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O que esperar do e-commerce para 2022?

Por: Luan Gabellini

Sócio-diretor da Betalabs. Formado em Administração de Empresas pela FGV-EAESP. Trabalhou no mercado financeiro no início da carreira antes de se dedicar integralmente a Betalabs. Forbes 30 under 30 2015. Fala sobre e-commerce, transformação digital, empreendedorismo, gestão de recorrência. Professor do Curso E-commerce reinventando modelo de negócio da ESPM. Palestrante do Curso de Empreendedorismo e Jurado das feiras de inovação da EAESP - FGV.

Não é novidade que o e-commerce sofreu uma transformação significativa com o passar do tempo, principalmente nos últimos dois anos por conta da mudança na forma de consumir durante a pandemia. E os dados comprovam isso. O e-commerce registrou o maior número de vendas da história no primeiro semestre de 2021, R$ 53,4 bilhões, 31% a mais do que no mesmo período de 2020, quando as vendas fecharam em R$ 40,8 bilhões, segundo uma pesquisa da Ebit | Nielsen. Mas, depois de um crescimento tão acelerado, quais são as tendências daqui para frente?

O consumidor que passou a usar o e-commerce como o principal canal de compra está cada vez mais exigente. Afinal, quem é que não gosta de ser bem atendido, receber atenção de um vendedor (mesmo que de forma online) e ter o produto o mais rápido possível em mãos? Uma pesquisa realizada pela Opinion Box, em parceria com a Bornlogic, sobre as “tendências do e-commerce para 2022” ajuda a entender.

Na pesquisa, foram entrevistadas 2.129 pessoas. Desse total, 37% passaram a fazer compras no e-commerce nos últimos dois anos. Aqui no Brasil, a frequência de compras por meio do e-commerce aumentou 71% no último ano. E sabe qual é a perspectiva para 2022? 49% das pessoas ouvidas no levantamento pretendem comprar ainda mais pela Internet neste ano. O estudo aponta que o maior desafio agora com cada vez mais pessoas comprando na Internet é mantê-las contentes e satisfeitas com o serviço. O grande objetivo é fidelizar aquele cliente para que ele compre com frequência.

Compras nas redes sociais

É comum navegar pelas redes sociais (Instagram e Facebook, principalmente) e ver algum anúncio de um produto que chama atenção, certo? Isso porque muitas empresas estão investindo cada vez mais nessa estratégia. Segundo a pesquisa da Opinion Box, 65% das pessoas têm o hábito de pesquisar produtos pelas redes sociais e 10% usam como primeira opção de pesquisa. Outro dado que mostra essa influência é que 41% já compraram produtos indicados por influenciadores nas redes sociais (o Instagram lidera). O que isso tudo quer dizer? Que cada vez mais as marcas precisarão investir nas páginas para atrair os consumidores.

União dos canais de vendas

Usar como estratégia o omnichannel (significa todos os canais), que é a junção do canal físico com o digital, está em alta. Ainda de acordo com o estudo da Opinion Box, os consumidores estão procurando cada vez mais marcas que consigam proporcionar as duas coisas. A pesquisa aponta que muitas pessoas começam a comprar de uma maneira e finalizam de outra. Segundo os dados, 58% das pessoas já compraram na loja física e escolheram receber o produto em casa. O inverso também acontece: 84% já pesquisaram um produto na loja física e deixaram para comprar na Internet.

Pagamentos digitais

Antes mesmo da pandemia, a sociedade já observava uma mudança na forma de realizar pagamentos. Segundo uma pesquisa da PWC Brasil, até 2025, os volumes de pagamentos digitais aumentarão em mais de 80%. Ou seja, a circulação do dinheiro em espécie será cada vez menor. O estudo ainda listou seis macrotendências que afetam o futuro dos pagamentos. São elas: inclusão e confiança, carteiras digitais, moedas digitais, a batalha dos trilhos de pagamento, pagamentos transnacionais e crime financeiro. As empresas terão que conhecer essas mudanças e tendências para se adaptarem.

Prática do ESG (Environmental, Social and Governance)

Na NRF Retail’s Big Show 2022, em Nova York, uma das maiores feiras de varejo do mundo para apresentar novidades e tendências, um dos temas mais discutidos foi a prática de Environmental, Social and Governance (ESG), que são fatores relacionados às questões ambientais, sociais e de governança. Cada vez mais, o consumidor vai levar em consideração essas práticas, e as empresas que as adotarem sairão na frente.

O que se conclui de tudo isso é que o e-commerce vai continuar em ascensão, mas só vai conseguir tirar proveito dele quem evoluir e conseguir manter os consumidores satisfeitos oferecendo um atendimento personalizado e ágil.

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