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Frete! O pesadelo de todo gestor de e-commerce

Por: Thiago Zampieri

Tem experiência em gestão de e-commerce há 5 anos. Possui MBA em Gestão Comercial pela Fundação Getúlio Vargas. Amplo relacionamento com fornecedores. Habilidades em negociações eficazes e sistema SAP.

Recebo e leio constantemente as opiniões de clientes informando de que as lojas são ótimas, as experiências são agradáveis, fácil navegação para encontrar tudo o que precisa, bons produtos, facilidades na escolha do pagamento, etc e etc. Nos gestores ficamos felizes, parece um “conto de fadas”, a loja ser reconhecida pelos seus esforços e conquistar a satisfação de seus clientes é uma experiência gratificante. Porém, como todo super-homem, temos ponto fraco, a criptonita, o conhecido FRETE.

O custo de transportar uma mercadoria até o cliente é uma das discussões mais antigas entre os lojistas e seus e-consumidores. Antes, para adquirir um produto, o cliente deveria se deslocar até a empresa X, procurar o produto desejado, andar até a empresa Y, Z e fazer cotações dos produtos para finalmente concluir sua compra. Saíam felizes depois da décima quinta loja visitada, pois acreditava ter feito um bom negócio e estavam leva-no para casa o item tão desejado.

As coisas mudaram! A violência e os riscos de sair de casa aumentaram, o tempo se tornou curto e cada vez mais escasso na agenda das pessoas. O cliente quando ia buscar a mercadoria na loja, com certeza tinha-se um custo (só passava despercebido): seja o combustível, passe de transporte, taxi, o estacionamento e muitas outras despesas.

Entretanto, a tecnologia disponibilizou uma nova forma de comprar, a VIRTUAL. Essa nova forma de adquirir produtos – que utiliza a internet como ambiente de compra e venda – oferece a comodidade de receber as nossas compras em casa, no trabalho ou qualquer outro lugar que desejar colocar para entrega, ao invés de termos que andar por N lojas; efetuar compras com agilidade e gastar pouco tempo na tomada de decisão, além da liberdade de horário para comprar – o melhor dos mundos! E agora eu me pergunto: quem paga por toda essa comodidade de receber o produto em casa?
Sabemos que os custos operacionais de um e-commerce exige menos que uma loja física tradicional (que acredito ser mais indicada para produtos especializados, tema para outra discussão).  Porém, não podemos desprezar ou ignorar a conta de transporte para os produtos até o cliente.

Quando as lojas virtuais surgiram, era comum o frete ser calculado dentro de um percentual do valor total do pedido ou da nota fiscal. Esse mesmo cálculo era feito pelos transportadores, e assim, os sites cobravam de seus clientes esse valor, tornando junto a negociação a todos.

Por exemplo: se um produto era vendido por R$100,00 o frete 10% do valor da compra, seria R$10,00 o valor cobrado.

No passado dos e-commerces, para melhorarem suas participações dentro dos canais existentes e aumentarem seus adeptos da compra virtual (consequentemente melhorar seus faturamento), o frete foi banalizado, como forma de investimento, utilizado como marketing e isso agradou a todos (e como!), ajudando a contribuir para o crescimento desse canal de vendas.

Sabemos que essa realidade de cálculo de frete mudou, e muito. O Brasil é um dos maiores países em extensão territorial e sua malha viária é precária. Faltam investimentos para pavimentação, manutenção de veículos, além dos altos custos operacionais e de impostos (ex. protocolo 21/2011). Tudo isso, torna o valor do frete para um produto pequeno, cobrado pelo transportador, extremamente caro. Às vezes, dependendo da localidade, próximo ao valor de venda do produto.

Como a prática de baixos valores para o fretes tornaram-se comuns e acostumou mal os novos e-consumidores, e é dever dos gestores de e-commerces renovarem constantemente suas estratégias para gerenciar essas despesas. As estratégias podem ser, desde tabelas de valores de frete por região à incorporação de parte do valor do frete no preço de venda dos produtos.

“Trabalhe com inteligência ou vai perder dinheiro, e ele, é FINITO”.

A realidade é que essa despesa é cara e, se não for tomado o devido cuidado, tornar-se um “custo fixo” alto. Ter uma estratégia de frete balanceada é uma obrigatoriedade em e-commerce. Saber dosar uma boa política que custeia parte do valor cobrado do frete ao cliente pode ter resultados positivos para o crescimento da loja, além de conseguir boas opiniões e motivar novos clientes. Pense nisso e dedique um pouco do seu tempo nessa etapa do seu e-commerce. Pode estar ai um caminho a percorrer para ter melhores resultados!

Sugestões sempre bem vindas. Abraço é até a próxima.