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Em ano de crise, agência que faz o cliente vender cresce mais

Por: Diego Ivo

Diego Ivo é fundador e CEO da Conversion, agência especialista em SEO (Search Engine Optimization), estrategista de marketing digital, especialista em crescimento orgânico, palestrante de diversos eventos no Brasil e no exterior. Foi um dos brasileiros a palestrar no eWMS, evento de Philip Kotler.

Nos últimos dez anos, o mercado brasileiro viu um crescimento do consumo como há muito não se via. O crédito era farto, a ascensão entre as classes sociais produzia o efeito de um novo “milagre econômico” e, com isso, a cultura da ostentação ganhou grande ênfase na vida dos brasileiros.

Neste cenário, as marcas podiam investir em campanhas criativas mais focadas em branding do que em vendas; as agências de publicidade no Brasil ganharam prêmios internacionais pela sua criatividade como talvez nunca se tenha visto e, bem, como os ventos eram favoráveis não havia o que reclamar das vendas.

Com a chegada da crise no ano passado, acordamos daquele sonho cristalino e a necessidade de vender mais ou vender o mesmo por menos é, hoje, o que as todas as empresas estão procurando. Afinal, só o varejo teve queda real de 3,9% em 2015 segundo o IDV. A palavra de ordem já não é mais “branding”, mas “eficiência”. O consumidor já não está ostentando tanto quanto antes, mas procura segurança — no emprego, na renda, etc. E as marcas precisam colocar os pés no chão.

Neste novo cenário, portanto, as agências de publicidade ou digitais que entregarem vendas conseguirão crescer mais — mas o contrário também é verdadeiro. E quem não ajudar afetivamente a vender poderá até fechar as portas.

A ascensão irreversível do marketing digital

Mesmo com o aumento do uso pelos brasileiros das mídias digitais, segundo o IBOPE 57% da verba de publicidade ainda é investida na TV e apenas 5% em Internet. Mas o e-commerce, que cresce a taxas de 20% ao ano apesar da crise, tem chamado a atenção das empresas para investir no digital, seja com a sua comunicação ou mesmo com uma operação completa de comércio eletrônico.

A mudança de cenário econômico fez aumentar muito o interesse pelo marketing digital, com os seus diversos cases de com resultados mensuráveis e grande redução de custos. Mas gerou um segundo problema: como as marcas podem efetiva e eficientemente usar os canais digitais de modo alinhado às suas estratégias de marketing? Como o que a marca vai dizer não poderá produzir uma crise?

As dúvidas são muitas, mas a expectativa de resultados são ainda maiores. Ouvi recentemente de um executivo que o marketing na Internet é ótimo no que se refere à mensuração, mas faltam agências que mostrem como uma marca pode ter uma presença digital, com ações integradas e resultados de curto e médio prazo tangíveis. Segundo ele, a agência que trouxer as respostas terá as portas abertas em qualquer grande companhia.

O grande desafio do marketing digital

Na Internet, nem tudo são flores, nem tudo é fácil. A falta de oferta de profissionais experientes (o que é de se esperar em um ambiente novo) e de conhecimento profundo gera dificuldades principalmente para as grandes empresas, que historicamente tiveram receio em investir no digital, mas hoje sabem que é mais que necessário. As suas vendas dependem disso.

Enquanto a TV e os jornais são uma mídia sobretudo interruptiva e distante do consumidor (e seu modelo de negócios está em xeque), na Internet o marketing deve ser permissivo, isto é, ser aceito de bom grado pelo público-alvo — mas para isso é preciso se comunicar de igual para igual, o que é uma grande mudança para qualquer marca nascida numa época de cultura de massas.

Ao contrário da TV que é concentrada em poucos players e de massas, a mídia digital é pulverizada e personalizada. Na mídia tradicional, o comercial que era transmitido na Globo podia ser veiculado sem alterações no SBT, do mesmo que aquela mesma campanha era impressa de modo quase idêntico numa Folha de S. Paulo ou na Veja.

No digital, as marcas precisam se adaptar a cada canal

Na Internet, as mensagens são diferentes em cada canal, embora devam ter a mesma essência. As mídias são muito distintas entre si: o que se diz no Facebook não pode ser replicado ao Instagram; o que se fala na assessoria de imprensa precisa ser contextualizado a um blog (e, aliás, cada blog é diferente um do outro!); e os mecanismos de busca, então, que respondem a mais de 50% das visitas a sites no Brasil (segundo estudo da Conversion)?

Os buscadores, aliás, já se tornaram a principal fonte de consulta a informações, superando a mídia tradicional em confiança em 9%, de acordo com Trust Barometer de 2016. As marcas precisam se comunicar tecnologicamente, também, utilizando a linguagem do SEO (search engine optimization), técnica responsável para otimizar sites para buscadores.

A crise está aí, mas as oportunidades também. Não tenho dúvida de que momento irá separar as agências entre as que prometem e as que vendem.

Vida longa às agências que prosperarem nestes tempos!