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Devo assumir o risco dos pedidos da minha loja virtual?

Por: Fernando Mansano

Empreendedor e especialista em e-commerce com 20 anos de experiência, reconhecido como um dos melhores da América Latina. Coautor do livro Gerente de E-commerce, Palestrante, Docente, Diretor da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico - ABComm, Membro da Academia E-commerce Brasil e Fundador do ComEcomm - Comitê de Líderes do E-commerce.

Recebemos um e-mail de um leitor com uma dúvida sobre como proceder com os pagamentos dos pedidos de sua loja virtual. Ele possui uma loja virtual de pequeno porte e demonstrou preocupação quanto aos riscos das transações. Hoje ele oferece boleto bancário integrado diretamente com uma determinada instituição financeira, para realização de pagamentos à vista, e integração com uma operadora de cartões de crédito.

Nosso leitor disse nunca ter passado por algum tipo de fraude em seu curto tempo de operação online, mas que recentemente passou pela primeira experiência.

Bom, devemos lembrar que a análise de risco deve-se fazer no pagamento com os cartões de crédito da sua atual loja virtual e dispensa-se para boletos bancários.

Quando se utiliza a integração direta com uma operadora de cartões de crédito (ex: Cielo e Redecard), existe o risco do e-consumidor estar utilizando um cartão de crédito que não seja dele, o que fatalmente será negado o pagamento pelo verdadeiro titular do cartão e o lojista não receberá o repasse do valor pela administradora do cartão. O motivo é que as operadoras dos cartões “terceirizam” a análise do risco da transação para o lojista e este é que deve definir procedimentos de análise para garantir que não se trata de fraude.

Uma opção é ter um próprio procedimento de análise de riscos, ou utilizar sistemas de análise de riscos, tal como o FControl ou ClearSale, que indicam o grau de risco do pedido recebido, ou então utilizar gateways de pagamento que assumem o risco das transações, como o Pagamento Digital, PagSeguro, Moip, PayPal, entre outros.

O que muitos falam é que não gostariam de pagar um percentual a mais sobre todo pedido efetuado, pois é assim que esses gateways cobram. Sim, isso é verdade e nesses percentuais, que variam de 4% a 6% (em números redondos) estão inclusos contratos com operadoras de cartões, instituições dos boletos bancários, tarifa do cartão de crédito e análise do risco, ou melhor, risco zero. Em alguns casos estão inclusos veículos de publicidades gratuitos, mediante algumas regras. Outro benefício é a desconfiança do e-consumidor quando entra numa loja desconhecida e poderia não comprar na sua loja virtual, porém quando visualiza a opção de pagar com uma forma de pagamento que também garante que o e-consumidor não será lesado, aí ele decide em efetuar o pedido.

Esse percentual é alto? Depende. Alguns acham que sim e outros que não, mas vamos fazer uma simulação que gosto de mencionar quando falamos desses gateways de pagamento. Se você é um lojista que não tem uma marca conhecida na Internet (1º fator importante) e durante suas vendas tomasse um “balão” (fraude) de R$ 50 mil (vários pedidos em um determinado período), teria fôlego ($$) para continuar? Outra situação é quantas vendas você deixou de realizar porque os visitantes de sua loja não sentiram confiança em efetuar o pedido?

Essa é uma pergunta que você deve refletir bem antes de responder e tomar a melhor decisão de qual caminho seguir com sua loja virtual.

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