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Por que sua estratégia de entrega é mais importante do que nunca

Por: Gustavo Artuzo

Gustavo Artuzo é o diretor executivo da Clique Retire, empresa inovadora de logística para o e-commerce. Antes disso, foi diretor de desenvolvimento de negócios no fundo de private equity Patria Investimentos, além de CFO na Delly’s, empresa líder em distribuição para food service. Tem também experiências relevantes no setor de real estate, atuando na Cyrela, Direcional Engenharia e Cury Construtora. Gustavo é engenheiro formado pelo ITA, com MBA pela Wharton School.

Você sabe que uma experiência negativa pode ter um impacto irreparável no seu relacionamento com os clientes? Já é conhecido pelo mercado a forte associação de toda a experiência de compra online à marca do varejista digital: desde a navegação no site, facilidade de pagamento, qualidade dos produtos até a experiência de entrega e, por vezes, a devolução. E com os crescimentos dos volumes, a estratégia de entrega tem sido um ofensor na experiência do consumidor, em face de expectativas cada vez mais ambiciosas de prazos e nível de serviço.

Na pesquisa Last Mile Delivery: What Shoppers Want and How to, 84% dos consumidores afirmam que não voltam a comprar de uma marca depois de uma (e apenas uma) experiência de entrega ruim. Isto é, na maioria absoluta dos casos, segundo o estudo, basta um erro para manchar imagem da marca e ruir a lealdade do cliente. E consequentemente, afetar os resultados financeiros do seu negócio. Está na hora de pensar em uma boa estratégia de entrega para o seu e-commerce.

Deveria ser óbvio, numa pandemia, insistir de que é essencial se concentrar na estratégia de entrega de seu e-commerce. Mesmo assim, há marcas renomadas que estão sofrendo com questões logísticas ante a volumes de demanda inimagináveis antes da pandemia.

Experiência e conveniência: rainhas no trono

O cliente escolhe de quem comprar com base em sua experiência geral e ter simplesmente o menor preço ou o melhor produto não são mais suficientes. Frequentemente as condições de entrega, seja prazo, conveniência ou preços são fatores críticos para converter novas vendas. Os consumidores pesquisam exaustivamente, comparam produtos e varejistas com antecedência, então não pense que eles não vão comparar também os serviços de frete.

De acordo com a National Retail Federation (NRF), 65% dos consumidores procuram frete grátis antes de adicionar itens aos seus carrinhos. Ou seja, varejistas que não oferecem esse “agrado” – definitivo ou em promoções específicas – podem perder um fluxo considerável de compradores.

A mesma NRF, no estudo Winter 2020 Consumer View, também identificou que nove em cada dez consumidores escolhem um varejista com base na conveniência. São compradores à procura de e-commerces que os ajudem a economizar ainda mais tempo e energia num dia a dia cada vez mais agitado.

E, quando se trata de remessa, eles desejam preços acessíveis, opções de entrega flexíveis e entrega rápida. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais da metade dos consumidores envia sua mercadoria para um local alternativo com horário estendido – como os e-Boxes (armários inteligentes) – pagando taxas de frete reduzidas e recebendo o produto com rapidez e conveniência.

Em 2021, e-Boxes são para todos

Há pouco mais de três anos, li um artigo aqui mesmo, no E-commerce Brasil, em que um executivo afirmava que a solução de smart lockers era bastante interessante. O mesmo executivo argumentava, porém, que o investimento compensava apenas para gigantes do varejo como a Amazon, uma das primeiras a lançar o serviço (próprio) nos EUA, em 2011. Mas, quem disse que essa é a melhor estratégia de entrega?

Ao longo dos anos, os modelos de negócios evoluíram até que empresas inovadoras passaram a oferecer soluções logísticas completas. Tais empresas passaram a investir em redes abertas de e-Boxes, permitindo uma democratização do uso desses equipamentos. Por não ter que “bancar” uma rede fechada, os e-commerces (dos grandes aos pequenos) passaram a ter a opção de usar os armários inteligentes sem ter que fazer os pesados investimentos em máquinas próprias.

O salto dessa tecnologia no Brasil foi imenso nos últimos dois anos, e a pandemia coroou de vez o custo-benefício dos armários inteligentes tanto para o consumidor como para o e-commerce.

Com os e-Boxes, muitos negócios ampliaram significativamente suas vendas ao oferecer novas modalidades de entrega e ampliar seu público alvo. Um excelente exemplo é a utilização dos armários inteligentes por consumidores com restrição de CEP e que evitavam o e-commerce pelas dificuldades de receber em casa.

Estes consumidores que antes da pandemia compravam em lojas físicas, passaram por uma mudança de comportamento e passaram a adotar o e-commerce como sua opção preferencial em conjunto com o recebimento nos armários inteligentes.

Além da ampliação do mercado endereçável, os armários inteligentes viabilizam uma saudável consolidação de cargas que resulta em reduções entre 20-30% dos custos de fretes. Ao invés de entregar 50 pacotes em 50 endereços em uma longa rota, o mesmo veículo pode entregar as mesmas 50 encomendas em um único e-Box, em rotas otimizadas. Fazendo rotas de 10 ou mais e-Boxes por dia, a eficiência logística é multiplicada. Maior eficiência se traduz em menores custos.

E, o principal: ao modernizar as estratégias de entrega de produtos, o comércio eletrônico entrega ao consumidor do século XXI o que ele quer: praticidade, economia, conveniência, rapidez, frete barato. Enfim, a melhor experiência. No varejo, o consumidor é rei. Vamos atender aos anseios de sua majestade para continuar ampliando as vendas do e-commerce brasileiro.