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E-commerce muito além da plataforma - uma cultura digital

Por: Josele Delazeri de Oliveira

Head de Canais e Parceiros da Get Commerce. Coordenadora do projeto de Empoderamento feminino da Get Commerce. Mais de dez anos de experiência na área de empreendedorismo digital. Líder da Embaixada Geração de Valor. Líder do Grupo Mulheres do Brasil, Núcleo Santa Maria. Mestre em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Maria. Graduada em Administração (2003) e em Sistemas de Informação(1999). Pós-graduada em Psicopedagogia, Gestão Empreendedora de Negócios e Gestão de Negócios e Intuição ( com módulo realizado na Itália). Pós graduanda em Psicologia Positiva pela PUC RS. Atuou por mais de 15 anos como docente no ensino superior, com ênfase na área de Empreendedorismo Digital. Docente de Pós graduação na área de empreendedorismo.

Considero fundamental ouvir e aprender com grandes líderes. Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza, sempre menciona que o digital é muito mais que um software, uma tecnologia. É, na verdade, uma cultura.

A digitalização tornou-se uma influência particularmente difundida na cultura. Isso por conta do surgimento da Internet como forma de comunicação em massa e ao amplo uso de computadores pessoais — e outros dispositivos, como smartphones. As tecnologias digitais são tão onipresentes no mundo que o estudo da cultura digital abrange potencialmente todos os aspectos da vida cotidiana, e não se limita à Internet ou às modernas tecnologias de comunicação.

Em momentos de Covid-19, a cultura digital é necessária a todas as organizações, independente da área de atuação e porte. Grandes e pequenos empreendedores estão (ou deveriam estar) imersos no digital, como cultura de suas organizações.

Quando nos referimos ao e-commerce, a cultura digital é necessária a todos os envolvidos — os stakeholders. De nada adianta uma loja virtual funcionar perfeitamente, se o contato com o cliente for deficiente.

Estabelecemos que a construção de uma organização digital não se limita a adotar a tecnologia. Ela também envolve as capacidades das pessoas em gerenciar as tecnologias. E, mais importante, sobre a mentalidade das pessoas e a cultura organizacional cumulativa.

Segue a lista do que realmente significa cultura digital:

Ágil e responsivo

A agilidade organizacional é mais do que apenas velocidade. Ela é sobre manobrabilidade e capacidade de resposta. Isso significa uma orientação para uma maior experimentação, teste e aprendizado; uma ousadia e uma cultura menos avessa ao risco; é a capacidade de se mover rapidamente quando necessário.

Centrado no cliente

O foco no cliente é tão amplo quanto profundo, e deve refletir-se em estratégias, processos e estruturas. Mas, mais do que tudo, deve ser incorporado à cultura.

Foco comercial

A cultura digital é orientada para resultados. Ela rápida para explorar, determinar e avaliar as oportunidades.

Conhecimento de tecnologia

Uma cultura que se baseia em conhecimento abrangente de tecnologia apoia-se simultaneamente em um equilíbrio ideal entre conhecimentos generalistas e especializados. Dispõe da tecnologia como facilitadora, gerando mais confiança e flexibilidade por meio da ferramenta (menos bloqueio).

Flexível e adaptável

Deve-se ter disposição para mudar e flexionar. É o tipo de adaptabilidade que constrói resiliência e momento (antifrágil). Tudo para que o ambiente suporte maior fluidez, acertando o equilíbrio entre visão e interação (como Jeff Bezos diz, “devemos ser teimosos na visão e flexíveis nos detalhes”.

Em rede

Aqui há o fluxo de novas perspectivas para a organização, tal qual o fluxo de dados por meio de APIs. Requer abertura para utilizar recursos externos e desenvolver recursos externos. O mesmo vale para a disposição e a capacidade de capitalizar a economia dos negócios da plataforma. A Amazon, por exemplo, é uma plataforma que sistematicamente implementa partes de componentes individuais em seus negócios, a fim de obter maior eficiência e alavancagem.

Explorador e curioso

A cultura digital é voltada para o exterior. Ela é curiosa, de raciocínio lateral, rápida para explorar as tendências de tecnologia e comportamento do cliente.

Empreendedor e inovador

É preciso despertar a tendência à ação, que é inquieta, contínua e sistemática, diferentemente da inovação episódica.

Aberto e transparente

Um ambiente de trabalho digital é caracterizado por altos níveis de confiança, mentalidade de crescimento, informalidade produtiva, segurança psicológica e abertura.

Colaboração e aprendizado

É preciso criar uma cultura que apoia o fluxo de conhecimento, o aprendizado contínuo e a facilidade de colaboração multidisciplinar. A experiência digital e do cliente deve ser horizontal, atravessando departamentos. Em relação ao aprendizado, a empresa deve possuir reflexão e retrospectiva incorporadas, aprendendo com sucessos e fracassos.

Muito mais do que ao ambiente do e-commerce, seja bem-vindo à cultura digital!