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E-commerce para exportar produtos em tempos de coronavírus

Por: Xavier Aguirre

Possui mais de 9 anos de experiência em bancos, marcas de consumo eletrônico e comércio eletrônico. Tem uma ampla bagagem em desenvolvimento de negócios, planejamento estratégico, análise financeira e marketing em empresas globais como HSBC, Samsung e Álvarez & Marsal. Formou-se em Engenharia Industrial e de Sistemas pelo Tecnológico de Monterrey – Campus Santa Fé – e fez um MBA pela Escola de Alta Direção e Administração de Barcelona, Espanha. Atualmente, trabalha como Gerente de Desenvolvimento de Negócios e Exportações do eBay para a América Latina.

Momentos de crise como este que estamos vivendo impactam diversos segmentos da economia. Grandes empresas têm mais recursos para se reinventar e sobreviver a esses obstáculos. Enquanto isso, pequenas e médias empresas encontram outras dificuldades para se manter ativas no mercado.

Segundo estudo do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), devido ao Covid-19, 38% dos empresários consultados já identificaram queda em seu faturamento mensal.

Mas a vida dos consumidores também foi afetada. Somado ao fechamento temporário das lojas físicas, temos a restrição, parcial ou total, da circulação de pessoas nas ruas. Nesse contexto, uma tendência vem ganhando cada vez mais força: o comércio eletrônico, que possibilita às empresas continuar atendendo seus consumidores, sem contato físico.

Adaptação ao e-commerce

As lojas que ainda não tinham versão online precisaram se adaptar, rapidamente, a essa nova forma de consumo. A ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico) estima que mais de 100 mil novas lojas online tenham sido lançadas no país desde março — número que pode ser ainda maior.

Essa alternativa, que muitas vezes ultrapassa os limites de bairro, cidade e estado, criou uma concorrência ainda maior. Então, como se beneficiar desse movimento digital?

De olho na exportação

Cada vez mais, pequenas e médias empresas têm enxergado na exportação uma alternativa para aumentar o faturamento, principalmente diante da atual desvalorização do Real frente ao Dólar. O crescimento do e-commerce é um movimento observado em todo o mundo. Dados do Instituto Ipsos — uma das principais empresas de pesquisa e inteligência de mercado do mundo — identificaram aumento na compra de produtos online em 11 de 12 países pesquisados, como Estados Unidos, Itália, Reino Unido e Canadá, entre outros.

Além disso, o comércio cross border traz vários benefícios para as pequenas e médias empresas. Maior volume de vendas e estabilidade, valorização do trabalhador e a possibilidade de superar o mercado local fazem dele um verdadeiro impulsionador de crescimento para as empresas. Mas, como alcançar esses compradores que estão a quilômetros de distância?

Estudo de mercado

Antes de tudo, é preciso conhecer o mercado no qual você atua e entender se a exportação é mesmo viável. Afinal, dependendo das taxas, logística e restrições de importação, alguns produtos podem ter menos potencial para se exportar neste momento.

A partir daí, o primeiro passo é ter um plano de negócios bem estruturado. Trata-se de um documento no qual devem constar informações sobre os produtos que serão vendidos; como serão definidos os preços, levando-se em consideração as variações cambiais e os custos com logística; as plataformas que serão utilizadas; as estratégia de vendas omnichannel; entre outros.

Além disso, você irá lidar com clientes que não são brasileiros. Por isso, conheça mais sobre os países que irão receber seus produtos — e aqui vamos além do idioma. Estou me referindo aos valores culturais e às legislações locais, por exemplo, que podem ser barreiras para seus negócios.

Usando o marketplace

Uma ferramenta que pode ajudar, e muito, nesse processo de exportação é o marketplace. Trata-se de uma plataforma mediada por uma empresa, em que vários fornecedores se inscrevem e vendem seus produtos. Por meio do dela, os empreendedores podem realizar suas vendas sem a necessidade de criar de uma loja online própria, aproveitando a base de usuários, tráfego e as ferramentas de marketing fornecidas pela plataforma.

Mas lembre-se de escolher uma empresa que atenda seus objetivos e os objetivos do mercado. E, claro, que apoie seu negócio em todas as fases. Busque um parceiro no qual você possa confiar!

Um último (e importante) ponto: essas dicas não são exclusivas para tempos de crise, como este do Covid-19. Inovar e buscar novas alternativas para ganhar mercados devem ser mantras sempre presentes na mente de qualquer empreendedor.