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Estaria o Pix dando um fim no dinheiro em espécie?

Por: Alan Chusid

Alan se graduou em Administração de Empresas pela ESPM. É um dos cofundadores do Neon, um dos principais bancos digitais do Brasil, do qual foi Diretor Comercial & Negócios. Antes do Neon, Alan fundou uma empresa de tecnologia focada em logística chamada Speedyboy. Anteriormente, ele trabalhou como trainee na Andrade Gutierrez e no mercado financeiro na divisão de Asset Management da Advis. Alan também é dono e aconselha empreendedores de diversos setores, em empresas como a Naked Nuts, Troco Simples e Linus.

A inclusão financeira deu um grande salto de 2020 para 2021 e isso só foi possível porque a tecnologia protagonizou nos meios de pagamentos. Nesse cenário, o Pix e o Open Banking merecem o seu devido destaque. O acesso ao crédito e aos próprios bancos tornou- se mais simples nessa nova era, assim como a forma de lidar com o nosso dinheiro no dia a dia. Hoje tudo é muito digital.

Desde o seu lançamento, lá em novembro de 2020, até o seu primeiro aniversário de um ano, o Pix já conquistou o coração de mais de 100 milhões de brasileiros e atualmente a modalidade de pagamento é uma das grandes apostas dentro dos comércios eletrônicos. Mas por que falar, neste momento, dos e-commerces.

Os dados são quem ditam esta conversa. Uma pesquisa feita pela Nielsen Webshoppers e NeoTrust revelam que no primeiro ano da pandemia mais de 7 milhões de pessoas no país compraram online pela primeira vez. E se o número parece pouco, temos uma comparação: 7 milhões de pessoas é o mesmo que a população inteira do estado de Goiás.

Com a chegada da pandemia, comprar online virou uma realidade para muitas pessoas, afinal, o importante era priorizar as medidas de segurança e saúde. Mas mesmo um tempo depois, com o afrouxamento dessas medidas, esse é um hábito que continua crescendo. Um ano depois, no primeiro semestre de 2021, o valor faturado pelos e-commerces bateu o número de R$53,4 bilhões, o dobro dos dois anos anteriores.

Nesse mesmo contexto, um outro fator acontecia dentro do universo financeiro: a redução do número de cédulas e moedas no Brasil. Isso mesmo, a circulação do dinheiro tradicional em espécie diminuiu. No geral, até o momento houve uma queda de 10,5% quando traçamos uma comparação com o final de 2020.

Há uma relação entre a diminuição do dinheiro em papel e a chegada do Pix? Existem visões distintas sobre o assunto, mas é importante ressaltar que o novo meio de pagamento já é o favorito para milhares de pessoas em todo o Brasil. Isso não há como negar.

O Banco Central aponta que ainda não concluiu se uma coisa tem a ver com a outra, enquanto varejistas acreditam no potencial do Pix dentro de suas lojas. A própria Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que dois terços da nossa população mudaram a forma que lidam com os pagamentos. Na pesquisa realizada pela CNDL em parceria com o Sebrae, 44,6% dos brasileiros afirmam que as transferências eletrônicas se tornaram mais frequentes em suas rotinas.

É uma hipótese a de que o Pix ainda não tenha tomado o espaço das cédulas e das moedas. Mas há certezas que merecem ser compartilhadas mais uma vez. Pouco a pouco esse meio de pagamento vai conquistar um espaço ainda maior no Brasil, construindo um país mais inclusivo e democrático financeiramente. Para falar a verdade, essa história já começou, quando no ápice da pandemia, o Pix foi essencial para os programas governamentais, como o Auxílio Emergencial.

A digitalização dos meios de pagamento já é uma realidade, é uma tendência e é o que esperamos e desejamos para o futuro. Além do Pix, vemos a chegada do Open Banking e também o BNPL — Buy Now Pay Later. Tudo vai ser mais fácil, rápido e acessível e educar a população a respeito de todas as novas e boas mudanças é o primeiro passo. O desenvolvimento do universo financeiro se constrói com informação.