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Facebook ultrapassa o Google e vira oportunidade para negócios de mídia

Por: Rafael Martins

CEO e Co-fundador do Share. Estuda profundamente o mercado de comunicação no Brasil e no mundo, participando ativamente dos maiores eventos do mundo. Palestra em diversas eventos pelo país e dentro de algumas das maiores empresas e agências do mercado. Já realizou projetos com empresas como: Twitter, Facebook, Nubank, MC Donalds, Globo, Redbull, Grupo RBS, Bradesco, 99, Pinterest e entre outras.

Era esperado que em meio à pandemia as verbas de comunicação e marketing seriam as primeiras a serem cortadas. Até porque historicamente é isso que acontece, e nós sabemos.

De forma geral, essa redução se deu porque a demanda por vendas imediatas tomou conta da grande maioria das empresas. Não é um momento de construção de marca — exceto para quem pode fazer isso. É hora de salvar o caixa, seguir vendendo (mesmo que pouco). E isso, consequentemente, faz com que a verba que sobra para mídia vá para o que chamamos de fundo do funil, que significa peças de mídia e comunicação mais focado no “compre agora”.

Prova disso foi o balanço de receita que o Facebook e Google anunciaram semana passada. O Facebook teve um aumento em sua receita de 11%, porém mais lento do que vinha tendo. Vale lembrar que isso ocorreu mesmo com boicote de algumas marcas pelo #StopHateForProfit — ou seja, lucrou bastante. Já o Google registrou seu primeiro declínio de receita da história, pois boa parte de sua receita vem de setores que foram muito afetados pela pandemia, como o Turismo, por exemplo. O Grupo Expedia é um dos maiores anunciantes do Google no mundo.

De forma geral, o Facebook vem enfrentando a pandemia melhor que o Google

O primeiro ponto é que com a pandemia tivemos uma corrida expressiva de pessoas e empresas para vender na internet. Elas buscaram ferramentas que pudessem impulsionar as vendas, e nisso o Facebook ganha. Afinal, é uma ferramenta de mídia bem intuitiva, fácil de usar e com muito mais recursos que o Google. Com isso, pessoas mais leigas ou com pouca familiaridade digital conseguem com poucos cliques subir um anúncio custando R$ 10 por dia.

O segundo ponto são os mercados que usam mais e menos o Facebook e o Google, e quais destes foram mais ou menos impactados. Mercados como jogos, baixar APPs e o próprio e-commerce de pequenas e microempresas impulsionaram o crescimento do Facebook como plataforma de mídia.

O terceiro ponto é que uma boa parte da receita do Google vem do YouTube com formatos mais focados em Branding que neste momento foi cortado por muitas empresas. A linha de receita do YouTube está sofrendo muito com isso e, consequentemente, a receita do Google como um todo.

De forma geral sempre falamos que o Google seria a principal mídia para converter no digital. Afinal, as pessoas estão em um momento de compra ao fazer uma pesquisa, o que é verdade. Mas, depender de setores específicos para impulsionar sua receita sempre foi algo arriscado para qualquer empresa.

Dito isso fica um alerta importante para outras empresas de mídia/veículos e uma boa oportunidade.

Ter opções de baixo custo e de uso específico na ponta, sem intermediários e com facilidade de uso, pode significar não só uma receita nova para veículos, mas uma linha bem considerável dado o volume de demanda crescente que temos agora com novos entrantes no digital que só irá crescer.

Com a fragmentação do mercado como um todo e o impulsionamento de novos entrantes no digital, cria-se aí um boa oportunidade para os veículos.