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Headless commerce: próximo passo da evolução técnica do e-commerce

Por: Tulius Lima

Executivo de Customer Experience na SAP Brasil

É formado em Ciências da Computação, mestre em Engenharia Elétrica pela Unicamp e atua há mais de 25 anos na área de tecnologia. Atualmente, é prevendas de Customer Experience (focado em e-commerce) na SAP, onde ajuda as empresas em suas jornadas digitais.

O comércio eletrônico brasileiro vem crescendo de forma consistente e fechou 2021 representando quase 18% das vendas do setor de varejo. Ainda no ano passado, o faturamento cresceu 48,41% em relação ao ano anterior, enquanto as vendas cresceram 35,36%, de acordo com o índice MCC-ENET, desenvolvido pela Neotrust/Movimento Compre & Confie em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital.

Esses volumes indicam uma clara mudança nos hábitos dos consumidores brasileiros e, mais do que isso, que todo o ecossistema envolvido aqui precisa se preparar para continuar crescendo. E isso já vem ocorrendo. Do lado da tecnologia, o conceito de headless commerce começa a ganhar força como alavanca de desempenho de vendas.

Headless commerce é um passo na evolução técnica do e-commerce, e o diferencial será de quem se adaptar ao novo modelo mais rapidamente.

O que é headless commerce?

Headless commerce é como vem sendo chamada a arquitetura que possui componentes back-end e front-end separados, o que permite trabalhar os elementos do negócio de forma individualizada. Dessa forma, o front-end, ou a “cabeça” do negócio, fica desacoplado do back-end, o “corpo” ou núcleo da plataforma que contém as funcionalidades. O modelo permite que os desenvolvedores utilizem APIs para entregar conteúdos e novas funcionalidades, enquanto os designers preparam tudo isso nas interfaces de vendas.

Aqui, o back-end e o front-end são mantidos independentes, mas integrados via APIs. Isso proporciona uma desassociação conceitual. Assim, enquanto uma equipe especializada trabalha “do lado de dentro”, evoluindo a plataforma, os designers atuam “do lado de fora”, evoluindo e otimizando a loja online para aprimorar a experiência dos consumidores.

Adotando esse modelo, uma estratégia headless permite que sejam agregados a uma loja online apps de checkout, pedidos, logística, pagamentos ou aplicações personalizadas, sem que os designers de front-end precisem mexer nos códigos back-end, bastando utilizar uma API. Ao extrapolar os sistemas monolitos tradicionais, o headless commerce traz muito mais flexibilidade e agilidade para o comércio, permitindo a criação ou o uso de aplicações de terceiros que melhor atendam à demanda do cliente e dando muito mais liberdade para a personalização das interfaces de vendas.

O modelo tem sido adotado em substituição à programação personalizada necessária para produzir e construir um front-end e um back-end separados de forma confiável, que via de regra exige um grande investimento de horas de desenvolvimento e filas de desenvolvimento de meses, contrariando a velocidade exigida atualmente para testar rapidamente novos designs, cópias e modelos no front-end.

Vantagens do headless commerce

Com tudo isso, o headless commerce traz ainda vantagens como:

  • Melhor adoção – ter uma plataforma de comércio moderna junto com a simplicidade do headless commerce resolve a questão da resistência à adoção de novas tecnologias, já que todos os membros da equipe podem acessar e atualizar facilmente o front-end sem habilidades avançadas.
  • Ferramentas certas – o headless commerce oferece ferramentas para criar experiências personalizadas que os clientes não podem obter em outro lugar. Isso graças às APIs, que garantem experiências coordenadas e consistentes com a marca em todos os canais, impulsionadas por serviços de comércio comuns, como promoções, inventário, informações sobre produtos e muito mais.
  • Economia de tempo – com agilidade nas alterações do front-end, os desenvolvedores economizam tempo nas alterações da interface do usuário. Além disso, com modelos headless e soluções de parceiros, eles precisam apenas de alguns cliques ou de alguma codificação leve para iniciar os aplicativos de comércio que aumentam a conversão.
  • Time-to-market – com o headless commerce, é possível lançar novas experiências de front-end rapidamente, reduzindo o tempo de reação a novas tendências de mercado e com um mínimo de desenvolvimento de back-end caro.

Evolução técnica do comércio eletrônico

Do ponto de vista do negócio, a adoção do headless commerce significa giro rápido para atender a novas expectativas dos clientes. Com ele, é possível controlar todos os elementos com os quais os usuários interagem com mais facilidade, trazendo mais criatividade ao conteúdo publicado nos sites e ao design utilizado. Além disso, a compatibilidade universal do headless commerce garante que o site funcione perfeitamente e conforme o esperado entre todos os dispositivos e formatos de exibição.

É mais um passo na evolução técnica do comércio eletrônico e, de novo, o diferencial competitivo será de quem se adaptar ao novo modelo mais rapidamente.

Leia também: Headless commerce: o que é, como funciona e quais as suas vantagens