Google, clientes e marketing humanizado na sua loja
Vender é o que todo mundo que tem um negócio quer. Em especial, se é você é dono de uma pequena empresa. E é por conta desta necessidade que disciplinas como marketing, publicidade, relações públicas, entre outras, existem.
Mas o que acontece quando as empresas de tecnologia começam a prometer substituí-las?
Parece incrível, mas não é.
No começo deste mês, o Google anunciou a sua solução apoiada em aprendizado das máquinas (machine learning), o Campanhas Inteligentes, dentro da sua área de vendas de anúncios, Google Ads.
A promessa é que o recurso de Campanhas Inteligentes irá reduzir os custos com marketing, já que as pequenas empresas não precisarão contratar uma agência ou um profissional de comunicação.
O trabalho deste empreendedor irá diminuir pois a máquina fará toda a comunicação para ele. Basta definir:
- O objetivo da campanha (gerar tráfego no site, estabelecimento físico, ligar)
- Dados sobre o negócio (segmento de atuação, horário de funcionamento, raio de alcance, imagens do perfil do Google Business)
Com estes dois direcionamentos, a máquina vai aprender, criar a mensagem dos anúncios e direcioná-la aos potenciais clientes.
Agora, vamos falar de marketing e comunicação.
Seja lá qual for o tamanho de um negócio, definir objetivos é uma tarefa que exige alguma reflexão, porque, como falei no começo deste texto, “todo mundo quer vender”.
Já que a ferramenta do Google ainda não recomenda os objetivos, um profissional de comunicação continua a ser relevante na análise do setor, da marca e da empresa, do momento do mercado e poderá recomendar as prioridades de objetivos da comunicação, investimento, abordagem de comunicação, mensagens e canais.
Inclusão, automação, escala sim! Massificação, não!
Quando o assunto é mídia online, já está pacificado que o Google é quase mandatório no kit básico das empresas com alguma visão comercial ou de marketing.
Entretanto, Google não é sinônimo de mídia online e nem de mídia. E isso precisa ficar mais claro.
A forma como a empresa anunciou o “Campanhas Inteligentes” segue a sua tradicional abordagem comercial de inclusão de empresas no mercado de mídia (verdade) e de solução definitiva para os problemas de comunicação e marketing digital das empresas (nem sempre).
Os varejos online e offline estão sendo empurrados pela necessidade de se reinventar constantemente. Isso porque apenas a mídia digital de conversão direta – aquela que tem como objetivo primário gerar lead, tráfego na loja ou vender com o menor CPA e maior ROI através de um modelo de atribuição de último clique, que o Google e o Facebook vendem tanto e tão bem – não basta.
Junte a isso o fato de que, historicamente, as pessoas rejeitam a publicidade. Uma pesquisa divulgada em 2015 pela Page Fair em conjunto com a Adobe apontou um crescimento de 41% no uso global de ad blockers. Em 2016, 16% dos internautas no Brasil já usavam ad block – no mínimo, não estão vendo mídia gráfica (banners). E uma amiga me contou que sua filha de dois anos resmunga quando entra o comercial no YouTube.
Na vida real, continuamos a vender produtos e ideias para pessoas. Pessoas que são subjetivas e formam seus desejos de consumo por vias que ainda não são totalmente identificadas. O desafio é estar no lugar certo, na hora certa e encantando com promessas verdadeiras (a internet não perdoa enganação).
E advinha quem ajuda pequenas e grandes empresas a pensar e a fazer isso? As agências, os profissionais, a inteligência artificial e as máquinas inteligentes juntas.