível em: http://www.bluefoot.com.br/blog/inbound-as-perspectivas-do-novo-obsoleto-2/