A grande data global do e-commerce chegou ao Brasil, mas não é a Black Friday
O Single’s Day (11/11) capitaneado na China pelo Alibaba Group bateu em cerca de 20x a Black Friday + Cyber Monday americana em volume transacional (GMV) no ano passado.
Este ano a gigante chinesa contratou a Taylor Alison Swift para um show de visibilidade global e, certamente, esperava mais um recorde de vendas. Em apenas 1 hora de evento, vendeu a previsão de vendas anual do Brasil no e-commerce (cerca de R$ 61 bilhões).
A grande diferença entre as duas datas do varejo é que a chinesa conseguiu e busca cada vez mais a relevância global, a contratação do show da Taylor Swift é apenas mais uma prova disso, enquanto a data americana é algo que ainda está restrito ao ocidente. Na Argentina ou México, por exemplo, as Cyber Sales ocupam outras datas (início de novembro) no calendário e têm muito mais relevância do que a própria Black Friday.
E no Brasil?
No Brasil, a data aterrissou com força total com o anúncio da participação do Aliexpress Electronics Deals e outros grandes players multi-channel como as Lojas Americanas — com direito a anúncio no final de semana em horário nobre na TV Globo — complementam o termômetro de relevância da data no calendário nacional.
À medida que a data cria uma nova oportunidade em vender mais no mercado brasileiro, também cria um paradoxo se analisarmos o comportamento dos grandes varejistas de diversos segmentos, que já vêm trabalhando há alguns anos com a estratégia de Black November, ou seja, uma Black Friday que dura todo o mês de novembro e, em alguns casos, começando com o Esquenta Black Friday na segunda quinzena de outubro.
Single’s Day no Brasil ainda é Oceano Azul
2019 foi o primeiro ano que algumas marcas tomaram a frente de se apropriar da data e podem ou puderam se diferenciar com isso, porém, o gráfico acima mostra que o volume de buscas para a data é irrisório se comparado com outras datas como Dia do Consumidor ou Black Friday, o que demonstra que isso é uma oportunidade (ou Oceano Azul) para que isso seja explorado com planejamento para os próximos anos.
Com a integração de marketplaces cross borders (que vendem produtos chineses no Brasil — hoje em dia além de AliExpress, Mercado Livre e B2W já anunciaram publicamente parcerias estratégicas com parceiros chineses), certamente a data tomará mais vulto e volume a partir dos próximos anos, o que significa que caberá um maior balance de esforços entre a antecipação da Black Friday e a nova data no calendário nacional, mesmo para aqueles que não vendem produtos importados da China.
Novas datas para incrementar o calendário são sempre bem-vindas para na perspectiva do mercado e economia. O Dia do Consumidor, iniciativa que começou capitaneada pelo Buscapé Company, já está permeada e consagrada no e-commerce brasileiro, porém, o Dia dos Solteiros tem um desafio maior que é “quebrar” a forte tradição da Black Friday.
Como se beneficiar?
Como se beneficiar de datas concomitantes e explorar o perfil comercial desta nova data? Este paradoxo o Gestor de e-commerce no Brasil já vem enfrentando com a Black Friday “canibalizar” de certa forma seu Natal.
De forma diferente aos Estados Unidos, onde a BF serve como um limpa estoque, no Brasil, a data tomou um perfil diferente —pelas vendas de Natal no e-commerce apresentarem maior risco logístico de não recebimento até a data chave para o consumidor.
Caberá ao gestor de e-commerce alinhar bem seu calendário comercial e de marketing e bom proveito nas próximas temporadas de vendas, afinal 2020 é logo ali.
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Excelente artigo, traça um novo panorama a ser explorado pelo e-commerce 👏🏻👏🏻