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Experiência holística de compra no e-commerce em tempos de coronavírus

Por: Gustavo do Valle

Formado em Administração pela UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina), começou a empreender ainda na faculdade, em 2012, quando fundou a startup Decora. Nos primeiros anos da empresa, atuou como único representante comercial, financeiro e administrativo, alterando e articulando a startup para fornecer a melhor solução para seus clientes. Em 2018, a Decora foi adquirida pela produtora global CreativeDrive por U$ 100 milhões, uma das maiores aquisições do cenário brasileiro de startups do ano. Hoje, atua ativamente como CEO da divisão da empresa no Brasil em Florianópolis, cidade onde nasceu.

Não há dúvidas de que o mundo sairá diferente do que entrou na pandemia do coronavírus. Em 2008, quando houve uma grande crise financeira, algumas empresas conseguiram se fortalecer e outras até surgiram para suprir novas demandas, como foi o caso da Uber e Airbnb. Mas a crise do coronavírus vai ser diferente: ela vai ser marcada na história não só por ter afetado as taxas de crescimento global, mas sim por ter mudado o comportamento humano.

Os empreendedores que buscam por novas soluções e farejam o “the next big thing” possuem uma janela de oportunidade — talvez única — de entender e tentar prever o que será o mundo pós Covid-19. E eles têm um grande aliado temporal nesse momento: o mercado chinês. Retomando lentamente suas atividades, a China já está mostrando diversos novos comportamentos que surgiram por conta da quarentena. Prova disso são os dados da JD.com, um dos maiores e-commerces chineses: a venda de produtos frescos online aumentou 215%, e especificamente falando de vegetais frescos, o aumento foi 450%.

Esta é uma mudança que já virou tendência global. Na Europa, aumentaram as vendas de alimentos congelados, o número de clientes online da rede Carrefour, os pedidos de delivery e a venda de serviços e produtos para a prática de exercícios físicos em casa. No Brasil, não é difícil de prever: em 2019, cerca de 30 milhões de pessoas compraram online e o faturamento do setor alcançou R$24 bilhões. Segundo dados do Compre e Confie — empresa do grupo ClearSale que trabalha com inteligência de mercado e atua no ramo de antifraude para e-commerce — com a crise, só nos primeiros quinze dias de março as vendas digitais aumentaram 40%.

Experiência de compra holística

Este aumento exponencial dos e-commerces vai mostrar de forma ainda mais clara o que nós já tínhamos percebido: a importância de uma experiência de compra holística. Aquela que permeia toda a jornada do usuário até chegar ao clique final confirmando o pagamento. Se os consumidores estão sendo privados das compras em lojas físicas, onde podem ver, tocar e manusear objetos, como fazer o processo da compra online ser tão prazeroso quanto?

É aí que entra a tecnologia. E se ela já costuma quebrar paradigmas por si só, a pandemia do coronavírus veio para acelerar esse processo. Soluções em 3D e realidade aumentada, que antes pareciam tão distante, já fazem parte do diferencial de algumas empresas — que saem um passo à frente nesse momento. Dar ao consumidor a possibilidade de uma visualização mais real do produto traz uma experiência de compra muito mais rica e acertada. E não só isso: também é uma chance de reduzir custos e aumentar o lucro das empresas. Converter seus produtos em 3D e aplicá-los digitalmente traz uma infinidade de possibilidades que teriam um gasto altíssimo com fotografias tradicionais.

No meio de toda essa reinvenção, em que patamar está o seu negócio? Sua empresa está antenada com as principais tendências do mercado e preparada para as inevitáveis mudanças que estão por vir? Toda crise traz lições positivas, e o empreendedor tem papel crucial nesse momento. Afinal, é ele quem vai ajudar a fortalecer a sociedade com soluções inovadoras.