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Entrevista com Ricardo Jordão, CMO da Rakuten

Por: Redação E-Commerce Brasil

Equipe de jornalismo E-Commerce Brasil

Ricardo Jordão é Chief Marketing Officer da Rakuten no Brasil e esteve presente em Chicago no Shop.org para conferir o que há de novo no comércio eletrônico que é referência para o mundo.

E para nos dar um norte no assunto, o Ricardo respondeu algumas perguntas comparando o nosso mercado brasileiro:

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1- Qual o apoio que o governo Americano dá para o comércio eletrônico?

O prefeito de Chicago abriu o Shop.org 2013 com o seguinte discurso: “Não estamos aqui para criar empregos, não é isso que o governo faz. Nós criamos a plataforma para o empresário criar empregos”. Nunca ouvi um político brasileiro fazer tal declaração, que é verdadeira; quem cria emprego são as empresas. O governo americano se responsabiliza em oferecer toda a infraestrutura para o desenvolvimento do comércio e indústria, como aeroportos modernos com alta capacidade para aviões de carga; boas estradas, banda larga, boas universidades, etc.

Um dia antes da abertura do evento, a Asssociação do Shop. Org promoveu uma pré-abertura que reuniu jovens americanos de escolas públicas a fim de instruí-los sobre as possibilidades de carreira dentro da área de comércio eletrônico. A preocupação em oferecer um futuro profissional para os jovens é muito grande.  Os americanos se preocupam em fornecer formação, instrução para as próximas gerações.erdadeira; quem cria emprego são as empresas. O governo americano se responsabiliza em oferecer toda a infraestrutura para o desenvolvimento do comércio e indústria, como aeroportos modernos com alta capacidade para aviões de carga; boas estradas, banda larga, boas universidades, etc.

2- Como você vê as inovações de fora serem implementadas no Brasil?

No Brasil, estamos na fase da taxa de conversão, dos clicks de email, a era de vender. Não estamos atentos ainda ao relacionamento. Podemos dizer que o Brasil está na primeira fase do e-commerce. Estamos na fase do conseguir vender direito, colocar o preço certo, entregar certo.

Relacionamento hoje é a palavra chave no e-commerce americano.  Dentre os cases que foram apresentados, se destacam os marketplaces com pegada social. O maior exemplo é a Wanelo, que em apenas dez meses conquistou 10 milhões de usuários e possui 200 mil lojas com produtos a venda. O foco da Wanelo é reorganizar o varejo em torno das pessoas. Pelo app ou desktop você segue clientes do marketplace, histórias e tendências, e não necessariamente a marca Wanelo. Os clientes passam 50 minutos por dia conectados no marketplace.

3- Quais são as perspectivas para o mobile no Brasil em comparação aos EUA?

O mobile já deveria estar bombando por aqui, mas o brasileiro não adota tecnologia na velocidade que deveria. Toda a classe A e B possui smartphone. Por que as lojas ainda não têm plataforma?

A Netshoes foi a única empresa brasileira a palestrar no Shop.org e apresentou seu aplicativo mobile. Dos 16 milhões que visitam a loja mensalmente, 2.5 milhões o fazem via mobile.  O mobile já representa 5% dos R$500 milhões em vendas anuais e a Netshoes espera que ao final do ano essa porcentagem passe para 10%.

Nos EUA, 13% do e-commerce americano é mobile. Só a categoria moda é mais de 50%. Todas as marcas legais tem app bonito, bem feito.

4- O que mais te chamou atenção no Shop.org Annual Summit?

O que mais chamou atenção foi a consciência das grandes empresas em digitalizar seus negócios já tão consolidados.  A inovação na junção redes sociais & e-commerce. A proximidade e o relacionamento com o consumidor.

Vamos pegar a Walgreens, uma das maiores redes de farmácias americanas, como exemplo. Eles possuem mais de 8.000 lojas físicas e empregam mais de 70 mil profissionais especializados em saúde dentro de suas farmácias. Essa empresa dá foco total no mobile, já que 50% do tráfego do seu e-commerce vêm de smartphones. Oferece aplicativos gratuitos, como por exemplo, o app que te lembra do horário de tomar seu remédio. Permite que você faça sua compra online e a retire em esquema drive thru em uma das 900 lojas físicas que já oferecem o serviço. Oferece programa de fidelidade que já tem 85 milhões de cadastrados.

5- O que precisamos mudar para acelerar o crescimento do setor e ter um mercado mais maduro?

O mercado brasileiro até está maduro. Poderia ser mais inovador, e para isso, os líderes das empresas precisam ser mais inovadores. Para aumentar o mercado, as empresas precisam impulsionar a base da pirâmide, os pequenos varejistas. Muitas lojas só existem e existirão porque existem os impulsionadores.